segunda-feira, 6 de junho de 2011

Aos namorados reais...

Mês dos namorados, correria nos corredores de shoppings onde casais escolhem presentes, "mimos", desde um simples buquê de flores até as mais caras jóias que o capitalismo pode proporcionar. Motéis em polvorosa, mal se consegue um quarto, disputado semanas antes por reservas baseadas sob juras de amor e promessa de uma noite calorosa à dois.

Eu já passei por alguns destes "dia dos namorados", afinal somando as minhas relações estáveis ou namoros (ao todos três relacionamentos, um curto e dois longos) chego a soma de pouco mais de 9 anos ao lado de uma companheira, cada qual com suas particularidades, fortalezas e virtudes/problemas e desenganos.
 
Nestes namoros eu depositei algumas fichas pessoais, como todo mundo o faz, muitas vezes me fazendo sentir vencedor como quem tira a sorte num cassino, e depois muitas vezes me fazer sentir um completo fracasso com as mãos por entre os bolsos e "chutando lata na rua". Isso não me incomoda, é a dinâmica natural da existência. E namorar é uma espécie de ensaio geral, de prelúdio, para uma série de possibilidades à dois, especialmente o matrimônio e consequente construção familiar (motor de qualquer sociedade).
 
É evidente que o dito dia dos namorados é mais uma campanha marqueteira que nada tem de compromisso com o amor entre duas pessoas, apenas o chamamento do capital que de maneira alienada relaciona os verbos "amar" e "comprar"; como que em imperativo dizendo "se você ama, compre!". Qualquer homem, mulher, percebe que isso é balela, e o amor se demonstra com atitudes distantes do simples "comprar": cuidar, zelar, compartilhar, dividir, tolerar, construir, dialogar, acariciar, gozar, rir, sorrir, abraçar, beijar, atentar, compreender, somar, multiplicar, acrescentar, socializar.

Amor, amor verdadeiro, exalado por aqueles que amam, nunca se compactuará com: individualizar, capitalizar, subtrair, menosprezar, diminuir, brigar, disputar, descuidar, violentar, abandonar, fechar, agredir, calar, podar, gananciar, quebrar, parar.
 
Confesso, como que uma espécie de poeta de mau humor, que neste caminhar sozinho me pego sentindo falta deste "dia dos namorados", longe pelos seus "presentes"/seu caráter de consumo, mas pelo simples andar atrelado a alguém que muito se ama e muito se quer.
 
Aos amantes que me leem, antecipo as minhas felicitações pelo dia dos namorados real, este que você, ela, ele, zelam e constroem como uma equipe a cada dia que se passa.

Segue abaixo uma música para embalar o texto acima "Você", do gênio Tim Maia; pedindo licença para dedicar esta canção a uma paulistinha a quem chamo de "Dri"...



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