quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O caso wikileaks

O vazamento de informações, antes sigilosas, da diplomacia ianque, simplesmente jogou no ventilador a certeza de que os Estados Unidos tratam as outras nações do  globo de maneira preconceituosa, petulante, típico de quem anda com o nariz arrebitado, destinando a nós, aliás, todos nós, os "outros", entrar somente pelo "elevador de serviços" global.

A diplomacia norte-americana, o governo norte-americano e até parte do povo norte-americano (em especial nas regiões sul e oeste do país, excetuando-se a faixa litoral nordeste, como o estado de Nova Iorque) nada  mais são do que uma espécie de "dondoca" conservadora, cristã, gastadora, militarista, nacionalista (dos tipos que asteiam a bandeira tricolor/estrelada todas as manhãs). E qual seria a visão que esta madame, devoradora e consumista, teria do resto do mundo? Basta ler os documentos apresentados pelo wikileaks.

Não é sem razão que o governo ianque tenta, a partir da conivência sueca e dos supostos casos de estupro neste país, colocar atrás das grades e definitivamente demonizar o criador do portal Julian Assange. Assange que tem em torno de si uma legião de internautas, de jovens como eu e você, que transformamos a internet no único e verdadeiro espaço democrático deste planeta. 

Transpondo esta lógica para o Brasil, passamos a entender o porque do  Congresso Nacional, esta escória usurpadora que deu a si mesmo 62% de aumento salarial (ontem, dia 15/12/2010), insiste em promover leis que porventura tentariam normatizar o  uso da internet, inclusive de conteúdo, ledo engano - a velocidade da informática, do progresso técnico que não recuará jamais, é infinitamente maior se comparada a burocracia de Estado, lenta e anacrônica.

O caso wikileaks é mais do que a prova definitiva de como os Estados Unidos são, não só militarmente, mas ideologicamente um "império"; e a história nos mostra, em especial no caso romano (que tanto fascínio exerce sobre  os norte-americanos) a maneira pela qual os imperialistas tratavam os "outros", os diferentes: criando conceitos, preconceituosos e justificadores de atrocidades, do tipo "bárbaros", "selvagens"...e que eles, no alto de sua potência imperial, seriam os únicos capazes de nos civilizar, de nos inserir numa espécie de dignidade social. 

Contudo, um dias os bárbaros, em maioria, baterão as portas de vossos  palácios imperiais e tomarão para si os rumos da vida. 

Além disso o caso-wikileaks aponta o confronto, mais subliminar, entre Estado-nação e comunicação global. Ou seja, entre duas forças que possuem bases completamente diferentes: o Estado-nação é delimitado territorialmente,  com população própria, linguagem própria e estrutura de governo; já a comunicação global é atemporal, é hiperdimensional, é multilíngue, global e democrática/beirando a anarquia real. Ao Estado-nação só cabe responder a isso com duas armas, velhas: a lei e as armas. Será isso o suficiente para conter o avanço monstruoso da comunicação global? 

Um comentário:

  1. Genial post professor, isso foi armação Ianque claramente,viram que seus interesses, e docuemntos estavam sendo vazados, arranjaram uma fictícia acusação qualquer para coloca-loo atrás das grades, quem é usuário suficientemente argumentativo e pensativo, sabe disso.

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