Mês dos namorados, correria nos corredores de shoppings onde casais escolhem presentes, "mimos", desde um simples buquê de flores até as mais caras jóias que o capitalismo pode proporcionar. Motéis em polvorosa, mal se consegue um quarto, disputado semanas antes por reservas baseadas sob juras de amor e promessa de uma noite calorosa à dois.
Eu já passei por alguns destes "dia dos namorados", afinal somando as minhas relações estáveis ou namoros (ao todos três relacionamentos, um curto e dois longos) chego a soma de pouco mais de 9 anos ao lado de uma companheira, cada qual com suas particularidades, fortalezas e virtudes/problemas e desenganos.
Nestes namoros eu depositei algumas fichas pessoais, como todo mundo o faz, muitas vezes me fazendo sentir vencedor como quem tira a sorte num cassino, e depois muitas vezes me fazer sentir um completo fracasso com as mãos por entre os bolsos e "chutando lata na rua". Isso não me incomoda, é a dinâmica natural da existência. E namorar é uma espécie de ensaio geral, de prelúdio, para uma série de possibilidades à dois, especialmente o matrimônio e consequente construção familiar (motor de qualquer sociedade).
É evidente que o dito dia dos namorados é mais uma campanha marqueteira que nada tem de compromisso com o amor entre duas pessoas, apenas o chamamento do capital que de maneira alienada relaciona os verbos "amar" e "comprar"; como que em imperativo dizendo "se você ama, compre!". Qualquer homem, mulher, percebe que isso é balela, e o amor se demonstra com atitudes distantes do simples "comprar": cuidar, zelar, compartilhar, dividir, tolerar, construir, dialogar, acariciar, gozar, rir, sorrir, abraçar, beijar, atentar, compreender, somar, multiplicar, acrescentar, socializar.
Amor, amor verdadeiro, exalado por aqueles que amam, nunca se compactuará com: individualizar, capitalizar, subtrair, menosprezar, diminuir, brigar, disputar, descuidar, violentar, abandonar, fechar, agredir, calar, podar, gananciar, quebrar, parar.
Confesso, como que uma espécie de poeta de mau humor, que neste caminhar sozinho me pego sentindo falta deste "dia dos namorados", longe pelos seus "presentes"/seu caráter de consumo, mas pelo simples andar atrelado a alguém que muito se ama e muito se quer.
Aos amantes que me leem, antecipo as minhas felicitações pelo dia dos namorados real, este que você, ela, ele, zelam e constroem como uma equipe a cada dia que se passa.
Segue abaixo uma música para embalar o texto acima "Você", do gênio Tim Maia; pedindo licença para dedicar esta canção a uma paulistinha a quem chamo de "Dri"...
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