terça-feira, 4 de outubro de 2011

Eduardo Costa apresenta duras realidades em coluna do Hoje em Dia

Publicado ontem no jornal mineiro Hoje em Dia o texto do radialista Eduardo Costa, em sua coluna "Chamada Geral" (que dá nome também a programa de rádio aqui na capital mineira), que diz muito sobre o que é a vida e suas agruras do dia-dia, em especial numa sociedade desigual, injusta, desumana como a que vivemos em nosso país.
 
Selecionei trechos (o texto chama O Silêncio Sofrido dos Invisíveis), significativos, da coluna do Eduardo (que tive o prazer de conhecer pessoalmente no início dos anos 2000 no Condomínio Fazenda Solar, em Igarapé, a pouco mais de 60 km de Belo Horizonte) que diz assim:
"Como é que vamos saber do drama de um motorista de ônibus como Antônio Serpa Bonfim, de 38 anos, três filhos, que no dia 11 de setembro estacionou o ônibus, pediu desculpas aos passageiros e correu para o hospital? Ele estava a ponto de estourar. Dias antes, uma criança desequilibrou-se e caiu debaixo do coletivo que conduzia. Tão logo desceu do veículo, e ainda sob o impacto do susto e do alívio por não ter passado por cima do pequeno corpo, teve de ser retirado do local rapidamente porque queriam linchá-lo. Chegou à garagem ainda atordoado, até porque toma três medicamentos para se manter de pé, e ouviu do encarregado: Vá fazer mais quatro viagens! Há ainda a história do cobrador Getúlio do Nascimento Balbino, de 31 anos, que não consegue tratamento para a filha, ouviu de um médico que o filho nasceria sem um dos dedos e teve descontado, no contracheque, todas as passagens que o sistema eletrônico - segundo ele estragado - não registrou em uma viagem. (...)
... aos 18 anos, cursando o terceiro ano do Ensino Médio, com curso de informática, uma moça não consegue o primeiro emprego de jeito nenhum. Um especialista em RH arrisca um palpite: Além de não ser do tipo gostosona, que chama a atenção, ela mora em Ribeirão das Neves, o que não ajuda porque o patrão pensa logo no vale-transporte mais caro e em possíveis atrasos no início do trabalho por conta do transporte coletivo (...)"
Pois é. Esta é dura realidade de milhares de brasileiros e brasileiras, lutando sob condições desfavorabilíssimas pela sobrevivência. Enquanto isso, políticos vendem o país a Fifa para a realização de uma Copa do Mundo de Futebol, ou mesmo desviam milhões de reais dos recursos públicos para fins ilícitos e imorais. 
Um país que tortura, literalmente, o seu povo.
Cadê os direitos humanos?

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