Mas data houve em que se acabaram
Os tempos duros e sofridos
Pois um dia aqui chegaram
Os capitais dos países amigos
País amigo desenvolvido
Amigo do subdesenvolvido
E nossos amigos americanos
Com muita fé
Nos deram dinheiro e nós plantamos
Só café, só café...
É uma terra em que se plantando tudo dá
Mas eles resolveram que nós deveríamos plantar
Só café, só café...
Começaram a nos vender e nos comprar
Comprar borracha - vender pneu
Comprar minério - vender navio
Pra nossa vela - vender pavio
Só mandaram o que sobrou de lá
Matéria plástica, que entusiástica, que coisa elástica, que coisa drástica
Rock balada, filme de mocinho
Ar refrigerado e chiclet de bola
E coca-cola
(...)
O povo brasileiro embora pense
Dance e cante como o americano
Não come como americano
Não bebe como americano
Vive menos sofre mais
Isso é muito importante
Muito mais do que importante
Pois difere o brasileiro dos demais
Personalidade sem igual
Porém
Subdesenvolvida, subdesenvolvida
Essa é que é a vida nacional
Carlos Lyra e Francisco de Assis "O Subdesenvolvido"
Querido Tiago,
ResponderExcluirValerá sempre a pena divulgar uma arte engajada e comprometida socialmente como são esses poemas. A função da arte é emociaonar, mas, se vier atrelada ao conscientizar, melhor ainda, será sempre uma nova via de politização. Beijos.