terça-feira, 22 de junho de 2010

O Verdadeiro Futebol

A Copa do Mundo de Futebol começou. Apesar do evento ainda ser usado como política de "pão e circo" internacional (não é a toa que coincide com ano eleitoral em nosso país, dito o país do futebol), o mesmo não deve ser desprezado pelos que anseiam em conhecer, compreender, as ciências humanas e sociais.

O que o povo brasileiro, hoje empunhando camisas amarelas, bandeiras nos carros, cornetas insuportáveis, chama de "seleção" nada mais é que um agrupamento de atletas profissionais escolhidos por um treinador, sempre obediente aos desígnios de uma entidade, privada, que responde por CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Você que me lê agora, não seja ingênuo, esta seleção não está na África do Sul para representá-lo, pelo contrário, ela está lá para representar a Fifa, CBF, Nike, Adidas, Puma, etc.

Sabe-se que a Fifa, entidade maior do futebol (sediada na Suiça), só com a venda dos direitos de transmissão das partidas lucrou mais de 2 bilhões de reais. Antes de ser uma festa popular, uma festa esportiva, a Copa do Mundo é uma festa, desenfreada, do Grande Capital. 
Vejam os atletas, treinadores, os jornalistas, tudo o que envolve o evento: cercado de um dito profissionalismo, distanciado das coisas mais humanas que poderiam envolver o esporte. Não pense o amigo leitor que aqui vos fala um intelectual, como muitos, que desdenha do esporte bretão, não, não, pelo contrário, sou torcedor de dois grandes clubes brasileiros, Corinthians e Cruzeiro, e já sentei nas arquibancadas duras do Pacaembu e do Mineirão uma centena de vezes.

O futebol adquire os seus contornos mais humanos, mais populares, na relação de proximidade e amor entre um clube de futebol e seu torcedor - momento sublime, fruto de uma escolha pessoal, e não por mera filiação de nacionalidade (ainda mais quando observamos e vemos o quanto o Brasil ainda deve aos brasileiros, o quanto os brasileiros não merecem este Brasil que não muda, não se reinventa, não se revoluciona).

Quando chegam os eventos futebolísticos disputados pelas chamadas seleções, salvo algumas exceções como entre os nossos vizinhos argentinos, o que prevalece é o interesse institucional, a frieza de atletas e treinadores, e uma explosão econômica aqui e acolá garantindo a festa do Grande Capital.

O verdadeiro futebol está nos clubes de futebol, numa batalha psicológica e campal entre Corinthians e Palmeiras, Cruzeiro e Atlético, ai sim, o esporte apresenta-se como festa popular e integração social genuína. Viva os clubes de futebol! Que se fodam CBF e Fifa!

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