quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Mel e Álcool

Existem dois tipos de homens: vamos chamar um de “Mel”, o outro de “Álcool”. Pode parecer estranho adjetivar assim, mas creio que vão me compreender facilmente, pois tanto um quanto outro representam maneiras de ser, em especifico, maneiras próprias de agir e pensar sobre o amor.
O que eles tem em comum? Oras, ambos possuem em sua composição essencial uma certa dose de açúcar. Claro que no Mel isso é abundante, enquanto no Álcool nem tanto assim (aqui existe um certo amargor).
Como tudo que é excessivo na vida, Mel demais ou Álcool demais podem causar malefícios à saúde humana, seja na forma de uma baita dor de barriga ou mesmo de uma completa embriaguez. Assim, independente da forma de ser, de encarar o amor, é preciso que nós homens sejamos sempre comedidos, e até aristotélicos.
O Mel é doce só. Como tem muito açúcar em sua composição é comum grudar, grudar muito, nas pobres mulheres a quem seus encantos são uma constante. Usa e abusa de adjetivos, todos repletos de diminutivos (gatinha, florzinha, amorzinho, lindinha, loirinha, moreninha, paixãozinha). O seu objetivo só pode ser um só: agradar, e pior, agradar a todo custo. Chora fácil, é do tipo para quem um filme hollywoodiano de comédia romântica é dos melhores programas do mundo. Musicalmente não descarta do brega puro ao “love metal”, afinal o que interessa numa música de verdade é cantar as venturas e desventuras amorosas (vai ao karaokê e canta É o amor! Da dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano, sem o menor constrangimento).
Seus atrativos são a fidelidade canina, o amor rasgado, romântico, idealizador, as eternas promessas, projetos, planos, etc.
Já o nosso camarada Álcool possui sua dose de açúcar, sabe ser doce, quando necessário. Mas tem lá o seu azedume, visto a sua independência. Para este o amor é momento, é hoje, sem planos, sem projetos, sem amanhã. Com ele a vida é uma festa, algo a ser saboreado, sempre com liberdade. Muitas mulheres reclamam deste nosso anti-herói, pois, ele, dono do próprio nariz e senhor do próprio coração, valoriza mais a racionalidade, o intelecto, a ponto de ser mais realista que a realidade. Além disso seu teor de azedume pode se intensificar visto que sua natureza de animal livre muitas vezes o leva a aventurar-se em “mares nunca dantes navegados”, recusando-se a qualquer mecanismo de fidelidade canina.
Seus atrativos são a independência, a liberdade, a liberalidade, a intensidade sexual, etc.
E ai minhas caras mulheres, quer um conselho? Faça como já dizia o sábio Sidarta Gautama: ande pelo “caminho do meio”, em suma, misture mel com álcool, é mais fácil você gostar do sabor.

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