domingo, 14 de novembro de 2010

Texto sobre Aborto do MFP (Movimento Feminino Popular)

Maternidade forçada é escravidão
De acordo com os defensores da criminalização do aborto, o corpo e a vida da mulher devem ser controlados por forças alheias a ela. Alheias, não porque não haja ligação entre a mulher e o feto, mas porque não é a vontade da mulher que determina se ela levará ou não a gravidez adiante.
Já há estudos aprofundados a respeito do desenvolvimento do feto que comprovam que até as 12 semanas de gestação ele não desenvolveu córtex cerebral (camada de cor cinzenta e espessura irregular que envolve o cérebro humano e de grande atividade neural) e que, portanto, não pode sentir nada e muito menos pensar, recordar ou ter sentimentos. (...)
Aqueles que apregoam hoje "defesa da vida" para atacar as mulheres são de fato pró-morte, pois eles se opõem até mesmo ao uso da camisinha como medida de proteção contra o vírus HIV e como método contraceptivo. Baseando-se em uma infundada "ética" e em uma "moral" patriarcal, os reacionários criminalizam a mulher e impõem a maternidade, combatem os métodos contraceptivos, o direito a uma sexualidade independente da procriação e até mesmo à educação sexual. E mais, como no período medieval, atacam as mulheres não submissas ao homem, à Igreja e às "autoridades".
(...)

Pelo direito ao aborto legal, seguro e gratuito
O direito ao aborto legal, seguro e gratuito é um direito fundamental para a vida da mulher. Se a mulher conquistar esse direito, esse poder de decisão sobre seu próprio corpo, e romper esse elo de opressão, as mortes por abortos clandestinos e inseguros poderão ser eliminadas, a maternidade será voluntária e não forçada e se abrirão novas possibilidades para a participação da mulher na vida social.
(...)
A família trabalhadora tem o direito de decidir quantos filhos quer ter, mas cabe à mulher decidir se quer ou não ser mãe, quando pretende ser e quantos filhos pretende ter. A luta contra a criminalização do aborto passa por importantes debates sobre verdade científica e a quebra de velhos mitos que só servem a escravizar a mulher e impedir sua participação plena na vida social.

3 comentários:

  1. Acredito que os "pró-vida" são além de pró-morte são pró-superpopulação e pró-marginalização. Sou totalmente a favor da descriminalização do aborto. É sabido que em países onde o aborto é permitido há menos marginais e até o índice de aborto é menor.

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  2. Olá professor, sou do movimento feminino popular de recife, estamos organizando nosso blog.

    Realizamos um debate sobre a questão do aborto aqui na universidade e foi excelente, logo estaremos postando.

    Um abraço,
    Bruna

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  3. Bruna, é com muita satisfação que recebo em meu blog uma mulher membro do MFP, conte comigo nesta luta pela real emancipação da mulher, e o aborto legal e seguro é tema central para o feminismo do século XXI, em especial no Brasil, aonde ainda vislumbramos ranços e laços de pura obscuridade.
    Abraços do amigo professor! E mantenha contato, hoje e sempre.

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