quinta-feira, 6 de maio de 2010

Alternativas ao Mundo Capitalista

A grande questão que todo homem de esquerda se faz, e faz aos seus, é sempre a clássica "é possível destruir o Capitalismo?".
Responder a esta questão é difícil não só por representar uma espécie de futurologia ou profecia, mas também pela característica mais incrível deste sistema: as contradições internas. Ou seja, quando você observa e diz "o sistema está doente, ele vai morrer", logo ele ressurge das cinzas como uma Fênix e retorna à vida de maneira ainda mais exuberante.
O gráfico histórico do sistema dominante é marcado por constantes subidas e descidas, por mais que em algumas situações ele se apresente forte ou fraco - a sua marca indelével é a irregularidade, a inconstância.
É como diz uma frase meio batida "em momentos de crise aparecem grandes oportunidades" - nada mais característico do ethos capitalista.
Esta visão, notadamente marxiana, condiz com a análise empreendida pela metodologia materialista ou materialismo histórico, sendo esta inconstância sistêmica histórica elemento nitidamente dialético. Crescimento, inflação, pleno emprego, juros baixos, desaceleração, desemprego, juros altos, miséria, crise, depressão, corte de gastos, alta da mais-valia, exploração, crescimento...etc, etc, etc...e assim segue a roda da "fortuna" indefinidamente.
O Capitalismo, seguindo esta lógica, dialética, sobrevivera a duros golpes como a Crise de Desvalorização Monetária Européia (grande inflação causada pela chuva/abundância de prata americana no reino espanhol) no século XVII, os problemas de Mercado causados pelo turbulento período Napoleônico (inclusive com bloqueios comerciais, visando atingir em cheio a economia inglesa, já em franca ascensão devido ao industrialismo) em meados do século XIX, a Grande Guerra Imperialista de 1914-1918 (tão bem ilustrada por Lenin e Rosa Luxemburgo como marco histórico da caminhada exploratória Capitalista) e sua continuidade com as ameaças fascistas representadas pelo Eixo (Itália de Mussolini e Alemanha de Hitler, além do Império Japonês) entre 1922-1945, a Revolução Bolchevique de Outubro de 1917 na Rússia (dando origem a URSS e ao posterior bloco comunista), a Grande Depressão Econômica de 1929 (chamado grande Crack ou quebra da Bolsa de Nova Iorque) jogando os Estados Unidos e parte do mundo na miséria, a Crise Petrolífera dos anos 70, etc; em resumo, este sistema já passou por maus bocados, eu diria, e está ai, vivente, cheio de vida, amplificado e multiplicado pela globalização que já se transformara em "mundialização" (tamanha a homogeneidade, pasteurizada, especialmente do mundo ocidental) e que a algumas décadas recebera também o impulso da informatização do mundo (amplificando a instantaneidade, o efêmero, a velocidade, numa lógica de trabalho cada dia mais robotizada e de ascese do mercado financeiro não mais como mão-invisível mas como pé-invisível - dai a dita transformação das antigas multinacionais em transnacionais). E depois disso tudo, como homem de esquerda, eu questiono: é possível destruir o Capitalismo?

Sim, ainda é possível.

Quais as alternativas?

1) O Islã
A ética muçulmana que encontramos em boa parte do Oriente entra em conflito, direto, com muitos dos valores apregoados pela lógica do Capitalismo. Um mundo muçulmano poderia sim alterar o sistema a ponto de modificá-lo. Não se esqueçam: não é difícil lembrar como boa parte dos muçulmanos orientais enxergam a potência capitalista por excelência "Grande Satã".




2) O Bolivarianismo
Os movimentos político-sociais de nossos vizinhos sul-americanos (Equador, Bolívia e em especial a Venezuela) podem significar a construção de uma nova consciência latino-americana, de maior integração e de uma nova proposta socialista.






3) O Anarquismo
Das teorias políticas a única que talvez não tenha sido efetivamente instaurada, até porque pressupõe a tomada de uma nova consciência universal e uma caminhada mais árdua para o ser humano.
Como metodologia de ação o primeiro caminho para uma sociedade anarquista seria a mobilização social em torno da desobediência civil, de forma a matar de fome a máquina estatal.

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