Não é incomum o meu ceticismo. E habituado com a vida aqui do Sudeste e de suas metrópoles e mazelas (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte em especial), o meu olhar perante a cidade modelo dos paranaenses à todo instante buscava realizar conexões e desconexões com as três capitais aqui elencadas. E a conclusão reforça o olhar comum: cidade bela, arborizada, organizada, limpa.
Mas, há nuances que eu só pude observar in loco:
- uma juventude de personalidade, e não foram poucos àqueles que na aparência já transpiravam transgressão, em especial nas múltiplas/conjuntas cores de cabelos e até barbas.
- uma miscigenação intensa, marcada pelos múltiplos encontros de portenhos, japoneses, ucranianos, italianos, poloneses, alemães, gáuchos, paulistas e nordestinos.
- o design e o urbanismo, reforçando o sentido de estar dentro de uma cidade planejada/pensada.
Foi uma ótima experiência, reforçando que viajar é, verdadeiramente, uma estratégia de aprendizado vivo. O intelectual de gabinete pode até apresentar análises bem fundamentadas, mas reunir estas capacidades com a experiência sensível, estar entre as pessoas, lugares, paisagens, enriquece, exponencialmente, aquilo que os filósofos alemães denominam "Weltanschauung": a visão de mundo.
Ler é essencial, escrever também. Porém, ao preparar sua bagagem, sair da rotina e da casa, portanto viajar, apreende-se um novo vocabulário, assim podemos dizer. Vocabulário que aglomera pessoas, culturas, espaços, histórias, idiossincrasias, sabores, cheiros, observações.
tradicional barreado
Estes dias no Paraná, que não foram assim tão planejados, acabaram sendo momentos de real aprendizagem. E não só deixo a dica para os que me lêem para conhecer a cidade, como mais que nunca enquanto educador fica a certeza de que não há conhecimento real sem botar os pés nas ruas.
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