quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Exposição "Roma dos Imperadores"

Ontem a noite eu e meus alunos do Eja tivemos uma experiência única: estar diante de objetos pertencentes a Roma Antiga, em especial a Roma dos seus primeiros imperadores (da dinastia Júlio-Claudiana), tudo isso de graça, aqui no bairro Belvedere, na Casa Fiat de Cultura.

Um dos alunos, o pedreiro Antônio Edvan, diz "nossa professor, é como viajar no tempo!"; só esta observação valeu a ida a exposição, pois o sentido de toda visita a um museu, a uma exposição de arte, é exatamente esta experienciação, provocando no educando a mensagem mais que necessária de que o passado não está morto e que estar diante dele, hoje, é senti-lo vivo, ainda pulsante.
Claro que observar cerca de 270 peças históricas da Roma Antiga, com objetos de cerca de dois mil anos de idade, causa também a necessária estranheza - afinal os olhos de quem vê é carregado de cultura, de subjetividade, dentro de sua própria temporalidade e esta mesma carga temporal se defronta com o passado, com a cultura do passado. Isso ficava muito evidente quando os alunos observavam a verdadeira adoração romana, culto, ao pênis masculino - apresentado em monumentos (um falo de mais ou menos 1,70m e com patas de leão em sua base causaram estranhamento no grupo) ou mesmo ornamentando pingentes, pequenos objetos; muitos olhavam para os objetos com uma certa "culpabilidade" de nossa época (talvez consequência de uma educação ou mesmo de uma sociedade imersa na cultura judaico-cristã), quando o pênis é visto como sexo puro e simplesmente, de maneira crua, torpe; para os antigos representar o pênis através da arte é como retratar vitalidade, vida, força, dignos de uma sociedade extremamente machista.

Pudemos observar monumentos político-militares (retratando homens como Augusto, Júlio César, Nero, Calígula, Tibério), religiosos (retratando deuses como Apolo, Vênus, Júpiter, Baco, Nike), instrumentos de trabalho, artefatos do dia-dia, afrescos, jóias, moedas (dinares).

Em suma, foi verdadeiramente uma experiência gratificante para alunos e professores, em especial este que vos fala por ser o único historiador da equipe formada por quatro educadores. Fica aberto o convite, esta exposição estará aqui em Belo Horizonte até o próximo dia 18, para antes de retornar a Itália dar uma paradinha por São Paulo.

Abaixo segue uma única foto permitida, eu sob os pés do monumento que retrata o Imperador Calígula

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