segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Vivenciar Mais

Homens e mulheres são diferentes. Temos naturezas distintas, evidente. Deveras ficamos, cada qual sob seu próprio prisma, a desejar no outro(a) um certo "devir a ser". Oras, somos o que somos. E somos diferentes, para o bem e para o mal.

Passaremos a existência inteira querendo mudar a natureza do outro(a)....desperdício de preocupações, irrritações...deveríamos sim buscar aprender a conciliar as diferenças, tornando-as elementos de reconhecimento e compreensão do outro, não o seu julgamento.

A poucos dias de contrair casamento, penso e divago sobre estas divergências de gênero. Isso amedronta, sempre. Porque estamos habituados a desejar que a vida seja um pouco estereotipada, com embalagem e manual de uso. E as coisas não funcionam assim na realidade do mundo. Somos caóticos, medrosos, inseguros, intolerantes, impacientes, em suma somos apenas humanos.

E o pior dos estereotipos é o "socialmente desejado" medioclassismo: ter um bom emprego (se possível um emprego público, onde você pode literalmente cagar e andar todos os dias e ainda depois receber aposentadoria integral sob as custas do contribuinte), morar num apto financiado por um banco e pagar em prestações a perder de vista, ter estacionado o carrinho popular da família também financiado no mesmo banco e pagando as mesmas prestações a perder de vista, claro que tudo isso depois de ter se casado numa igreja católica reconhecida na cidade e que você tivera que marcar a data com um ano de antecedência (pagando taxas para o pobre Bento XVI, custeando flores, ornamentos, aluguel de salão, buffet, fotografias profissionais, e curso de casamento, pra aprender como funciona a distinta cerimônia religiosa), tratar de rapidamente providenciar um herdeiro, etc...nada mais margarina, nada mais pueril.

A dinâmica do existir envolve mais coisas, profundas e subterrâneas. Por baixo da pele hidratada, dos dentes brancos, dos cabelos arrumados, do corpo perfumado, existe um ser, um ser repleto de contradições, angústias, desejos, ideias, erros e acertos. 

Portanto, se é possível desfrutar do que chamamos felicidade, esta só será mais palpável a partir do momento que aprendermos a idealizar menos e a vivenciar mais.... 

Nenhum comentário:

Postar um comentário