sábado, 17 de julho de 2010

Copa do Mundo e a Tragédia que se anuncia

No  último dia 11 de julho, com uma magra vitória espanhola  por 1 a 0 diante da Holanda,  deu-se  por encerrada a Copa do  Mundo de Futebol disputada na África do Sul, pois bem, a "batata quente" agora está colocada no colo de todos  nós  brasileiros.

Não é preciso ser nenhum Nostradamus  para prever o obvio: a Copa  Brasileira de 2014 será a  maior  farra com o dinheiro público de toda a história deste injusto e imoral país. Seja quem for eleito agora para comandar a nau tupiniquim, seja quem for eleito nos estados da federação, seja quem for eleito nas assembléias legislativas, nada, absolutamente  nada, mudará  o rumo certo e nojento que se dará daqui  por diante - dinheiro  público voando aos montes para cobrir as exigências da "Fifa" (ou Grande Capital Internacional) perante um país de terceiro mundo com sérios problemas infra-estruturais.

Vender a ideia de que o evento deixará uma herança positiva  ao país, atrairá investimentos duradouros ao país, revolucionará o país como um todo, é a mais pura bobagem. Veja a África do Sul: continuam os mesmos  problemas de antes da Copa do Mundo, as mesmas desigualdades, o Soweto miserável (antes poetizado em várias reportagens esportivas) ainda está lá  com suas crianças brincando de jogar bola em  meio a falta de saneamento, asfalto,  educação e perspectivas. E os estádios, lindos, maravilhosos, que custaram uma fortuna ao país, inclusive um deles se não me engano localizado em Durban contendo um trem guiado por trilhos ao longo da estrutura superior do estádio (dando uma volta sensacional  no anel ou  cúpula da construção) serão agora usados para que? Para porra nenhuma! E ai, em  meio a  tantos problemas sociais, a África  do Sul agora  convive com imensos e faraônicos elefantes brancos - que certamente irão sugar, dia a dia, os impostos  dos poucos  não  miseráveis daquele país.

O  povo brasileiro precisa acordar para a realidade, esquecer o futebol como esperança nacional, como projeto nacional (que  não  o é, vide ser um negócio dos  mais lucrativos e imorais do  mundo), e  passar a cobrar das autoridades, do Estado brasileiro que nos trata como um cafetão (sugando 5 meses de trabalho, para pagamento de impostos, os mais altos do mundo, de cada um de nós) e nós como vadias de rua a ser exploradas e quando desobedientes espancadas com grande violência, um projeto real de mudanças e investimentos que transformem, na realidade, este país, em direção a um  futuro mais igualitário e progressista.

Eu não quero um país com arenas multi-uso, estádios com  trem e shopping center (onde 5%  da população poderá frequentar e usar), eu quero  um Brasil com analfabetismo zero, mortalidade  infantil zero, perspectivas de trabalho e renda para  todos  os jovens, cultura e educação de qualidade para todos, esporte como fomento a saúde e a integração e não a negociatas ou tráfico negreiro pós-moderno  (venda de  jogadores, atletas, na maioria negros e de baixa renda, para clubes das mais diversas partes do mundo, as vezes com o atleta ainda menor de idade), desemprego em queda livre, desigualdade  social em  queda livre, transporte público de qualidade e que respeite os cidadãos, abandono de práticas predatórias ao meio ambiente, isso sim! E leitor, leitora, você acredita que isso virá no meio do  pacotão capitalista chamado "Copa do Mundo  de 2014"? Chega  de ingenuidade!

Um comentário:

  1. Exatamente, todo esse investimento deveria ser
    revestido ao favor dos que realmente precisam ao inves de favorecer os gringos que por somente 1 mes passarao por ai. E da-lhe drogas, e da-lhe prostituiçao. Lamentavel.

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