segunda-feira, 18 de abril de 2011

Violência contra a mulher

A violência contra a mulher ainda é uma chaga que corrói a sociedade brasileira, todo dia, vide noticiários, e as vezes até exemplos bem próximos como na vizinhança, com amigos, alunos, etc.
O entendimento clássico desta violência é o "direito" masculino de agredir, o homem bate, tenta se impor diante da mulher apenas com aquilo que imediatamente o favorece: a força física. Mas por que ele se sente no "direito" de bater?

Na sociedade pós-moderna em que vivemos a violência contra a mulher extrapola o puro e simples machismo (mal postergado por milênios, e reforçado até por religiões como o cristianismo e o islamismo), ela hoje tem um caráter multifacetado que aponta para uma mesma direção: o macho impotente, pequeno, diante da nova mulher.

As mulheres estão nas fábricas/empresas/organizações, dentro dos veículos, nos esportes (inclusive o mundinho futebolístico), assumindo responsabilidades antes tidas como exclusivas do Universo masculino (dentre estas a manutenção de um lar, sustentando seus maridos e filhos).

Hoje as mulheres governam uma parte do mundo, inclusive o nosso país com a presidente Dilma Roussef. O macho está perdido, não sabe lidar mais com a mulher que se insurgira nos últimos tempos, e o que "lhe resta": a ação quase pré-histórica, brutal, de bater, agredir!

Você não me ama? Pancada! Você ganha mais do que eu? Pancada! Você não me dá a atenção que eu gostaria de ter? Pancada! Você não se comporta como uma "mãe"? Pancada! Você ousa querer gozar na cama? Pancada! Você toma o emprego dos meus iguais? Pancada! Você quer sair de casa? Pancada! Você quer tomar a iniciativa no jogo da sedução? Pancada! Você questiona os meus valores? Pancada! Você não quer ser mãe? Pancada! 
E não sejamos cegos, esta violência não faz distinção de classe, cor, credo; hoje, homens ricos e pobres, jovens e velhos, educados ou não, religiosos ou descrentes, não importa, em todos os nichos sociais você encontra uma mulher agredida, humilhada e deixada a própria sorte pela lei brasileira (ou alguém aqui ainda acredita na força da Lei Maria da Penha, por sinal morta/martirizada pelo marido?).

Quando leio a respeito, vejo os casos do dia-dia, sempre me revigora a certeza de que a fonte primordial de toda atitude intempestiva, bruta e covarde tem sua gênese na maldita ignorância humana. O homem que agride, bate, por simplesmente sentir-se perdido diante de um mundo em mudanças, é um covarde que desqualifica o gênero humano e nos rebaixa a condição de animais acéfalos.
Faço aqui apelo a você que me lê: denuncie. Não se cale diante de um casal que se agride, diante de uma atitude covarde. Isso se pensarmos nas estruturas legais em que a nossa sociedade se baseia, porque numa sociedade igualitária (autogestão), onde o fundamento maior é a condição horizontal entre os seres, a agressão covarde de um homem perante uma mulher seria punida de uma maneira severa e definitiva (me compreendem?).

E você, babaca, pensa que é macho por bater....sinto informá-lo, você não é homem, é um animal, e seu lugar é entre grades, comendo ração e dormindo no chão. Homem de verdade quando se sente pequeno diante de uma mulher deve, com serenidade, compreender:
  1. O mundo mudou, as mulheres finalmente estão inseridas com plenitude no tecido social.
  2. Levantar a cabeça e buscar compreender que novas mulheres são estas, o que pensam, como agem, seus desejos e angústias. Ou seja, menos transpiração, mais inspiração (cabeça pra funcionar sempre).
  3. O Universo não gravita em torno de você (enfie o orgulho e o egoísmo naquele lugar mesmo...); faça o seu melhor, viva o tempo presente e compreenda que as decepções são momentos naturais, as tristezas são eventos que vem e vão, e que não adianta querer impor a sua verdade, a sua pessoa, na base da pancada. Diálogo sempre.
  4. Autocrítica, autocrítica, sempre.
E pensemos: nada ainda mais prazeroso que conquistar uma mulher que está ali, livre, liberta, com desejos próprios, com atitude, com inserção na conjuntura da vida. A conquista agora ganha novos sabores, novos contornos. Ter uma mulher ao seu lado hoje é ter uma companheira legítima, uma pessoa disposta a estar ali construíndo uma trajetória em comum, uma pessoa que soma, uma pessoa que não está inerte, morta, vazia, pelo contrário, cheia de vida para lutarmos sempre juntos - como deve ser, sempre. Feliz o homem que tem uma mulher, livre e verdadeira, no seu caminhar da existência.

E como homem, como agitador, livre-pensador, o meu amor pelas mulheres é comparável ao meu amor pela vida. Sem vocês, flores de nossa estrada tortuosa, nada teria sentido.

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