quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Bento XVI já é passado: sinais de tempos estranhos

Poucos, muito poucos, terão a oportunidade de vislumbrar, ou melhor reviver, os eventos dos dias que vivemos: a renúncia de um Papa e a escolha de um novo líder católico com seu antecessor ainda vivente! Histórico, e inusitado obviamente.

Fui pego, assim como milhares e milhares, em completa surpresa. Quando minha esposa me chamou no último dia 11/fevereiro dizendo que o Papa havia renunciado ao cargo confesso que pensei ser uma brincadeira ou mesmo alguma leitura confusa que ela estaria tendo ao consultar a internet.

Somente o tempo, marca primordial da História, somada a curiosidade de todos nós, elucidarão, com maior ou menor grau, as razões e os ditames que moveram o cardeal Joseph Ratzinger a literalmente "largar o osso", ou melhor largar o anel do pescador.

Tudo o que se diz, via imprensa, é mera especulação: problemas de saúde (dores intolerantes nas articulações, problemas cardiovasculares, etc), crise de consciência, disputas políticas internas ao Vaticano, incapacidade e esgotamento psíquico ou espiritual (em resumo o peso do cargo e de suas responsabilidades), pressões e ameaças, e até mesmo como fato profético ou semelhanças (anunciando tempos difíceis para a humanidade, numa era de catástrofes e escatologias).

Pessoalmente acredito que Bento XVI deixou o poder por pressões internas ao Vaticano, que vão desde a sua dificuldade em liderar uma igreja conservadora diante de um mundo secularista até mesmo a seu tímido posicionamento diante de fatos que colocam em xeque a  autoridade católica - em especial nas denúncias contra clérigos pedófilos, ou no vazamento de informações sigilosas por pessoas próximas ao Papa. Sobre as doenças, a idade avançada do brilhante teólogo alemão, não creio, ainda mais após o martírio público de João Paulo II, que seriam razões suficientes para que Ratzinger deixasse o cargo, que lembremos, não é um cargo comum! Ser eleito Papa não é como assumir um serviço público simples, é missão transcendental, com tradições milenares e simbolismos, além de grande poder (moral principalmente).

Consequentemente, quando o cargo entrar em vacância no próximo dia 28, Ratzinger será submetido a uma vida de reclusão e silêncio (imaginemos a experiência de um homem que pode dizer-se como ex-Papa, quantos segredos teria em sua memória?); e um novo pontífice será eleito em conclave a ser realizado em meados do mês de março (nem adianta especular nomes, apesar de crer que a Igreja já trabalha esta sucessão desde já, inclusive apontando internamente direcionamentos e nomes). Além do sumisso de Ratzinger, seu ato de renúncia, por mais que a oficialidade clerical diga o contrário, é, verdadeiramente, um "tiro no pé" da Igreja romana: renunciando ao papado este cargo passa agora por um processo de dessacralização, retirando-lhe parte de sua autoridade e referencial. 

Aguardemos os fatos e a nova escolha. Mas que estes são tempos estranhos, são com toda veracidade!  







terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Carnaval como "festa popular"....jornalista solta o verbo!!