quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Vida Careta - parte 1

Domingo, 11 da manhã, dezenas de fieis saem da missa realizada na conhecida Igreja Nossa Senhora das Ovelhas Obedientes e Submissas, quando flagramos um belo casal, Júlia e João, ambos devotos e praticantes caminhando em direção ao apartamento da família da garota,  aonde comeriam o tradicional macarrão com frango.

Antes do almoço, a mãe de Júlia se levanta e faz as orações do dia, agradecendo  ao misericordioso por naquele lar todos terem a dádiva de comer macarrão com frango, regada a coca-cola 2 litros, e com um delicioso pudim de sobremesa. 

Pratos lavados, todos vão para a sala, para o tradicional papo em família. João, enrubecido, levanta-se e diz querer informar a todos a novidade: "Dona Fulana, Seu Siclano, minha querida Júlia, é com alegria que quero informar o noivado entre eu e Júlia, e está aqui o nosso anel de noivado" (entregando a noiva, que derrama lágrimas de alegria, e os pais, irmãos, todos aplaudem o casal).

Meses se passam, as famílias se reúnem para discutir detalhes do casamento que se aproxima: qual igreja, qual padre, quem convidariam, quem não convidariam, quem seriam os padrinhos e madrinhas, o que comeriam e beberiam na festa, aonde passariam a lua de mel, como  começariam a pagar as prestações do apartamento financiado pelo programa Minha Casa, Minha Vida.

João e Júlia namoraram quase 8 anos, se conheceram em uma reunião de jovens da Igreja, ambos tocados pelo poder da Virgem Maria, na qual tinham tudo: imagens, camisetas, livros, broches, vídeos de palestras. Suas carícias, como casal cristão, se resumiam a respeitosos beijos, mãos dadas, cafunés, nada além disso, afinal antecipar as coisas com o sexo seria abrir portas para que Satanás entrasse na vida deles, e claro, Satanás não  era bem vindo.

Na noite de núpcias, em hotel numa praia nordestina, ambos poderiam, pela primeira vez, fazer sexo. Já não era mais pecado,  apesar que o padre sempre dizia que nem tudo era permitido, mesmo após o matrimônio: coisas como boquetinho, sexo anal, coito de quatro, 69, ejacular nos peitos, nada disso era permitido, pois eram coisas de Satanás. Para ambos era claro: ele se deitaria sobre ela, a penetraria, sob luzes apagadas, e pronto. Para dali a noves meses serem gratificados por aquele ato santo: uma criança.

Antes do sexo, nus, ajoelhados na cama king-size, rezaram uma ave-maria e um padre-nosso, apagaram a luz, e começaram a fazer sexo.

CONTINUA...

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Manifesto Comunista - Legendado em Português

Link para o debate dos presidenciáveis de esquerda (PCO, PSTU e PCB)

http://pcb.org.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=2008:cobertura-do-debate-dos-presidenciaveis-da-esquerda&catid=73:eleicoes-2010

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Marseillaise e Revolução Francesa Hoje...

Nas últimas semanas tenho trabalhado com meus alunos do ensino médio a revolução francesa de 1789, conhecida por muitos como a revolução burguesa clássica ou mesmo revolução burguesa por excelência (discutível quando no século 17 a Inglaterra promovia algo muito semelhante, com a diferença da não-participação popular - nas chamadas Revolução Puritana/Revolução Gloriosa, culminando também com a decapitação de um monarca absolutista, no caso inglês Carlos I, e no francês Luis XVI e sua família).
Além disso a Revolução Francesa tem um impacto cultural e  psicológico muito forte sobre as massas, sobre as concepções políticas/ideológicas; e isso, dentro de concepções  mais a esquerda que entendia ser esta revolução um passo importantíssimo rumo a movimentos revolucionários posteriores e mais profundos, que retirariam  o poder da burguesia e eliminariam a propriedade privada e por fim o próprio Estado (Socialismo-Comunismo-Anarquismo/Autogestão).
Por isso todos nos pegamos, emocionados, ao som de "La Marseillaise", música que hoje é hino nacional francês e que fazia tremer homens como Napoleão Bonaparte  (que censurara a música durante seu governo despótico e imperialista).




Allons enfants de la Patrie,
Avante, filhos da Pátria,
Le jour de gloire est arrivé!
O dia da Glória chegou!
Contre nous de la tyrannie,
Contra nós da tirania,
L'étendard sanglant est levé, (bis)
O estandarte ensanguentado se ergueu.(bis)

Entendez-vous dans les campagnes
Ouvis nos campos
Mugir ces féroces soldats?
Rugirem esses ferozes soldados?
Ils viennent jusque dans vos bras
Vêm eles até aos vossos braços
Égorger vos fils, vos compagnes!
Degolar vossos filhos, vossas mulheres!


Aux armes, citoyens,
Às armas, cidadãos,
Formez vos bataillons,
Formai vossos batalhões,
Marchons, marchons!
Marchemos, marchemos!
Qu'un sang impur
Que um sangue impuro
Abreuve nos sillons!
Irrigue os nossos campos arados!

domingo, 26 de setembro de 2010

Vinde a mim os Jovens!

Nestas últimas semanas a chamada grande mídia, ou como o jornalista Paulo Henrique Amorim denomina PIG (Partido da Imprensa Golpista), vem vociferando que o governo Lula tenciona acabar com a liberdade de imprensa e coisas do tipo - que caminhamos a um autoritarismo popularesco, que estaríamos venezuelando o Brasil pouco a pouco.
A crítica feita por Lula, em especial na cidade mineira de Juiz de Fora, é mais do que compreensível: há em nosso país uma mídia controlada por poucos,  por famílias, e que fazem uma oposição clara ao presente governo - em suma, parte da mídia representa um grupo  político bem específico, a saber o demo-tucanato (social-democracia as avessas, como o próprio PT).
A qualidade de nossos meios de comunicação é no mínimo questionável, para não afirmar categoricamente que tudo é uma merda. Como bem escrevera o filósofo francês Guy Debord vivenciamos uma "sociedade do espetáculo", espécie de braço midiático do Capital com o objetivo de infantilizar, dominar e alienar a todos segundo a ideia de que com o Capitalismo e suas maravilhas seremos felizes para sempre (como um conto de fadas mesmo).
Porém não contavam os senhores do Capital com a nova mídia, democrática mesmo: a internet. Será na internet e através dela que as transformações do futuro se darão. Hoje não precisamos  mais da tutela dos grandes jornais, das revistas semanais, do Jornal Nacional global, etc. Temos a internet, veloz, ágil, aglomerando a juventude especialmente, que se educada de maneira crítica, fará uso desta ferramenta moderna transformando-a em arma letal contra o sistema que aliena.
Sem a internet eu seria mais um educador lutando sozinho, dentro de sala de aula, e nada mais. Com esta ferramenta, em minhas mãos, eu tenho o mundo aos meus pés, eu tenho a juventude a minha frente. Me perdoem os que passaram dos 50 anos, mas a chave da transformação está nos jovens, você que me lê e hoje está com seus 15 anos, cursando o ensino médio, perdido em meio a buscas e descobertas; você é o agente de toda transformação que se pretende.
A classe revolucionária não é a burguesia, nem o campesinato (maoísmo), muito menos o proletariado urbano  (marxismo clássico), mas a juventude. A juventude é a chave da revolução, e  não é a toa que no texto bíblico o líder Jesus clama "vinde a mim as crianças", e eu corrijo "vinde a mim os jovens". Não para guiá-los, doutriná-los, mas para ajudá-los na construção de um ideário crítico, e logo um projeto crítico, uma ação crítica, e após gerações e gerações, teremos novos homens e novas mulheres, e são de novos homens e mulheres que poderemos concretizar não  só a destruição da opressão do Capital, mas a destruição de todas as formas de Opressão a partir de um devir de autogestão e liberdade plena.  

Luta Ateísta

A partir do triste episódio "Datena vs Ateus", pessoas ligadas ao ateísmo,  ao movimento ateísta no Brasil, veem se posicionando de maneira clara, objetiva, em defesa do obvio direito de ser ateu. 
Muitas críticas direcionadas aos ateus fazem menção a uma espécie de orgulho cientificista, que nos posicionamos como seres superiores aos reles mortais crédulos e religiosos. Outros, como o pseudo-jornalista da rede Band demonizam o ateísmo com o pior de todos  os argumentos: o julgamento moral, portanto somos "maus". E dai, precisamos, necessariamente, colocar Deus em nossos corações, pois somente a presença dele como crença, como dogma, seria garantia de que afastemos todos os males, inclusive dentro de nós mesmos.
Tudo isso nada mais são que ações desesperadas daqueles que sabem ou pelo menos desconfiam que há algo de errado neste mundo que vivemos, e mais, há algo de errado nestas construções ideológicas relacionadas a ideia do divino, do criador bondoso e poderoso em meio a uma realidade, histórica, de dor e sofrimento por todos os lados (e não me venham dizer que é reflexo  do pecado original de Adão e Eva, isso é simplesmente inaceitável dentro de uma racionalidade que já comprovara a existência de dinossauros, de uma Pré-História complexa e longa, da formação da Terra  como planeta a  partir de nuvens estelares, e principalmente dos fenômenos biológicos da seleção natural e da evolução).
Contudo, respeito a fé de cada pessoa, sei que é difícil, até em termos psicológicos, abraçar a ciência, o ateísmo, quando a nossa própria espécie é programada biologicamente para não aceitar a morte, o fim de sua consciência (e  o recurso para muitos não enlouquecerem é a criação, cultural, da fé, das crenças em deuses e coisas do  gênero - em sintonia com a ideia de que tem que haver, necessariamente, um sentido para a existência, um porque e para que).
O problema, social e  político, que me preocupa e que me impulsiona ao combate, é a institucionalização,  histórica, das crenças e da fé - ou seja: as religiões como organizações, cada uma defendendo o perigoso conceito de "Verdade", e ai, o que vemos é a equação básica = intolerância/violência/sangue.
A própria ciência aponta para a falta de fundamento da dita "Verdade", a ciência, na sua prática histórica, vive se reconstruindo a cada  nova descoberta, nova tecnologia, novo olhar sobre os fenômenos da natureza e da humanidade. O grande exemplo disso pode ser pego na mecânica, área que estuda o movimento dos corpos, onde as leis de sir Isaac Newton podem ser aplicadas até certo ponto, e hoje, com o mundo infinitesimal quântico, as leis de Newton já não são mais aplicáveis a esta nova realidade, descoberta a pouco tempo.
Os religiosos, ligados a instituições (Igrejas), se defendem com o argumento de que não aceitar a existência da Verdade (revelada) é cair no erro do relativismo. Porém, eles se esquecem que a cultura como fenômeno humano é marcada exatamente pela multiplicidade/pluralidade, inclusive no campo ético (o que é certo aqui pode ser errado em outro lugar), e meus amigos, a religião é produto da cultura e não uma metafísica que atua na vida natural e humana. Então, a religião não pode trazer Verdade alguma, muito menos a Ciência; com o diferencial que a ciência  postula possibilidades a partir da observação, da comparação, da experimentação, racionalizações claras de todos  os tipos de fenômenos - muito diferente de dizer a alguém que esta é a verdade revelada e ponto final, e que tudo isso se justifica a partir do que está escrito, sabe-se lá como  por quem, no Oriente Médio a milhares de anos atrás (a literatura como ponto de partida para a compreensão do complexo Universo natural e humano). Fazendo comparações seria como estabelecer preceitos éticos, em pleno século XXI, usando  como fonte a Ilíada de Homero (muito mais rica que muitos livros bíblicos, por exemplo).
Aqueles que me conhecem sabem: a minha  luta não é com você, você mesmo, que tem fé, faz  orações, tem pensamentos e ações positivas  diante do  mundo. Longe disso. A minha luta é contra as instituições, as  mesmas que dizem que se você não fizer isso ou aquilo você estará condenado a vida eterna de sofrimentos no inferno, que se masturbar é abrir as portas para Satanás, que  o sexo, mesmo  durante o casamento,  é algo limitado a procriação e sempre feito com renúncia e vergonha, etc...O meu alvo não é a sua fé, o meu alvo é o seu pastor, o seu padre, os seus sacerdotes, que não só querem dominá-lo por inteiro como querem enriquecer as suas custas (e com conivência do Estado, que anuncia-se laico mas que teme as igrejas e capacidade destas de alienar e dominar  o povo, as massas - exemplo é a isenção de impostos sobre as igrejas, absurdo dos absurdos), e mais, querem tornar a sua "Verdade" algo que deve ser engolido, literalmente, por todos, de maneira intolerante e repugnante.

Por fim quero enumerar uma pequena lista de pessoas declaradamente ateístas (seriam elas más, como profetiza o apresentador infame da tv Band?):

Albert Camus (escritor francês)
Albert Einstein (físico alemão)
Alfred Hitchcock (cineasta inglês)
Andréa Beltrão (atriz brasileira)
Angelina Jolie (atriz americana)
Antonio Gramsci (filósofo italiano)
Arnaldo Jabor (cineasta brasileiro)
Auguste Comte (sociólogo francês)
Bertolt Brecht (teatrólogo alemão)
Bertrand Russell  (filósofo inglês)
Bill Gates (gênio da informática, norte-americano)
Caetano Veloso (compositor e cantor brasileiro)
Carl Sagan (astrônomo norte-americano)
Charles Chaplin (cineasta inglês)
Charles Darwin (naturalista inglês)
Chico Buarque (compositor e cantor brasileiro)
Che Guevara (guerrilheiro argentino)
Daniel Dennett (filósofo norte-americano)
David Bowie (compositor, ator e cantor inglês)
Dias Gomes (dramaturgo brasileiro)
Drauzio Varella (médico oncologista e escritor brasileiro)
Émile Zola (escritor italiano)
Émile Durkheim (sociólogo francês)
Erich Fromm (escritor alemão)
Ernest Hemingway (escritor norte-americano)
Fernando Alonso (esportista espanhol)
Fidel Castro (líder cubano)
Friedrich Nietzsche (filósofo alemão)
George Calin (ator, humorista norte-americano)
George Clooney (ator norte-americano)
George Orwell (escritor inglês)
Graciliano Ramos (escritor brasileiro)
Betinho (sociólogo brasileiro)
Hugh Laurie (ator inglês)
Jack Nicholson (ator norte-americano)
James Cameron (cineasta norte-americano)
James Joyce (escritor irlandês)
Jean-Paul Sartre (filósofo, dramaturgo, teatrólogo francês)
Lobão (compositor e cantor brasileiro)
John Lennon (compositor e cantor inglês)
John Malkovich (ator norte-americano)
Jorge Amado (escritor brasileiro)
José Saramago (escritor português)
Juca Kfouri (jornalista e sociólogo brasileiro)
Karl Marx (filósofo alemão)
Lenin (líder russo)
Leonardo da Vinci (gênio da arte renascentista)
Lima Duarte (ator brasileiro)
Luís Carlos Prestes (líder brasileiro)
Mao Tsé Tung (líder chinês)
Marie Curie (cientista polonesa)
Mario Lago (ator, compositor brasileiro)
Heidegger (filósofo alemão)
Michael Caine (ator inglês)
Michel Foucault (filósofo francês)
Bakunin (líder russo)
Monteiro Lobato (escritor brasileiro)
Gorbachov (líder russo)
Oscar Niemeyer (arquiteto brasileiro)
Oswald de Andrade (escritor brasileiro)
Pablo Neruda (poeta chileno)
Picasso (pintor espanhol)
Raul Seixas (compositor e cantor brasileiro)
Renato Russo (compositor e cantor brasileiro)
Richard Dawkins (biólogo inglês)
Rubem Alves (escritor brasileiro)
Sigmund Freud (pai da psicanálise)
Stendhal (escritor)
Stephen Hawking (físico inglês)
Thomas Edison (cientista norte-americano)
Umberto Eco (escritor e filósofo italiano)
Vinicius de Moraes (compositor, poeta, cantor brasileiro)
Woody Allen (cineasta  norte-americano)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Jogo - Manhunt (cenas fortes de execuções)

"I used to love her" (Eu geralmente amava ela) - Guns&Roses

Esta música, um dos clássicos do Guns&Roses, reflete bem a loucura que estamos vendo diariamente com crimes e mais crimes, ditos passionais, contra as mulheres do Brasil.
Qualquer referência ao caso do goleiro Bruno, por exemplo, não é mera coincidência.




I used to love her,
but i had to kill her

I used to love her,
but i had to kill her

I had to put her, six feet under
and I can still hear her complain

I used to love her, (whoa yeah)
but I had to kill her

I used to love her, (oooo yeah)
but I had to kill her

I knew I'd miss her,
So I had to keep her
She's buried right in my backyard
(whoa yeah)
(whoa yeah)
(whoo-oo yeah)

I used to love her,
but I had to kill her

I used to love her, (whoa yeah)
but i had to kill her

She bitched so much,
she drove me nuts
And now we're happier this way, alright
(whoa yeah)
(whoa)
(whoo-oo yeah)

I used to love her,
but I had to kill her

I used to love her(ooooh yeah)
but I had to kill her

I had to put her, six feet under
and I can still hear her complain yeah-eeeah

terça-feira, 21 de setembro de 2010

"Inimigos" - obra do artista plástico Gil Vicente

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Discurso de Dawkins durante visita de Bento XVI a Inglaterra

No começo eu fiquei tão revoltado quanto todo mundo
por causa das primeiras palavras que o Papa disse assim que pousou em Edimburgo,
culpando os ateus pelas atrocidades de Hitler e outras do século XX.

Mas então fiquei contente com isso,
porque pra mim, de uma certa forma o que isso mostra
é que eles estão tão incomodados com a gente!

que ele foi forçado ao expediente ignominioso
de nos atacar para desviar a atenção
dos verdadeiros crimes que foram cometidos em nome da Igreja Católica.
Posso só imaginar...
Eu posso só imaginar as discussões nos corredores do poder do Vaticano:

"Como vamos distraí-los da sodomia com garotos?"

E a resposta: "por que não atacamos os secularistas, os ateus,
por que não os culpamos pelo hitlerismo?"

Hitler, Aldolf Hitler, foi um católico romano.

Foi batizado, nunca renunciou ao batismo.

A marca de 5 milhões de britânicos católicos é retirada
presumivelmente dos registros de batismo.
Não acredito numa palavra disso,
não acredito que há 5 ou 6 milhões de britânicos católicos,
pode haver 5 ou 6 milhões de batizados,
mas se a Igreja quer alegar que esses são católicos,
então terá que reivindicar Hitler como um católico!

(Palmas)

No mínimo Hitler acreditava numa providência personificada,
falou disso várias vezes,
e era presumivelmente a mesma providência que
foi invocada pelo cardeal arcebispo de Munique em 1939,
quando Hitler escapou da morte
e o cardeal proferiu um "Te Deum" especial na catedral de Munique:

"para agradecer à providência divina, em nome da arquidiocese, pela feliz escapada do Führer."

Vou ler um discurso feito em Munique, coração da Bavária católica,
em 1922, e eu deixo para vocês adivinharem de quem é:

"Meu sentimento como cristão aponta-me para meu Senhor e Salvador como um lutador,
aponta-me para o homem que, uma vez na solidão, cercado por poucos seguidores,
reconheceu esses judeus por quem eles eram, e chamou os homens para lutar contra eles,

[...]

Continuação da tradução, feita por mim:

... e que - verdade de deus - foi maior não como sofredor mas como um lutador. No meu amor sem limites com Crisão e como homem eu leio a passagem que nos conta como o Senhor finalmente se levantou em seu poder e tomou do chicote para expulsar do Templo a raça de víboras e vendilhões. Como foi maravilhosa a sua luta contra o veneno Judeu. Hoje, depois de dois mil anos, com a mais profunda emoção eu reconheço mais do que nunca antes o fato de que foi por isso que ele teve que derramar o seu sangue na Cruz."

Esse é apenas um dos muito discrusos, e passagens no Mein Kampf, onde Hitler invocou o seu Cristianismo. Não é de estranhar ele ter recebido um apoio tão caloroso de dentro da hierarquia Católica da Alemanha. E o antecessor de Bento, Pio XII, não é inocente, como mostrou de forma devastadora o escritor católico John Cornwell, em seu livro O Papa de Hitler.

Seria pouco gentil me deter demais nesse ponto, mas o discurso de Ratzinger em Edinburgo na quinta-feira foi tão desgracioso, tão hipócrita, tão ressoante do som de pedras jogadas de dentro de uma casa de vidro, que senti que precisava responder.

Mesmo que Hitler tivesse sido um ateu - e Stalin mais provavelmente era - como o Ratzinger ousa sugerir que o ateismo tem qualquer conexão com os seus atos terríveis? Não mais que a descrença de Hitler e Stalin em duendes ou unicórnios. Não mais do que o fato de ostentarem um bigode - assim como Franco e Saddam Hussein. Não há nenhum camingo lógico do ateísmo para a maldade. Isto é, a menos que você esteja imerso na repulsiva obscenidade que é o cerne da teologia Católica. Eu me refiro (e devo esse ponto a Paula Kirby) à doutrina do Pecado Original. Essas pessoas acreditam - e ensinam isso a criancinhas, ao mesmo tempo que lhes ensinam a terrível falsidade do inferno - que todo bebê "nasce em pecado". Esse seria o pecado de Adão, por falar nisso: o mesmo Adão que, eles mesmos agora admitem, nunca existiu. Pecado original significa que, a partir do momento em que nascemos, somos maus, corruptos, condenados. A menos que acreditemos no deus deles. Ou a menos que caiamos no conto da "cenoura" do céu e o castigo do inferno. Isso, senhoras e senhores, é a nojenta teoria que os leva a presunir que foi a irreligiosidade que tornou Hitler e Stalin nos monstros que foram. Somos todos monstros a menos que sejamos deimidos por Jesus. Que teoria vil, depravada e desumana em que se basear a vida.

Joseph Ratzinger é um inimigo da humanidade.

Ele é inimigo das crianças, cujos corpos ele permitiu que fossem estuprados e cujas mentes ele encorajou que fossem infectadas pela culpa. Fica embaraçosamente evidente que a igreja se preocupa menos em salvar os corpos das crianças de estupradores do que em salvar as almas dos padres do inferno: e mais preocupado em salvar a reputação permanente da própria igreja.

Ele é inimigo dos homossexuais, conferindo a eles o tipo de intolerância que a sua igreja costumava reservar aos Judeus.

Ele é inimigo de mulheres - barrando-as do sacerdócio como se um pênis fosse um atributo essencial para exercer os deveres pastorais. Que outro empregador teria permissão para discriminar com base no sexo, quando está contratando para uma função que claramente não exige força física ou alguma outra característica que só se imagina que homens tenham?

Ele é inimigo da verdade, promovendo mentiras deslavadas sobre preservativos não protegerem contra AIDS, especialmente na Àfrica.

Ele é inimigo das pessoas mais pobres deste planeta, condenando-os a famílias numerosas que não conseguem alimentar, e assim mantendo-os na escravidão da eterna pobreza. Uma pobreza que combina muito mal com a obscena riqueza do Vaticano.

Ele é inimigo da ciência, obstruindo a pesquisa vital com células-tronco [embrionárias], com base não na moralidade mas na superstição pré-científica.

Menos sério do meu ponto de vista, Ratzinger é até mesmo inimigo da igreja da própria Rainha, arrogantemente endossando o menosprezo de um antecessor das Ordens Anglicanas como "absolutamente nulas e totalmente inválidas", enquanto tenta sem nehuma vergonha na cara induzir vigários Anglicanos a escorar seu próprio sacerdócio em patético declínio.

Finalmente, talvez a minha maior preocupação pessoal, ele é um inimigo da educação.
Sem considerar o dano psicológico permanente causado pela culpa e medo que tornou a educação católcia algo abjeto no mundo inteiro, ele e sua igreja fomentam a doutrina educativamente perniciosa de que a evidência é uma base menos confiável para a crença do que fé, tradição, revelação e autoridade - a autoridade dele.

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O discurso completo, em inglês, no site de Richard Dawkins:
http://richarddawkins.net/articles/521113-ratzinger-is-an-enemy-of-humanity

domingo, 19 de setembro de 2010

Igreja Reino do Dízimo (hilário e verdadeiro)

sábado, 18 de setembro de 2010

Malegnoseologia - compreendendo o Mal segundo o prof. Tiago Menta

Vou tocar em  assunto espinhoso, coisa para poucos:  o Mal. Para início de análise não estou tratando aqui do mal como efeito devastador de uma sociedade desigual, que divide os homens, gerando crimes de toda ordem ou mesmo patologias das mais diversas e  perversas.
Aqui  o "Mal" é substantivado mesmo, como uma entidade cultural, como uma construção da cultura  humana e não como possibilidade de existência metafísica de caráter religioso (que está mais do que submersa na categoria-cultura).
O mais interessante sobre o "Mal", ao contrário do que ditaria a ética do senso comum, rasteira, é que este exerce e continua exercendo verdadeiro fascínio sobre as pessoas. Em poucos segundos qualquer um seria capaz de enumerar uma série de personagens, eventos, pessoas, alinhados com o que se convenciona apontar como o Mal - e mais, em número infinitamente maior se compararmos com o adjetivo bom, ou o substantivo  o Bem.
Pensando assim pode parecer-nos que o mundo é todo mal, que  o homem  é todo mal, e coisas do gênero; mas isso é simplificar demais algo que de  forma complexa se  apresenta em nossa natureza psíquica-corporal  - ou seja, há algo de Mal em cada um de nós, hoje, ontem, e sempre. O segredo, útil para a sociedade, é desenvolver mecanismos que saibam abrandar este impulso interno, que evitem a transformação do Mal em maldade, com sérios apontamentos sobre a vida em sociedade, tornando-a impossibilitada (uma sociedade aonde o impulso do Mal prevaleça de  maneira exacerbada é uma sociedade fadada a sua própria aniquilação).
De onde vem o fascínio pelo Mal? Que categorias, atitudes, poderiam caracterizar o que chamamos de Mal? Por que tantos jovens, principalmente em países de origem germânica ainda mantém um certo fascínio pelo Nacional-Socialismo hitleriano, ícone  do século XX quando se pensa no Mal (encarado por entidades judaico-cristãs como o segundo anticristo, sucessor de Nero, imperador romano associado ao número bestial: 666).
Aponto para os seguintes elementos-chave, responsáveis pelo fascínio causado pelo Mal:
1- Poder (político, econômico, conhecimento, físico,  militar, oratório-argumentativo, controle, domínio).
2- Rebeldia e Transgressão (inquietação, insatisfação, transformação, revolução, enfrentamento, personalidade, individualidade).
3- Sensualidade (erotismo, conquista, posse, prazer, narcisismo, egoísmo,  hedonismo).
4- Paixão, Desejo e Vontade (impulsão, gula, posse, orgulho, descontrole, obsessão).
5- Descontrole.
A época da vida em que mais deixamos o instinto do Mal aflorado, constante, presente, é a adolescência, momento tumultuado, intra e extra corporalmente, aonde a  personalidade vai sendo formada, aonde os questionamentos se tornam latentes, aonde o indivíduo passa a construir a imagem de si  mesmo como único, como ser único, que não só já não depende,  psicologicamente, dos pais como passa a questionar os seus valores e até mesmo a sociedade que representam. Por isso qualquer estratégia político-filosófica que se pretenda verdadeiramente revolucionária deve, essencialmente, buscar conquistar a juventude, propensa e aberta ao desejo de transformações (porque estas já ocorrem dentro de si) - aos velhos, de coração sobretudo, devemos deixá-los minguar abraçados ao velho mundo que construíram, e que tencionamos destruir.
Em minha adolescência (que  hoje estudos apontam em seu prolongamento, para quase os 25 anos de idade) sempre me fascinaram personagens como Darth Vader (símbolo de poder, domínio e força, apontando  para a existência de um lado negro da Força), Drácula (o vampiro, morto-vivo, capaz de manter-se vivo  para além da vida, e que com sua sensualidade e poder de convencimento, beirando a hipnose, sugava o sangue de belas garotas, quando não as tornava suas escravas pessoais, ávidas e propensas a saciar a sua sede de vida e de  prazer), o Lobisomen (homem que por via de uma maldição transformar-se em um animal feroz sob a  luz do luar, deixando translúcida toda a nossa animalidade, o nosso vínculo com um estado  primordial, junto a natureza), Hannibal Lecter (o assassino antropófago, utilizando como mecanismo de atração a sua inteligência sagaz, o seu modo cordial e sua erudição).
E por fim o mais clássico dos personagens, o símbolo maior da rebeldia: Lúcifer, o anjo das Trevas, caído ao reino infernal por enfrentar o Criador. Não foi sem razão que Bakunin, ícone do pensamento anárquico, citara o anjo das Trevas como uma espécie de primeiro anarquista, questionando  a autoridade de deus - uma algema sobre a liberdade humana.


sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O hilário Popeye chinês

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Inglaterra diz não a Bento XVI

O nefasto papa Ratzinger, vulgo Bento 16, está sofrendo com a resistência de boa parte do povo britânico e do próprio governo daquele país em sua visita que se avizinha.
Historicamente a Inglaterra é um foco de resistência  ao poderio católico, ao imperialismo de Jesus, desde o século 16 quando o rei da dinastia Tudor, Henrique VIII, desligou o Estado absolutista inglês dos desígnios de sua "santidade" (la putana romana) rumo a criação de uma Igreja nacional (Anglicanismo).
Hoje, sob outras circunstância, menos políticas ou mesmo religiosas, um papa enfrenta uma  série de obstáculos para colocar os pés na ilha britânica que nem Júlio César, ditador romano da antiguidade, conseguira submeter a sua vontade.
O governo inglês se recusou a bancar a visita de sua "santidade", afinal de contas o dinheiro do contribuinte não é coisa para se gastar com instituições religiosas, ainda mais quando se trata de figura anacrônica e perversa. Resultado: os poucos britânicos católicos, ovelhas encurvadas de Pedro, terão que gastar cerca de R$ 60,00 pelo ingresso que dará acesso as missas e programas realizados por Bento 16.
Além disso há na Inglaterra, como em boa parte da Europa pensante  (na Suécia o ateísmo chega a 85% da população), um intenso movimento secular, cientificista, que repudia a intolerância religiosa e até mesmo o argumento religioso desvinculado da boa e velha racionalidade/experimentação/lógica: o que chamamos de antiteísmo ou o novo ateísmo, cujo representante maior é o biólogo Richard Dawkins, autor de best-seller "Deus, uma Ilusão" e que já  promovera uma campanha nos ônibus londrinos com faixas e cartazes com dizeres libertários de cunho ateísta.
Assim, a Inglaterra e o povo inglês dá exemplo  ao mundo: quer vir ao país, ok, mas sem o dinheiro de  contribuinte, e outra, prepare-se para dialogar e tolerar movimentos e argumentos contrários ao seu (respeitando a pluralidade do  mundo e da cultura, na qual qualquer religião ou posição religiosa faz parte). Ao contrário dos brasileiros, do Estado brasileiro, ainda laico somente em linhas mortas de lei, que não só recebe um papa como também faz uso do dinheiro do contribuinte para recebê-lo  (e isso inclui o meu dinheiro, eu, um ateu), sem falar na infantilidade do  povo brasileiro no trato com o pontífice (com shows realizados por ovelhas artísticas como Roberto Carlos chegando ao ápice da alienação e do mau gosto cultural com figuras como Marcelo  Rossi - ginástica de Jesus, Fábio de Melo - padre sexsymbol e metrosexual).

 

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Programa Saia Justa (canal GNT) discute o Ateísmo



sábado, 11 de setembro de 2010

"Its my Life" (Esta é minha vida) - Bon Jovi

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Peter Griffin "Surfin Bird" (bi-bi-bi-bi-bird, bird, bird, bird is the word)

Juventude que Pensa: "Ensaio sobre o Poder"

sábado, 4 de setembro de 2010

O PSDB Morreu.

Os políticos tucanos falam, através de seu folhetim semanal (que responde por Veja  ou Grupo Abril-Civita) que o governo petista promove um emparelhamento do Estado brasileiro, quando com um olhar mais atento percebemos que  o próprio  PSDB se emparelhou, e se perdeu, quando o partido social-democrata se fez refém da cúpula dos Jardins (Fernando Henrique, José Serra, Geraldo Alckmin, o falecido Mario Covas).

O PSDB,  como  já escrevi no Twitter, é um partido sem raízes sociais, que não dialoga  com os movimentos sociais, muito menos com os mais pobres; é um partido, essencialmente, pequeno-burguês (e com todo o ranço que o termo carrega, de caráter classista).

A cúpula  dos Jardins possui  uma visão de Estado gerencial, racionalista (a influência weberiana não é mera coincidência), esquecendo  o lógico: vivemos em um país marcado pela desigualdade e pela miséria, com sérios problemas infra-estruturais. Ou seja, é preciso governar com carinho pelo povo, é preciso "ir pelo social", e isso a cúpula dos Jardins não conhece  (dai a favela cenográfica na campanha de José Serra para a presidência  -  ou seja, é gente que não conhece o próprio país, e se conhece não gosta dele).

É como aqui em Minas Gerais em 8 anos de Aécio Neves: choque de gestão! O choque foi tão agressivo que o Estado arrecada cada ano mais, e gasta cada vez menos no social, gerando a falsa impressão de que aqui tudo está bem porque as contas fecham no azul. Quando olham para os servidores, tratam-lhes como subalternos, como um corpo de funcionários mal remunerados que ali estão para tratar  do rebanho (o  povo, na visão dessa gente, como gado na educação, área  em que atuo diretamente, onde as crianças são amontoadas nas escolas como que agrupando bovinos no  pasto).

Dai a vitória, óbvia, consolidada, de Dilma Roussef a Presidência da República, ou seja, este PSDB é tão ruim, tão anacrônico e distante da realidade do país que praticamente até eu, apoiado por Lula, venceria qualquer  indicação tucana ao comando da nação. A política brasileira não dispõe de referenciais sólidos, o caráter ideológico da política partidária é coisa do  passado (os partidos disputam o poder pelo poder e não por projetos de sociedade ou de promoção do bem comum) e restou  ao povo seguir, compreensivamente, aquele que mais próximo está de si: Lula, a liderança carismática só  comparada, em termos históricos,  ao velho Getúlio Vargas (que governou entre 1930-1945, e depois entre 1950-1954). Mesmo  com Dilma eleita, Lula voltará, não tenham dúvida disso.

E assim, após nova derrota eleitoral (talvez de forma humilhante), só  resta aos tucanos que não participam da lógica dos Jardins sairem do partido, morto politicamente, e pensarem numa nova organização  política ou mesmo partirem para partidos de esquerda próximos ao status quo. De qualquer maneira o PSDB clássico, puro-sangue, classista, elitista, da cúpula dos Jardins, está definitivamente morto, agora é só ir velando o candidato careca e depois enterrá-lo para todo sempre.



quarta-feira, 1 de setembro de 2010

REVOLUÇÕES INGLESAS PARTE 2 OLIVER CROMWELL

A Nova Legião do Mal - tremam eleitores!

Está formada a "Legião do  Mal",  tremam, diante dos gestores estaduais que usam de seus  poderes para expropriar a sociedade brasileira - com eles  o mundo é um lugar onde a riqueza se concentra, o trabalhador  é rebanho, a educação é uma infâmia, os transportes caóticos (menos para eles que dispõem de jatos, helicópteros), a insegurança fora de suas muralhas ou "bolhas sociais" é total (conhecidas também por condomínios fechados).
E agora, quem  poderá nos proteger?


VAMPIRO CARECA














XUXU DA OPUS  DEI
















ABOMINÁVEL SENHOR DAS NEVES














YEDA CRUZ CREDO