sábado, 22 de outubro de 2011

Ilusão líbia

Mataram o general Kadafi....festa nas ruas da Líbia, vitória dos rebeldes (porque de revolucionários estão muito distantes do termo). Vale lembrar que o general líbio, no poder a 42 anos, só foi pego e em seguida executado (não me venham com bla bla bla dizendo o contrário) porque caças franceses e ianques abateram o comboio que protegia Kadafi em seu reduto tribal (Sirte).

Fica claro que a Otan, os organismos internacionais que são meros serviçais dos interesses do grande Capital, foram os responsáveis pela deposição do ditador líbio, já que as forças rebeldes, líbias, sozinhas, seriam incapazes de retirar o excêntrico governante do poder.
Pululam as conversas pra "boi dormir" de uma nascente e revolucionária Líbia, uma nova Líbia "democrática", putz, nunca se matou e se desrespeitou tanto a soberania de povos e governos em nome da implantação da dita democracia liberal, sob patrocínio do mundo ocidental e liderança obvia do Tio Sam.

Pergunto: qual a base econômica da Líbia? Desde o final dos anos 50 o país é dependente da produção petrolífera, que impulsionou a economia do país e o transformou numa exceção de prosperidade econômica, com sólida classe média consumidora, em meio a um continente africano contaminado por miséria. Pois é, de novo essa conversa sobre o óleo negro....

Como bom historiador e observador dos fatos o momento é esperar, deixar os fatos e eventos se desenrolar, para tirarmos conclusões mais acertadas quanto a dita e proclamada "Primavera Árabe". Só pra dar um gostinho basta observarmos a quantas andam as coisas em terras egípcias, libertas do ditador Mubarak que ali governava a 30 anos - diria que estão longe, muito longe, de qualquer democracia real, e hoje o país é governado pelo exército que tem como promessa fazer a ponte política rumo a democracia (uai, eu já vi esse filme por aqui em 1964, exército propondo restaurar democracia, hum, e aguentamos os milicos por 21 anos).

Finalizando eu apostaria que a democracia real, a tranquilidade, ainda será uma realidade distante dos povos do Oriente Médio, da África, e em especial qualquer país produtor de petróleo (e nós aqui brigando pelos royalties do pré-sal....); pobre povo da Líbia, não sabem o que fazem...(parafraseando um judeu crucificado a dois mil anos atrás).

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