"Fidelidade é conceito dialético. A quem devemos ser fiéis, ao nosso sentimento ou ao sentimento do outro? Contrariar o outro, deixar de corresponder aos sentimentos que ele nos dedica, não significa que estamos traindo, mas deixando de amá-lo. Não há nenhuma vantagem em manter um casamento infeliz. Compaixão é sentimento ambíguo e nos conduz a encruzilhadas. Ninguém permanece numa relação que não garante retorno, algum ganho. Muitas vezes, esse ganho é secundário, mantemos uma situação de compromisso com as neuroses. Uma forma de permanecer na mesmice, nos poupando de assumir escolhas, arcar com decisões e responsabilidades. A repetição revela parceria com a morte, um fundo de culpa. A culpa cristã de não fazer o mal ao outro. Se agirmos em desacordo com nossa dignidade, fazendo concessões, ficamos mal conosco e infligimos a ética do desejo." INEZ LEMOS (Psicanalista, Jornal O Estado de Minas, caderno Pensar do dia 07/08/2010).
Obs: faço minhas estas palavras, assino em baixo!
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