segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Enem e receita de qualidade em educação

Nos últimos dias tive acesso a informações sobre o Enem e deparei-me com uma realidade conhecida: Minas Gerais possui três escolas, particulares, entre as dez melhores classificadas do país no último exame nacional do ensino médio. 
 
Até ai, nada surpreende. O interessante nisso tudo é constatar, mais uma vez, a receita de sucesso para qualquer educação que mereça o adjetivo "excelência", realidade comum a estas três escolas mineiras de qualidades indiscutíveis: maior carga horária de aulas, acesso a material didático-pedagógico de qualidade reconhecida, acompanhamento e reforço escolar constantes por professores da escola em horários alternativos, preparo constante para exames vestibulares, salários dignos para os educadores (muitos pós-graduados, e com vencimentos que podem chegar aos R$ 20 mil mensais).
Preciso dizer mais? Se em nossas escolas públicas aplicássemos esta receitinha simples, que requer investimentos sérios e pesados no ensino público, transformaríamos esta triste realidade de sucateamento do ensino público e da desmotivação docente.
 
Fiquei imaginando eu, trabalhando em tempo integral numa única escola, com aulas tradicionais pela manhã e acompanhamento escolar a tarde, com acesso a tecnologias, banda larga, vídeos, biblioteca volumosa e diversa, cópias ilimitadas de xerox, hemeroteca, recursos para organização de viagens temáticas (excursões Brasil afora), e com um salário digno (não este dinheiro de pinga que os governos e sindicalistas debatem como piso salarial nacional, que nos deixa, a todos, com chapéu na mão e recolhendo moedinhas no chão); ah, como é bom sonhar, mas peraí, esta realidade existe, sim, mas em poucas escolas que sabem, definitivamente, o que é educação de qualidade!
Dai fico pensando, como são pobres os nossos governantes e nossos sindicatos....a receita todos sabemos, basta querer usá-la.

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