terça-feira, 9 de agosto de 2011

Os inimigos do povo e apontamentos libertários

Desde os distantes tempos dos antigos persas e a construção do Mazdaísmo a humanidade vem tomando como referencial ético a existência, dicotômica, entre “Bem” e “Mal”; algo no mínimo questionável, tudo é muito relativo e os valores éticos transformam-se ao longo do tempo, porém o que aqui quero deixar claro que há uma tendência do “espírito” humano em dicotomizar a vida, separando “joio do trigo” (como nas passagens bíblicas).

Como intelectual, formador de opinião e de consciências mais jovens, como educador e historiador engajado que sou, é chegado o momento de dicotomizar, de apontar, principalmente, quem são (instituições, pessoas, grupos) os Inimigos do Povo! Lembrando que os considero inimigos do povo, dos interesses populares, do bem-estar da maioria oprimida do mundo, por uma série de razões, mas se igualam em questões como: classismo, conservadorismo, intolerância, xenofobia, arrogância, apatia, demagogia, hipocrisia, violência, autoritarismo, insensibilidade.

Inimigo número 1 – O Estado e suas estruturas de sustentação: forças armadas e policiais, classe política e dirigente, e órgãos judiciais. Não há como acreditar em democracia, representatividade, leis.

Inimigo número 2 – Instituições Religiosas: mecanismo bio-psicológico humano tornado algema, alienação, reforçando divisões e intolerância por toda parte. Lembrando que a fé popular é algo separado das instituições criadas sob interesse de dominação. A fé não se apega a regras, a ritos, a hierarquias, ela é crença, é experienciação pessoal, e se deturpa quando se materializa em instituições sociais. O inimigo não é a crença, mas a Igreja.

Inimigo número 3 – Relações Capitalistas: sistema sócio-econômico criado e desenvolvido ao longo da história humana, amparado no que há de mais orgulhoso e individualista no ser humano. A propriedade privada, o consumo, o dinheiro, o lucro, o trabalho assalariado, o mercado financeiro, os bancos, são o sangue que retroalimentam uma vida de concentração de renda e desigualdade gritante, onde poucos usufruem das benesses do desenvolvimento humano e milhares vivem no obscurantismo de migalhas ou mesmo na mais completa solidão da miséria.

Inimigo número 4 – A Sociedade Espetacular: são os falsos ídolos, o mundo das celebridades, a futilidade em nome de uma sociedade do Capital, construindo falsas necessidades e falsos ideais. É a ode ao aparente, naquilo que há de mais mentiroso. Marketing, publicidade, moda, ditadura da magreza (estética deturpada), mídias, esportes, como mecanismos fetichistas, direcionando/dominando a juventude em especial.

Inimigo número 5 – Ideologias Deturpadas: ideias que reforçam a divisão entre as pessoas e não a comunhão ou o coletivismo essencial do humano (na obvia certeza de que somos todos iguais, todos homo sapiens sapiens, providos de potencialidades e da necessidade do outro, sempre); Machismo, Patriotismo, Racismo, Classismo, Liberalismo, Socialismos Autoritários, são estruturas que se auto-proclamam verdadeiras a partir da negação do outro e da depreciação do outro.

Inimigo número 6 – A Imprensa: antes instrumento de cultura, de informação, hoje é instrumento de poder, nada mais. Conglomerados televisivos, de comunicação, jornais, publicações, são fonte de renda, negócio, como qualquer outro, apoiado e financiado pela ordem sócio-econômica vigente. Hoje o Estado é o principal anunciante de qualquer veículo de comunicação, fazendo-se e legitimando-se sob as vozes dos ditos formadores de opinião (deturpadas e filtradas) ou mesmo das notícias mentirosas/tendenciosas que escamoteiam qualquer possibilidade de busca da verdade.

Dando nome aos bois! Oras, no caso brasileiro fica o meu conselho de que você, meu leitor jovem e consciente, cidadão verdadeiro, evite acreditar:
Organizações Globo, Rede Record, SBT, etc...
Qualquer jornalista ou mesmo pseudo-jornalista...
Catolicismo, Renovação Carismática, Igrejas Neopentecostalistas...
Partidos Políticos ou mesmo qualquer político profissional (como já preconizava Weber isso ai já virou negócio e profissão há muito tempo)...

Mas e então...acreditar em que?
Em você mesmo, em educar-se; educação que liberta, que não aliena.
Acreditar na vida em comunidade, nos familiares e amigos, na pessoa que se ama e que se destina construir vida em comum e multiplicar a espécie.
E que caminho seguir? Buscar a liberdade, sempre. E a liberdade, em termos ideológicos, pode ser encontrada em diversas ideias e pensamentos, em movimentos sociais, como o cristianismo primitivo (não-paulino), marxismo (não o leninismo, muito menos o stalinismo), o existencialismo, o feminismo, a democracia participativa ou direta, a autogestão, o anarquismo, o movimento negro, o movimento GLBT, o budismo, a teosofia, o islamismo não-jihadista, as ciências, o multiculturalismo, a teologia da libertação, etc...

Nenhum comentário:

Postar um comentário