quinta-feira, 3 de março de 2011

O rei e o frade mortos dentro de nós

A imagem abaixo é uma ideia latente, muito viva entre todos aqueles que se propoem a construir um porvir igualitário, verdadeiramente livre, e portanto distante de toda construção chamada "autoridade".

Reis, frades, são símbolos de pretensas autoridades, legitimadas historicamente segundo a ideia de organização-ética da vida ou mesmo de ordem social. Qual a vantagem de se viver sob "ordem"?

Ordem que divide o tecido social, que classifica, estabelecendo a ascensão ou não de classes sociais, segundo uma lógica hierarquizante de que cada setor haveria de exercer o seu papel social para que a vida em coletividade funcionasse.

Para muitos a ordem, a autoridade, estão de tal forma interiorizados que estes até apontam estranhamento violento a ideia de um meio social construído sob novas bases, do cooperativismo e da autogestão.
A noção de autoridade pressupõe uma estrutura social verticalizada, amparada em elementos como o Estado, a força/exclusividade do uso da violência (como já teorizou o sociólogo alemão Max Weber), e em níveis metafísicos, contudo legitimadores da ordem estabelecida na desigualdade, os clérigos e homens ligados as instituições religiosas - umbilicalmente ligados a construção ideológica a que chamam de "Deus" (uma espécie de figura paterna superlativa, oriunda do desejo humano de poder sem limites ou mesmo da fraqueza humana diante da consciência irrefutável do fim, da morte).

Assim, é necessário, inicialmente dentro de cada um de nós, cometer "duplo homicídio": matarmos o "rei" e o "frade" dentro de cada um de nós, eliminando-os de nosso superego - depois reconstruído sob novas bases, libertárias. Fazendo este assassinato de si para a construção do novo-eu daremos, vagarosamente, o primeiro passo para a revolução social que virá.

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