sábado, 4 de setembro de 2010

O PSDB Morreu.

Os políticos tucanos falam, através de seu folhetim semanal (que responde por Veja  ou Grupo Abril-Civita) que o governo petista promove um emparelhamento do Estado brasileiro, quando com um olhar mais atento percebemos que  o próprio  PSDB se emparelhou, e se perdeu, quando o partido social-democrata se fez refém da cúpula dos Jardins (Fernando Henrique, José Serra, Geraldo Alckmin, o falecido Mario Covas).

O PSDB,  como  já escrevi no Twitter, é um partido sem raízes sociais, que não dialoga  com os movimentos sociais, muito menos com os mais pobres; é um partido, essencialmente, pequeno-burguês (e com todo o ranço que o termo carrega, de caráter classista).

A cúpula  dos Jardins possui  uma visão de Estado gerencial, racionalista (a influência weberiana não é mera coincidência), esquecendo  o lógico: vivemos em um país marcado pela desigualdade e pela miséria, com sérios problemas infra-estruturais. Ou seja, é preciso governar com carinho pelo povo, é preciso "ir pelo social", e isso a cúpula dos Jardins não conhece  (dai a favela cenográfica na campanha de José Serra para a presidência  -  ou seja, é gente que não conhece o próprio país, e se conhece não gosta dele).

É como aqui em Minas Gerais em 8 anos de Aécio Neves: choque de gestão! O choque foi tão agressivo que o Estado arrecada cada ano mais, e gasta cada vez menos no social, gerando a falsa impressão de que aqui tudo está bem porque as contas fecham no azul. Quando olham para os servidores, tratam-lhes como subalternos, como um corpo de funcionários mal remunerados que ali estão para tratar  do rebanho (o  povo, na visão dessa gente, como gado na educação, área  em que atuo diretamente, onde as crianças são amontoadas nas escolas como que agrupando bovinos no  pasto).

Dai a vitória, óbvia, consolidada, de Dilma Roussef a Presidência da República, ou seja, este PSDB é tão ruim, tão anacrônico e distante da realidade do país que praticamente até eu, apoiado por Lula, venceria qualquer  indicação tucana ao comando da nação. A política brasileira não dispõe de referenciais sólidos, o caráter ideológico da política partidária é coisa do  passado (os partidos disputam o poder pelo poder e não por projetos de sociedade ou de promoção do bem comum) e restou  ao povo seguir, compreensivamente, aquele que mais próximo está de si: Lula, a liderança carismática só  comparada, em termos históricos,  ao velho Getúlio Vargas (que governou entre 1930-1945, e depois entre 1950-1954). Mesmo  com Dilma eleita, Lula voltará, não tenham dúvida disso.

E assim, após nova derrota eleitoral (talvez de forma humilhante), só  resta aos tucanos que não participam da lógica dos Jardins sairem do partido, morto politicamente, e pensarem numa nova organização  política ou mesmo partirem para partidos de esquerda próximos ao status quo. De qualquer maneira o PSDB clássico, puro-sangue, classista, elitista, da cúpula dos Jardins, está definitivamente morto, agora é só ir velando o candidato careca e depois enterrá-lo para todo sempre.



2 comentários:

  1. Excelente!! Achei seu Blog por um acaso e o aplaudo de pe pelas ideias tão claras e objetivas dos seus textos.
    Ganhastes mais uma fã.

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  2. Obrigado Neuseli, seja bem vinda, espero que conheça também meus outros canais de interação e debate de ideias:
    http://pedacinhosdoconhecimento.blogspot.com
    http://redesociedadealternativa.grouply.com
    http://www.youtube.com/tiagomenta
    Beijos, Tiago.

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