segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Chuvas que matam? Não, políticos que matam...

Todo janeiro-fevereiro toca-se neste inóspito país latino-americano um terrível "samba de uma nota só": chuvas torrenciais e mortíferas, ceifando a vida, material e existencial, de milhares e milhares de brasileiros.
É em momentos como este que eu, você, o cidadão comum, se sente uma formiga miserável diante da inoperância e maldade presentes no poder público nacional, seja a nível municipal, estadual e federal; não importa, a merda é fétida e volumosa demais.
Não sou um especialista da área, e provavelmente quem agora me lê também não o é, mas alguém aqui, com o mínimo de cerebelo funcional, sabe muito bem que este quadro dramático se repetirá no verão de 2012; escrevam, anotem, entre  janeiro e fevereiro de 2012 teremos brasileiros, a maioria em situação de miséria, mortos vítimas das chuvas, a cada ano mais volumosa.
Falta tudo: vergonha na cara, atitude popular, investimentos técnicos, vontade política, ética. É por isso e muito  mais que na Austrália, neste mesmo  verão de 2011, o volume e força das águas fora bem maior que no Rio de Janeiro, e no distante país da Oceania as vítimas fatais não chegaram a 20 mortos, no Rio, bem, hoje a contagem de mortos já ultrapassara a casa dos 700!
E os que sobreviveram? Há algum plano de estruturação da vida destas famílias? Nada, somente a boa vontade de pessoas e entidades  que abrigam e doam as mais variadas coisas para que o  mínimo necessário a sobrevivência seja garantido a estas pessoas.
Em países do hemisfério norte, habituados com catástrofes naturais das mais diversas, desde vulcões, terremotos, etc, existe uma espécie de seguro público contra estes fenômenos, desde que o imóvel apresente uma certa condição de segurança (como por exemplo não estar próximo a áreas consideradas de risco, como infelizmente  ocorre com as ocupações de encostas, típicas de nossa miserabilidade social, ou será que alguém gosta de viver no morro?).
Lamento por todos os brasileiros que foram vitimados pela nossa classe dirigente, fútil, parasitária, que no final de 2010 concedera a si mesma aumento salarial próximo a 60%, e o salário mínimo, criado para  garantir as condições mínimas de sobrevivência, mal consegue chegar, com muita disputa parlamentar, a R$ 550,00! Porque  o assassino não é a natureza, que responde duramente ao processo predatório chamado "civilização" (vide aquecimento global e demais fenômenos naturais), mas o Estado, recheado de fascínoras, que finge  que governa, finge que pratica o bem-comum, finge que se importa comigo ou com você.
Espero que Poseidon, deus dos mares da velha  mitologia, envie um maremoto e o monstro  mítico criado pela cultura americana, Kraken, no centro do poder brasileiro, em Brasília, e que  visão restauradora seria assistir aos deputados engravatados boiando em meio a água suja e a lama, que tanto lhes são peculiares.

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