sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Agradecimentos e que venha 2011!

Último dia de 2010, putz, passou rápido, e quando vemos uma nova etapa da vida se avizinha. Pessoalmente 2010 foi um ano repleto de mudanças, algumas positivas, outras nem tanto, tivera momentos de alegria e tristeza, como um pêndulo solto, pra lá e pra cá, como a vida tem que ser, dinâmica, mutável.

Para o Brasil um ciclo político se encerra (será?), sai Lula, entra Dilma Rousseff, com todo respeito e merecimento a primeira mulher brasileira a governar este país, a ter em suas mãos os rumos de nossa república de bananas. Apesar de anarquista, de não dar crédito ao Estado nação como promotor de justiça e igualdade social, só posso desejar a nossa governante toda sorte do mundo, e que ela consiga, seja de que maneira for, colocar este país no rumo do progresso, do desenvolvimento, mas sempre, sempre, com justiça social, quiçá sem miséria, sem fome, sem violência, com as ruas tomadas por um povo produtivo e batalhador e não por marginalidades.

Espero que os novos governos estaduais, alguns não tão novos como em São Paulo, tenham esta  mesma sorte e comprometimento com o povo, em especial sobre a educação, que vivencio de perto, como profissional, desde os idos de 2007 quando pela primeira vez assinei um contrato de trabalho para dar aulas de História, nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio, para as crianças e adolescentes do bairro Trevo, no encontro de Belo Horizonte com Contagem. É obvio que sem uma educação de qualidade, investindo em toda a estrutura, mas em especial no capital humano, este Brasil não será uma nação viável, até porque corremos um sério risco de apagão de mão-de-obra qualificada num futuro não muito distante.
Que 2011 seja um ano de vitórias a todos nós, que caminhemos sob a égide da consciência, da racionalidade, e da fraternidade. Que 2011 seja mais um ano em que daremos mais um passo, por menor que seja, rumo a construção de uma nova sociedade, alternativa e autogestionária, em suma, mais igual e mais justa.
Os meus sinceros obrigados e abraços a todos que me leem, assistem, escutam, a razão de ser de um educador, de um historiador, é estar sempre junto as pessoas e não num castelo universitário!
Tiago Menta.

sábado, 25 de dezembro de 2010

GOVERNO LULA 2002 - 2010 PARTE II

GOVERNO LULA 2002-2010 parte I

Imagens Natalinas

Feliz "Natal"....




Um 2011 cheio de conquistas e sucesso para todos nós...
Abraços do amigo, prof. Tiago Menta

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Chega desta falsa estabilidade!

Nós brasileiros, comprometidos com uma educação de qualidade, devemos ser corajosos e enfrentar os problemas de nossa má qualidade educacional em suas raízes mais profundas, e isto, sei que desagrada uma parcela grande de companheiros tocar no assunto, quase tabu: o fim da estabilidade de emprego para todo o servidor público, incluso o professor.

Estabilidade no emprego deve ser uma conquista diária, com competência em sala de aula, e não por condição de aprovação em uma prova no mínimo questionável, que avalia muito mal o ingressante ao posto de educador. Os concursos públicos no Brasil se transformaram a bom tempo numa dualidade perversa: negócio lucrativo e politicagem.

E qual a razão de ser da chamada indústria do concurso público: a maldita estabilidade, que condena o empregado/servidor público a condição de acomodação, de imobilismo, anacrônico se pensarmos na realidade atual do mundo pós-moderno, fluido, líquido, dinâmico, veloz, integrado. Dai a permanência, em muitas de nossas escolas, de "profissionais" que permaneceram no período Cenozóico, Jurássico, em todos os sentidos - transformados numa massa de educadores incompetentes, velhos, cansados em profundidade e desinteressados com tudo aquilo que cerceia a educação.

Obviamente  não serei leviano, deve-se tirar a estabilidade do educador e de todo servidor público, mas deve-se em contrapartida dar a todos condições de excelência no trabalho, como acesso a tecnologias, a informação, a formação continuada e evidentemente a salários competitivos, dignos de um profissional com curso superior (hoje não menos que R$ 2500,00 com o professor trabalhando integralmente, 8 horas diárias- sendo 4 em sala e 4 fora mas dentro do ambiente escolar, em uma única escola).

Isto sim é meritocracia verdadeira, que vai trazer as melhores cabeças de volta as salas de aulas, tornando as licenciaturas profissões novamente atrativas. Quem é bom, gosta do que faz, se dedica ao ensino e ao seu conteúdo, não deverá temer o fim da estabilidade, pelo contrário, ele será recompensado pelo seu trabalho e competências, sabedor de que para se manter no mercado deverá fazer jus a condição de profissional da educação.

Contudo, isso não será feito pelas vias sindicais, que defendem o professorado a tal ponto que se esquecem da educação como valor maior, como razão de ser de todos os profissionais. Preocupa-se com a classe, mesmo que esta seja recheada de incompetentes, e liga-se um "foda-se" para a qualidade da educação brasileira. Isso se evidencia nas discussões em torno de concursos, de promoções, de critérios esdrúxulos para formação de quadro de pessoal nas escolas, em "direitos adquiridos" carcomidos como quinquênios, biênios, como se tempo de serviço fosse indicativo de qualidade, e não o é.

É preciso que a sociedade abrace esta ideia, lute pela educação de seus filhos e das gerações posteriores, pressionando os governos, escolas e profissionais da educação. Falo isso com naturalidade, pois é triste a gente ver, ano após ano, um bando de incompetentes travestidos de educadores, o que arrebenta com o sistema educacional como um todo, e pior, inviabiliza uma valorização real do nosso magistério.

God of War 2 - O Passado de Zeus

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Orgulho Ateu nos ônibus brasileiros



Estas são as imagens que irão circular nos ônibus das cidades brasileiras de Porto Alegre e Salvador; ótima iniciativa, não como projeto ateísta de racionalização da sociedade brasileira, mas sim para combater toda forma de preconceito, existente e resistente, contra nós ateus brasileiros.
Parabéns a Atea, acesse hoje mesmo

http://www.atea.org.br/

Mulheres, fantasia e realidade: equação difícil

Um homem de 45 anos, viúvo, dono de um pequeno hotel parisiense, uma mulher de 20 anos, noiva de um jovem diretor de cinema e atriz. O local de encontro: Rua Julio Verne (alusão ao autor de literatura fantástica, como na obra “20 mil léguas submarinas”), em um espaçoso porém envelhecido apartamento a ser dividido/alugado por ambos. Este é o enredo central do ainda polêmico filme do italiano Bernardo Bertolucci “O Último Tango em Paris”.
Dias atrás tomei a liberdade de revisitar o filme, numa destas noites solitárias belo-horizontinas, regada a vinho tinto chileno no copo e toda a atenção na película. Queria, mais uma vez, tentar compreender aquela relação homem-mulher, talvez numa busca inconsciente pela compreensão do incompreensível.
A proposta inicial da relação era simples: os dois se encontrariam sempre naquele apartamento, local de suas fantasias e ardor sexual pulsante, porém com a condição de nada trazer “o que vem de fora” para dentro daquele lugar, quase sagrado de puro hedonismo – daí nada de contar a sua história de vida, projetos, nem ao menos o próprio nome.
Tudo ia muito bem entre o casal, até que o personagem de Marlon Brando repentinamente absorve a recente perda da esposa (que suicidou-se em uma banheira após cortar os pulsos com uma navalha) e por um ato de coragem decide ir além: se propõe a amar.
Quando ele leva a amante a decisão de mudar, de construir uma relação real, com amor, nomes, angústias, histórias, projetos e planos para o futuro, ele acaba por frustrar-se quando recebera um seco e inquieto “não”. Como não compreendia a negativa daquela mulher, agora a quem ele queria entregar-se por inteiro, ele a persegue pelas ruas de Paris – levando-o a morte (ela lhe desfere um tiro a queima-roupa). Um final trágico, certamente.
Deste filme eu poderia recolher uma série de pensamentos, passando até pelo que eu chamo de “amor existencialista” (pegando como exemplo a liberdade defendida por Sartre e a proposta de amor-livre, como o próprio filósofo francês mantivera com sua amante Simone – que tanto agitaram os anos 60, numa espécie de contracultura típica a partir do maio de 68), mas o que me perturba, no sentido positivo do termo, que me faz refletir, me tira do lugar comum e me move a pensar criticamente é a mudança apontada no filme: o quanto a fantasia pode ser mantida numa relação homem-mulher, e se somente a fantasia é o que valeria a pena numa relação amorosa. O real, a labuta, os projetos em comum, a construção de algo a dois, seria realmente uma utopia humana?
Na minha vida pessoal posso encontrar momentos semelhantes, numa épica batalha entre fantasia e realidade, e como no filme, quando a realidade entra em jogo e se assume como base poucas foram as vezes que uma relação a dois seguira adiante: estaríamos todos nós cansados do real? Estaríamos todos nós absorvidos pelo sonho, pela fantasia, pelas facilidades, falsas, criadas pelo mundo do capital? O que eu quero: uma mulher imersa na fantasia e indisposta a realidade ou o contrário, uma mulher consciente e ávida por realidade, porém crua a ponto de nada fantasiar? Pois é, eis a questão que eu creio jamais conseguir responder.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Palestra Dr. Miguel Arroyo - Forum EJA MG-SP vídeo 2

Palestra Dr. Miguel Arroyo - Forum EJA MG-SP

sábado, 18 de dezembro de 2010

Lady Gaga - Bad Romance - Legendado

Gaga devora Noel, e assertivas sobre o Natal



Lady Gaga, ótima sacada, afinal por que não devorar o Papai Noel? Símbolo do consumismo, com suas roupas vermelhas, negras e brancas (alusão clara a Coca-Cola Company)...

Quantos pais e mães, agora mesmo, estão em suas casas desesperados, gastando o que não poderiam com o consumo demonstrado pelo desejo irrefreável de seus filhos, crianças e adolescentes. E tudo isso para quê? Demonstrar afeto, dentro do chamado "espírito natalino"...bobagem!

Afeto é ação diária, do cuidar do outro, do zelar pelo bem-estar do outro, e não por saciar o desejo do outro.

Assim como a controvertida artista eu sou daqueles que não gostam, definitivamente, do Natal - em todos os sentidos, desde o sentido religioso até o mais material argumento, no caso o consumo pela via da troca de presentes.

O final de um ano e a chegada de um novo ano são pura abstrações humanas, dentro da concepção, criativa, do que seria o tempo; porque na realidade vivemos um eterno hoje, um eterno presente. Passado, futuro, são mecanismos memorialistas, referenciais, não existencialmente aceitáveis. Obviamente que inserido na cultura ocidental como estou é fato desejar aos amigos mais próximos, colegas de trabalho, familiares, um ano seguinte de prosperidade e vitalidade - mesmo sabedor que da noite do dia 31 de dezembro se comparada ao dia 01 de janeiro literalmente nada, nada, mudará.

A caminhada humana é uma só, sem direção, como pura sobrevivência. Podendo comer, beber, dormir, ter um lugar para me proteger, já me darei por satisfeito. Mas Tiago, quais os planos para o amanhã? Não há amanhã, meu caro...

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O caso wikileaks

O vazamento de informações, antes sigilosas, da diplomacia ianque, simplesmente jogou no ventilador a certeza de que os Estados Unidos tratam as outras nações do  globo de maneira preconceituosa, petulante, típico de quem anda com o nariz arrebitado, destinando a nós, aliás, todos nós, os "outros", entrar somente pelo "elevador de serviços" global.

A diplomacia norte-americana, o governo norte-americano e até parte do povo norte-americano (em especial nas regiões sul e oeste do país, excetuando-se a faixa litoral nordeste, como o estado de Nova Iorque) nada  mais são do que uma espécie de "dondoca" conservadora, cristã, gastadora, militarista, nacionalista (dos tipos que asteiam a bandeira tricolor/estrelada todas as manhãs). E qual seria a visão que esta madame, devoradora e consumista, teria do resto do mundo? Basta ler os documentos apresentados pelo wikileaks.

Não é sem razão que o governo ianque tenta, a partir da conivência sueca e dos supostos casos de estupro neste país, colocar atrás das grades e definitivamente demonizar o criador do portal Julian Assange. Assange que tem em torno de si uma legião de internautas, de jovens como eu e você, que transformamos a internet no único e verdadeiro espaço democrático deste planeta. 

Transpondo esta lógica para o Brasil, passamos a entender o porque do  Congresso Nacional, esta escória usurpadora que deu a si mesmo 62% de aumento salarial (ontem, dia 15/12/2010), insiste em promover leis que porventura tentariam normatizar o  uso da internet, inclusive de conteúdo, ledo engano - a velocidade da informática, do progresso técnico que não recuará jamais, é infinitamente maior se comparada a burocracia de Estado, lenta e anacrônica.

O caso wikileaks é mais do que a prova definitiva de como os Estados Unidos são, não só militarmente, mas ideologicamente um "império"; e a história nos mostra, em especial no caso romano (que tanto fascínio exerce sobre  os norte-americanos) a maneira pela qual os imperialistas tratavam os "outros", os diferentes: criando conceitos, preconceituosos e justificadores de atrocidades, do tipo "bárbaros", "selvagens"...e que eles, no alto de sua potência imperial, seriam os únicos capazes de nos civilizar, de nos inserir numa espécie de dignidade social. 

Contudo, um dias os bárbaros, em maioria, baterão as portas de vossos  palácios imperiais e tomarão para si os rumos da vida. 

Além disso o caso-wikileaks aponta o confronto, mais subliminar, entre Estado-nação e comunicação global. Ou seja, entre duas forças que possuem bases completamente diferentes: o Estado-nação é delimitado territorialmente,  com população própria, linguagem própria e estrutura de governo; já a comunicação global é atemporal, é hiperdimensional, é multilíngue, global e democrática/beirando a anarquia real. Ao Estado-nação só cabe responder a isso com duas armas, velhas: a lei e as armas. Será isso o suficiente para conter o avanço monstruoso da comunicação global? 

Serra = obra da imprensa golpista

PÂNICO - Paulo Henrique Amorim DETONA Miriam Leitão, Lucia Hipólito e Re...

Marcelo & Manguaça (Sertanejo Universiotário) - Comédia MTV 11/08/2010

domingo, 5 de dezembro de 2010

"Reflections of my life" (Reflexões da minha vida) - The Marmalade


A mudança da luz do sol para a luz do luar
São reflexões da minha vida e como enchem meus olhos... 
A agitação das pessoas em apuros
São reflexões da minha vida e como enchem meus olhos...
Todas as minhas tristezas, tristes amanhãs
Levem-me de volta ao meu próprio lar
Todas as minhas lágrimas (choros), sinto que estou morrendo
Levem-me de volta, ao meu próprio lar
Estou mudando, arranjando, estou mudando
Estou mudando tudo, tudo à minha volta
O mundo é lugar ruim, um lugar mau
Um lugar terrível para viver, mas eu não quero morrer

sábado, 4 de dezembro de 2010

"Provocações" com Lauro César Muniz

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Quem são os conservadores?

Desde os eventos extraordinários da Revolução Francesa passamos a conviver com a ideia de uma separação clara entre dois componentes político-sociais: a esquerda revolucionária e a direita conservadora.
Nos últimos anos da vida brasileira temos nos habituado, cada dia mais, com algumas noções do que é a esquerda política, em suas diversas nuances, umas mais e outras menos revolucionárias que as outras. É fato que temos sido governados por um partido, no caso o PT, de claras raízes de esquerda e com bandeiras clássicas da esquerda (a própria simbologia partidária com a estrela vermelha, alusão fácil de identificar com o stalinismo soviético ou mesmo o maoísmo chinês).
Contudo quero aqui identificar ao leitor as forças contrárias a esta lógica, os conservadores, a direita, quem são, o que pensam e o que querem?
O  conservador é aquele que quer, por essência, a manutenção de uma ordem social na qual ele nem ao menos visa discutir ou compreender, porque para ele a realidade está dada, com todas as suas imperfeições e injustiças tratadas de maneira naturalista. Ele não só não quer nada mudar como também não poderia, visto não querer compreender os fatos sociais em questão, já que o mundo social para ele é um fenômeno dado e pronto.
Dai a sua aproximação com a religiosidade, pois esta será a válvula de escape do conservador, a necessidade de transcendência, para fora do mundo real, que ele não compreende e não tenciona mudar. Ele tem uma fé, fervorosa, de que somente na perfeição platônica do além-mundo ele encontrará um ambiente justo, igualitário, junto a um Criador que em tese representaria o sumo-Bem.
Como afirmara em outro texto, será na ética do conformismo cristão que o conservador depositará todas as suas fichas sociais e existenciais, nada além disso.
Desta relação intrínseca com a religião o conservador tenderá a absorver o único e típico argumento religioso: a moral. Por isso o moralismo pedante e a intolerância contra tudo aquilo que lhe é diferente: e dá-lhe violência contra negros, homossexuais, pobres, mulheres, estrangeiros, etc.
E disso tudo postulamos uma simples equação de equilíbrio: conservadorismo/direita = naturalização do fato social + ética do conformismo + moral + intolerância. Percebemos então quanto é limitada a visão de mundo do conservador, um ser destinado a obedecer, a ajoelhar-se, e a reprimir com força o outro, a assenhoriar-se diante do outro que lhe é estranho e diferenciado. E pior, contra ele não adianta usar argumentação alguma, pois o conformismo e a naturalização se entranharam tanto dentro dele que ele não raciocina, ele apenas obedece, vocifera a ordem que vem de cima, de sua vida estruturalizada numa hierarquia sem  fim. 
Logo o conservadorismo também terá lugar nos  órgãos militares, marcado pela disciplina da vida humana ao ponto da completa robotização do homem - que cometerá crimes contra a humanidade, visto o nazi-fascismo, sob a "justificativa" de se estar seguindo ordens, sem questionamento algum, sem pensar, sem contra-argumentar.
Por fim o elitista, o burguês, o médio-classista, que acredita e deposita suas fichas em uma sociedade de robôs dentro de uma rígida hierarquia social. Onde uns mandam, outros tantos obedecem. Lembrando que o médio-classista  nada mais é que um pré-burguês, um projeto de burguês, que reforça e fortalece a burguesia como um todo (mais e mais pessoas obstinadas a um dia, como possibilidade mesmo, tornarem-se burgueses, com as benesses da diferenciação social e com a benção da ética conformista).
E assim, quando observamos o  espectro social as luzes conservadoras se concentram com maior facilidade entre os religiosos, os burgueses, os militares e a classe média.

O típico elitista/usurpador brasileiro (por Marcelo Adnet)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Papa Bento XVI e a Camisinha (em imagens)






quarta-feira, 24 de novembro de 2010

"EU AMO A SUA MÃE" LINDOMAR CASTILHO

John Lennon e o Anarquismo

Poucos conseguem perceber, mas nem sempre uma música o canção de caráter anarquista precisa ser "nervosa", e eis aqui um dos grandes exemplos, em minha opinião de uma das canções  mais belas e puramente anarquistas que conheço "Imagine" do ex-besouro John Lennon.

Na letra da canção, que nos  convida a um exercício de reflexão e de imaginação, de um amanhã, utópico mas não menos valoroso, onde não há Estados, nações, religiões, céus e infernos, nem propriedade; dai convido a todos a imaginar, como John, Yoko, eu e por que não você ai também, caro leitor...

domingo, 21 de novembro de 2010

Jesus e a Ética do Conformismo

É do senso comum, especialmente entre os não-crentes (porque para os crentes e religiosos, ditos cristãos, ele é a encarnação de uma divindade criadora do Universo), de que Jesus de Nazaré seria uma espécie de líder revolucionário do mundo antigo. Permita-me discordar.

Jesus liderou milhares de pessoas, aglomerou centenas ao seu redor, claro que sim. Como era típico do messianismo oriental, dentro de uma ordem repressora como era a Jerusalém dominada pelos romanos, ali uma província romana. Era natural que muitos "messias", muitos salvadores, se apresentassem, especialmente entre o povo judeu (que por convicção religiosa e por historicidade sempre estiveram a espreita pela chegada do salvador que lhes cortariam os grilhões de séculos de escravidão - mesopotâmicos, egípcios, romanos/ todos um dia foram seus senhorios e dominadores).

Apesar disso, de reunir centenas ao seu redor, Jesus estabeleceu uma ética contra-revolucionária e não uma ética revolucionária: ele dá a face ao inimigo, ele aceita o domínio do outro, porque crê na realização verdadeira num pós vida junto ao pai e criador; e assim ele dizia para dar a César o que seria, de fato, de César. Oras, isso é argumento conformista, que aceita o outro como um senhorio menor, mas ainda assim aceita a existência de um senhorio, de alguém que legitimamente lhe impõe domínio e destino.

Jesus não sublevou o povo hebreu contra o domínio romano, não reuniu as massas para a luta por uma vida melhor aqui e agora. Jesus não lutou contra a desigualdade social, mas aceitava-a, pois para este a igualdade real e objetiva estaria no além-vida.

Como pensar em  um Jesus revolucionário quando a sua revolução se baseia num porvir desprovido de objetivo claro e palpável? O fato da vida eterna, fora do mundo terrenal, como valor e crença não poderia, jamais, ser usado como mecanismo de aceitação de um mundo mundano marcado pelo domínio de poucos sobre muitos, de um mundo desigual.

Não quero aqui retirar o valor do homem que transformou-se numa das maiores religiões monoteístas do  planeta Terra, longe disso. Mas é preciso discutir a ideia de Jesus "revolucionário", que em minha opinião, como estudioso das ciências humanas, mostra que isto ele não o foi, nem tencionara ser.

Rousseau, Marx, Lenin, Espartaco, Che Guevara, Bakunin, estes sim demonstram uma ética verdadeiramente revolucionária, de luta e de transformação do mundo real, físico, do aqui e agora  (o resto é abstração, crença e utopia sem episteme alguma); Jesus foi um homem que tivera poder de persuasão entre os seus, que estabelecera uma ética do amor/da conformação-aceitação, e com isso, de maneira resignada, morto na cruz como qualquer ladrão pé de chinelo do mundo antigo e romano, sua história teria se encerrado ali - o que  não ocorreu devido ao trabalho de seus seguidores mundo antigo afora e em especial ao próprio Império Romano, que institucionalizou e instrumentalizou a sua ideologia sob a forma do Catolicismo e do papismo.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Deixe o Sol entrar em você!

Deixar o sol entrar, "deixar o sol entrar", frase/pedido de tamanho sentido dentro de um Universo humano marcado pelo mais absoluto obscurantismo, autoritarismo e intolerância.

Nós temos, a muito tempo, que começar a aprender a deixar o sol entrar, fazer a luz penetrar em nossas mentes opacas, recheadas de escuridão.

Até quando aceitar como normal a luta do homem contra o próprio homem, até quando aceitar a destruição do planeta pelo homem, até quando aceitar que o diferente seja tratado como ética e existencialmente inferior, portanto passível de dominação e até destruição? Até quando homo sapiens sapiens?

Por que não podemos, dentro de nossas individualidades, de nossas diferenças, dar-nos as mãos e construir um amanhã mais igual e digno para nossos filhos, netos e gerações a posteriori? Sem discutir sexo dos anjos, sem reformismos, sem naturalizar a brutalidade do mundo desigual e injusto, sem fugir da necessidade imanente de revolucionar - revolucionar a si mesmo, antes de tudo, rumo a um novo eu, uma nova associação e entendimento entre as pessoas na coletividade latente dentro de cada um de nós.

Coletivizar, igualitar, numa unidade indissociável - a humanidade, compreendendo as diferenças como mecanismos de aperfeiçoamento do todo e não como ameaça ao status quo que insiste em querer ficar  onde está, mesmo que para isso derrame o meu ou o seu sangue.

Conclamo os idealistas que me leem, que me tem como alguém a ser ouvido, jamais seguido (a roupagem sacerdotal não me cai bem, e ainda me provoca coceiras por tamanha sujeira) a deixar, como eu, o Sol entrar dentro de você! Que reconstruamos um novo Iluminismo, já, agora mesmo, basta fazer como eu e deixar o Sol entrar - let the sunshine in...

 





quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Em 2011: "Lanterna Verde" - imperdível!

Duelo de Hotéis: Diadema vs Califórnia



quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Independência do Brasil - 1822

domingo, 14 de novembro de 2010

Texto sobre Aborto do MFP (Movimento Feminino Popular)

Maternidade forçada é escravidão
De acordo com os defensores da criminalização do aborto, o corpo e a vida da mulher devem ser controlados por forças alheias a ela. Alheias, não porque não haja ligação entre a mulher e o feto, mas porque não é a vontade da mulher que determina se ela levará ou não a gravidez adiante.
Já há estudos aprofundados a respeito do desenvolvimento do feto que comprovam que até as 12 semanas de gestação ele não desenvolveu córtex cerebral (camada de cor cinzenta e espessura irregular que envolve o cérebro humano e de grande atividade neural) e que, portanto, não pode sentir nada e muito menos pensar, recordar ou ter sentimentos. (...)
Aqueles que apregoam hoje "defesa da vida" para atacar as mulheres são de fato pró-morte, pois eles se opõem até mesmo ao uso da camisinha como medida de proteção contra o vírus HIV e como método contraceptivo. Baseando-se em uma infundada "ética" e em uma "moral" patriarcal, os reacionários criminalizam a mulher e impõem a maternidade, combatem os métodos contraceptivos, o direito a uma sexualidade independente da procriação e até mesmo à educação sexual. E mais, como no período medieval, atacam as mulheres não submissas ao homem, à Igreja e às "autoridades".
(...)

Pelo direito ao aborto legal, seguro e gratuito
O direito ao aborto legal, seguro e gratuito é um direito fundamental para a vida da mulher. Se a mulher conquistar esse direito, esse poder de decisão sobre seu próprio corpo, e romper esse elo de opressão, as mortes por abortos clandestinos e inseguros poderão ser eliminadas, a maternidade será voluntária e não forçada e se abrirão novas possibilidades para a participação da mulher na vida social.
(...)
A família trabalhadora tem o direito de decidir quantos filhos quer ter, mas cabe à mulher decidir se quer ou não ser mãe, quando pretende ser e quantos filhos pretende ter. A luta contra a criminalização do aborto passa por importantes debates sobre verdade científica e a quebra de velhos mitos que só servem a escravizar a mulher e impedir sua participação plena na vida social.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

O sexo no Brasil Colonial

Brasil colonial, ciclo econômico do açúcar, nordeste brasileiro. Este é o contexto de uma típica casa-grande colonial, comandada a mãos de ferro pelo colono português a quem chamamos de senhor de engenho, acompanhado de seu núcleo familiar (a sinhá/esposa, a sinhazinha e o sinhozinho que acabava indo estudar nas universidades européias).

Junto aos membros reinantes e dominantes da casa-grande há um verdadeiro "mar negro" ao redor, seja nos trabalhos forçados em meio ao cultivo da cana ou mesmo dentro da casa como domésticos.

E é nesta dinâmica econômico-social bem delineada, marcada pela dominação racial e classista, que encontramos uma comunidade entregue aos prazeres do corpo, transbordando sexualidade (como preconizava o sociólogo Gilberto Freyre).

O senhor encontrava um "problema" na vida colonial: pequena disponibilidade de mulheres brancas na colônia brasileira, dominada pela negritude africana, com seus contornos, quadris arredondados, seios fartos, bocas enormes. Aqui vivia-se um espécie de utopia "sargentélica".

Sua sinhá, na qual se casou ainda jovem, é uma mulher de função delimitada, reforçada ideologicamente pela mentalidade cristã: produzir, rapidamente, uma série de crianças. E ao passar dos anos, ainda jovem, a sinhá se via como uma matrona (mulher flácida, gorda, geratriz de crianças, presa a casa e aos filhos).

Vendo a radical transformação de sua jovem sinhá em matrona, não encontrando brancas ao seu redor, e fazendo-se impor o seu direito de proprietário de seres humanos, o senhor logo se entregará, de maneira luxuriosa a toda espécie de atos sexuais com suas escravas (algumas vendo nisso uma espécie de benefício, já que acabariam por gerar filhos mestiços ou mesmo favores de seus senhorios-amantes/abrandamento da condição de escrava).

A sinhá, matrona, cercada de criadas negras, mucamas, sem nada a fazer em casa, sem nada a produzir senão filhos periodicamente e mecanicamente, acabara por tornar-se elemento esquecido por seu senhorio - perdido em meio a suas loucuras sexuais. Contudo, a sinhá ainda mantinha, até pela condição de jovialidade biológica, todo um desejo sexual pulsante, ardoroso e guardado dentro de si. E ela, assim como o marido, irá procurar suas escravas como mecanismo de prazer, fazendo florescer no ambiente colonial e açucareiro imagens do mais puro ardor lésbico.

Eventos estes, lascivos, dentro de uma sociedade dita conservadora, cristã e católica fervorosa, para horror dos homens da igreja que sempre tiveram repulsa ao sexo, tentando sempre, ao longo dos tempos, encarcerá-lo numa ética antinatural e fadada ao insucesso.

Isto é o Brasil colonial, marcado pelo sangue negro escorrendo no pelouro e seus açoites, mas também marcado pelo sangue negro imiscuído de sexualidade, na forma de líquidos vaginais e sêmen.

Capa "histórica" de Veja em 1888

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O Capital Brasileiro e seus Recordes Infames

O Estado "laico" nacional

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Fernanda e seus "conselhos" amorosos - hilário

Marcelo Adnet e o real boleiro nacional

domingo, 31 de outubro de 2010

Parabéns e boa sorte Presidente Dilma Rousseff

Finalmente, após uma batalha eleitoral que se arrastara por meses, chegamos ao derradeiro resultado: eleita Dilma Rousseff,  do PT, a primeira  mulher presidente deste país.
Vitória de Dilma, vitória de Lula (anunciada a tempos quando vemos a aceitação presidencial chegar a aprovação de mais de 80% dos brasileiros); e claro, nova derrota demo-tucana (em especial do grupelho de Higienópolis, capitaneados pelo ex-presidente FHC), derrota das forças que insistem no conservadorismo (como setores direitistas vindos de movimentos religiosos, como o neopentecostalismo carioca ou a renovação carismática católica, além de setores da CNBB alinhados com a política medievalista de Bento XVI).
Apesar de reafirmar, sempre, que a democracia representativa é uma falácia, uma instituição demagógica e reprodutora de uma ordem social que promove desigualdade e injustiças, ainda assim, a escolha de Dilma Rousseff indicara que os brasileiros estão votando melhor, deixando para trás séculos de preconceito de gênero - do tipo que condenara as mulheres a vida domiciliar, como eternas amélias na beira do fogão a espera do  homem provedor.
Sem nunca abandonar o clamor revolucionário, o fulgor anarquista que não aceita a autoridade e o domínio do homem pelo homem, não posso, como cidadão, deixar de desejar boa  sorte a nossa Presidente e que ela, com toda sorte, faça do Brasil um lugar melhor para se viver.
Parabéns Dilma Rousseff! 

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Ultraseven - Orquestrada

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Horrores do Neopentecostalismo





segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Saudades da Imprensa Maratiana

Muito se tem debatido acerca do papel da imprensa na vida política brasileira, ainda mais agora durante as eleições presidenciais. É evidente que a imprensa possui um caráter ideológico e engajado, assumindo, uns mais outros menos, o seu posicionamento político.

Exemplos não nos faltam: de um lado a revista Carta Capital petista, de outro a demo-tucana Veja; aos mais radicais de esquerda poderíamos apontar a Caros Amigos.

Historicamente a imprensa sempre exercera papel preponderante nos eventos em questão, e não é sem razão que muitos estudiosos a apontam como o chamado "Quarto Poder", de certa maneira observando os caminhos percorridos pelo Judiciário, Legislativo e Executivo. Com a consolidação da ordem capitalista ao longo dos últimos três séculos, a mesma é agente ativa dentro da ordem de uma "Sociedade de Espetáculos" (conceito trabalhado pelo filósofo francês, dos anos 60, Guy Debord).

A imprensa que hoje te levanta, amanhã te derruba; segundo a sua conveniência, sem nenhum compromisso que não o lucro para seus empresários-proprietários. Isso hoje é medido pelo chamado Ibope (no caso a televisão, hoje maior veículo de imprensa), usando a maior cidade de nosso país, São Paulo, como referencial de audiência (trazendo ou não novos patrocinadores segundo os dados colhidos pelos aparelhos).

A mesma rede Globo que surgida no colo da Ditadura Militar fazia vistas grossas e não noticiava o Movimento Diretas Já em meados dos anos 80, a mesma Globo que condenava Lula em 1989 hoje morre de amores pelo sr. Presidente, e assim caminha, hipocritamente, a nossa imprensa.

Mas nem sempre a imprensa foi assim, voltada para o seu próprio umbigo, como mecanismo autômato de poder, querendo se impor sobre uma sociedade alienada; um dia ela já tencionou estar ao lado do povo, sendo revolucionária. E aqui a menção, necessária, a lenda chamada Jean-Paul Marat.

Marat, jornalista que de dentro de sua banheira homeopática escrevia-vociferava os rumos do governo da Convenção Nacional francesa (no final do século XVIII), com seu "Amigo do Povo" (nome do jornal), fazia rolar, a cada dia, as cabeças dos contra-revolucionários franceses, em especial as cabeças da nobreza e do clero (usurpadores sociais ao longo do Ancièn Regime).

E pagou, com a própria vida (apunhalado dentro de sua banheira por uma jovem conservadora), pelos seus ideais.

A Revolução Francesa nos seus primeiros anos enfrentava uma séria ameaça externa: toda Europa absolutista estava em seu percalço, em meio a uma guerra sangrenta contra austríacos e prussianos sobretudo. Muitos inimigos da revolução, oriundos das classes usurpadoras do clero e da aristocracia, já se encontravam presos. Sob o eminente ataque estrangeiro, e sob a ameaça de entrada destes a capital Paris, Jean-Paul Marat, com suas palavras insurgira os parisienses (em especial os san-culottes) a exterminar, de vez, os possíveis inimigos da Revolução Popular e Democrática; resultado: os sans-culottes invadem as prisões parisienses e dão cabo de todos os nobres e clérigos ali mantidos como prisioneiros, para horror dos absolutistas, em especial os ingleses.

Hoje, ao contrário do clássico exemplo francês, a imprensa não dialoga com o povo, não dialoga e não conclama as massas a lutar por justiça social; pelo contrário, a imprensa tenta somente reproduzir a voz das classes médias e dirigentes, segundo as conveniências do Capital e do mundo do Espetáculo, irrigados na lógica, alienada, do consumo.

Quanta saudade de jornais como "O Amigo do Povo" e de jornalistas como Jean-Paul Marat.

sábado, 16 de outubro de 2010

Luto: José Ângelo Gaiarsa

Estes vídeos são uma homenagem ao psiquiatra brasileiro, jungiano e reichiano, dr. José Angelo Gaiarsa, que perdemos no dia de hoje, morto aos seus 90 anos de idade.





sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Os Piores Stand-Ups do Mundo



Dia do Educador!

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Serra Burns....

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Atuação Política

Durante minha juventude tivera eu duas pequenas e frustrantes experiências partidárias: primeiro no PSDB, no  final dos anos 90, e rapidamente pelo PFL no início deste novo século; ali, em ambos os partidos, pude conhecer um pouco como funciona o falso pensamento social-democrático e até as propostas liberalizantes vinculadas ao grande Capital.

Em ambos você se torna um partidário ativo somente e somente se:
- apadrinhamento político.
- dinheiro no bolso.
- liderança popular, como um líder comunitário, um pastor de igreja, um missionário, coisas afins.

Um jovem como eu, nos anos 90, cheio de ideias, e ainda sem formação  universitária (depois realizada entre os anos de 2003-2006, anos de verdadeira transformação pessoal) não tinha e continua não tendo o menor espaço nos partidos políticos, a não ser que você aceite ser mais um "cabo eleitoral" (segurando bandeirinha, colando adesivos, e nunca participando, efetivamente, de nada).

Hoje tornado professor,  amadurecido em todos os sentidos, liberto de todo conservadorismo, conscientizado e libertado pela junção: materialismo histórico+filosofia da práxis+teorias críticas+ofício de educador num país miserável e desigual; posso dizer que abracei o anarquismo como ideário, o ateísmo como concepção e visão de mundo (como dizia Sartre - estou condenado a ser livre, sendo eu, somente eu inteiramente responsável pelos meus atos); e um senso de posicionamento marcante: jamais alguém vai me ver em cima do muro, não mesmo.

E é dentro deste espírito, de não  ficar em cima do muro, de não ficar tão a margem das questões políticas, que estou abrindo conversações com o Partido  Comunista Brasileiro (PCB), de longa história (criado em 1922, como oposição a República Velha, e depois sendo galgado a representatividade com figuras ilustres como Luis Carlos Prestes e Jorge Amado) e assim espero reiniciar, com maior liberdade e representatividade, uma vida política mais atuante e menos acadêmica.

Tiago Menta para 2018? Por que não? Quero ver se a sociedade brasileira estará preparada para ouvir o que eu tenho a dizer, e mais, a propor.

Porque eu agora voto em Dilma

Esta campanha política, que já era marcada pelo  marasmo de sempre, discutindo sempre o velho feijão com arroz economicista (quem investiu onde e como, quem gerenciou melhor, quem fez mais pelo social, os juros e as dívidas, o Pré-Sal, as bolsas assistencialistas) agora, com a chegada deste segundo turno começa a afunilar em momento decisivo, e pior, onde os candidatos que representam as mesmas forças, passam a "jogar no ventilador" um  do outro - espécie de vale tudo político, na luta pela conquista do seu e do meu votos.

Dai a convocação de ambas as partes, de verdadeiros detetives políticos e ideológicos, no sentido de mostrar-se como o  partido do "bem" a partir da demonização infantil do outro. Por isso a questão do aborto está sendo a bola da vez, encontrada pelo tucanato para jogar contra a parede a candidata da situação (filiada a um partido que historicamente defende os direitos da mulher e isso se relaciona sim ao direito de fazer o aborto, que não é, definitivamente, uma forma de assassinato - a célula que depois poderá, digo, poderá, se tornar um novo ser, não é muito diferente de uma unha, que quando cresce demais você decide cortar).

Ao mesmo tempo o tucanato procurou reunir em torno de si, em especial dentro de uma semana de feriado religioso (mais um, jogando  por terra a ideia de que vivenciamos um estado brasileiro laico, pois ele não é), uma horda canalha e conservadora da pior espécie: CNBB + Renovação Carismática + Comunidades Evangélicas (em especial do Rio de Janeiro, redutos do pastor Silas Malafaia e do agora deputado, não menos infame, Anthony Garotinho).

Como todos sabem, sou anarquista por posição política,  não creio no estado como promotor de bem-estar social, e luto, diariamente e muitas vezes solitariamente, para plantar em cada jovem uma sementinha revolucionária, inerente a minha tarefa de educador, de alguém que está ao lado da juventude para junto dela conscientizar, transformar, um mundo que historicamente se mostra como um local de conflito, mas essencialmente de exploração e desigualdades gritantes.

O Comunismo não difere muito, como proposta, da Autogestão Anarquista, e são situações e formas de organização social que o nosso mundinho, pequeno, ainda não ousou experimentar; para isso é necessário, antes de tudo, repensar o papel do homem  no Universo - sem construções apoteóticas e metafísicas, sem confortos inúteis, sem autoritarismo, sem hierarquias, sem céus ou infernos.

O Socialismo dito "real" falhou, como já preconizava Bakunin durante a 1º Internacional, pois cairá nas tentações do poder, do Estado autoritário, que de Ditadura do Proletariado passou a ser uma Ditadura de esquerda e nada mais,  em  nome de algo que no dia-dia do poder, do  politburo, não era exercido e muito  menos posto em prática.

Muitos se esquecem que o Socialismo é um meio e não um fim; meio para a futura organização da sociedade mundial em escalas políticas menores, autosuficientes, sem classes, sem Estado, sem polícia, visto que não haverá mais propriedade a ser defendida, a ser subtraída, visto que tudo será de todos, e que sem o mercado não haverão razões para uma vida miserável de assalariamento, de escravidão sutil manchada numa carteira de trabalho que não liberta, nunca.

A ciência será compartilhada como conhecimento para a promoção do bem-comum, e sem o mercado, a mesma não será mecanismo de entidades de pesquisa, para fins lucrativos, como por exemplo a nojenta indústria farmacêutica. O homem irá desenvolver a técnica não para transformá-la em propriedade, mas para melhorar a qualidade de vida sua e dos demais, onde todos sairão ganhando.

Não haverão deuses, nem fé cega, e o homem caminhará solitariamente nestas terras, certo de que durante esta única oportunidade cósmica daquilo que chamamos "vida" ele terá as melhores condições de desenvolver-se a partir do desenvolvimento de todos, sendo a sua existência solitária um mecanismo de suporte para a existência em coletividade.  Que não precisamos de livros, profetas, milagres, metafísicas infantis criadas num momento infantil em termos históricos da humanidade (durante a antiguidade, no Oriente Médio). Ser bom, ser ético, é  condição sine qua non para a vida coletiva, e para a própria, valendo a lógica kantiana: fazer ao outro, a  mim  mesmo, algo que pode ser entendido como válido, enquanto ação, para todos (imperativo categórico ou ética do dever).

Eu não preciso de Jesus morto na cruz, eu não preciso de livros apocalípticos, eu não preciso orar resignadamente cinco vezes ao dia, eu não preciso querer uma vida que não esta aqui, latente e pulsante, no hoje-agora. Eu não preciso encarar a morte com medo, ela é eficaz, e torna a vida  no planeta algo sustentável (é preciso morrer).

Claro que depois de toda esta argumentação, beirando a devaneios político-filosóficos, eu tenho que reafirmar, a cada momento: o Brasil não será melhor, ou pior, com Dilma Roussef ou José Serra no comando da República (visto que os outros dois poderes estão com a bundinha empinada para o executivo); eles não mudarão os rumos deste país, muito menos da humanidade, serão mais um entre tantos "gerentes" do grande Capital que a tudo quer e a tudo ousa engolir.

Mas a união, medieval e conservadora a beira  do fascismo, entre Demo-Tucanos+CNBB+Renovação Carismática+Comunidades Evangélicas do Rio de Janeiro, supera e muito todo o projeto lacerdista (nos melhores dias da velha UDN dos anos 50), e assim só me resta dar o meu voto a candidata do PT, para dar um tapa na cara dessa burguesia aristocrática e hipócrita, presente em massa no Santuário de nossa (aliás suas) senhora aparecida.

Dia 31 de outubro eu voto 13, Dilma Presidenta.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Análise sobre a Democracia Brasileira

Domingo tivemos mais um exemplo, obvio, de como a nossa democracia é algo capenga, falsa. O jogo democrático dá mostras de desgaste, de fraquezas, e tenciono apontar as razões.
Vale lembrar que a democracia, como a nomenclatura grega diz, é o “governo do povo”, criada como modelo político na Atenas antiga, da administração da polis, também conhecida como “democracia direta” em Ciência Política. E mesmo no exemplo mais puro de democracia a mesma era uma falácia: mulheres, menores, estrangeiros, escravos, ou seja aqueles que não eram cidadãos atenienses não tinham direito de participar da administração de Atenas/de sua vida política.
Hoje em nosso país, como na maioria do mundo político conhecido, vivenciamos um segundo mecanismo democrático: a dita democracia representativa, aonde você, por meio do voto, elege representantes políticos que terão como encargo a administração pública e a promoção do bem-estar social.
Mesmo assim este modelo demorou, e muito, para ser implantado definitivamente em nosso Brasil. Nascemos como colônia portuguesa, depois de libertos já no século 19 vivenciamos um curto período de monarquia constitucional e por fim o governo republicano de 1889 – referenciado pelo modelo político norte-americano, independente desde 1776 e consolidado após a Guerra de Secessão.
Antes da década de 30 vivíamos um verdadeiro par-ímpar regionalista com a chamada República Velha, empreendida pelos ricos estados de São Paulo e Minas Gerais (em especial a partir do governo Campos Sales). Quando o restante do país queria se fazer representar, evitando um certo imperialismo  paulista, estourou uma “revolução” que colocara um governo autoritário e populista no poder: Getúlio Vargas, pai dos pobres e mãe dos ricos, entre 1930-1945 (a partir de 1937 escancarado com  o dito Estado-Novo).
Vargas fez, a maneira lulista de hoje, o seu sucessor nas eleições de 45: Dutra governa até 1950, quando o mesmo Getúlio retorna ao poder, agora sob a legitimidade de nossa democracia representativa. Sob intensa pressão de partidos conservadores, em especial a UDN do governador Carlos Lacerda, Getúlio comete suicídio e joga a oposição na lata do lixo, tornando o velho ditador gaúcho uma lenda política nacional.
Em seguida ascende ao poder o governante, boa praça, Juscelino K., marcado como governante desenvolvimentista, mesmo que jogando  o país numa dívida cruel, inflacionando a nossa economia por décadas – aqui em Minas Gerais parece proibitivo falar a respeito da herança maldita de JK, em especial causada pela infame  construção de Brasília, isolando o centro  do poder dos núcleos urbanos do país, sob a justificativa, esperta, de empreender uma espécie de bandeirantismo em plena década de 60, promovendo um interiorização de nosso país.
O país se atolou em tantos problemas econômicos que os partidos conservadores conseguiram colocar no poder o megalomaníaco Janio Quadros, que não completara sequer 1 ano de governo, jogando o país em crise institucional, e assim tivemos a nossa primeira e falsa experiência parlamentarista: com Jango no executivo e Tancredo como primeiro-ministro.
Porém a América Latina, continente satélite do Imperialismo norte-americano dentro da lógica implementada pós 45 (Guerra Fria), começa a sofrer intervenções  políticas diretas do Tio  Sam, temerosos de novas Cubas em seu quintal mais próximo: e assim demonizam o governo Jango, com apoio da Igreja Católica e do exército, que sob ideário de salvador da Pátria contra o perigo vermelho empreende golpe em 1964 – jogando o Brasil em 21 anos de Ditadura Militar (até 1985).
Em 1985, depois de fracassada tentativa popular de fazer retornar o voto para Presidente (Movimento Diretas Já), o Congresso dos panos quentes, que já havia empinado a bunda com a lei de anistia anos antes (anistiando torturadores, malucos, tão brutais quanto os nazistas) agora garantia uma reabertura sem quebrar ovos: pegaram o pelego-mor da política nacional, o velho Tancredo, como presidente civil (em votação empreendida no Colégio Eleitoral, dentro do próprio poder); quis o destino que o pelego não resistisse a uma doença cruel, e assim ascende ao poder o imortal José Sarney.
Anos depois o povo retorna as urnas para eleger o seu presidente, resultado: Fernando Collor, ex-governador de Alagoas e do nanico PRN, é impedido em 1992, dando lugar ao mineiro Itamar Franco, ex-prefeito de Juiz de Fora, como novo presidente.
Em 1994 dentro de uma nova ordem econômica, com a implementação do plano real – acabando com a superinflação brasileira, dinamitando a poupança nacional e elevando os juros a níveis estelares (para alegria dos banqueiros e donos do capital), o então presidente torna o seu ministro, sociólogo renomado (aprendiz de Florestan Fernandes), Fernando Henrique Cardoso governante do país, e tempos depois, na tentativa de copiar o modelo político norte-americano, é instituída a reeleição para os cargos do executivo, dando a FHC 8 anos de governo.
Em 2002 o Brasil parecia dar um salto qualitativo em termos políticos, dando a Lula a oportunidade de governar o país – ele um velho líder sindical, que dera origem ao Partido dos Trabalhadores no início dos anos 80, e que de certa maneira atingia o imaginário das pessoas na perspectiva dele ser o primeiro trabalhador, legítimo, oriundo do proletariado rural-urbano (de retirante nordestino e metalúrgico no ABCD paulista) a governar o país.
E hoje, voltando a nossa contemporaneidade, Lula tenciona colocar no poder a primeira mulher, Dilma Roussef, mineira radicada no sul do país, ministra das Minas e Energia, depois da Casa Civil, como governante para os próximos anos. E o que disseram as urnas, aliás, as escolhas do povo brasileiro no último domingo, dia 03 de outubro:

- o brasileiro gosta de continuísmo, algo contrário ao espírito democrático, e isso se vislumbra nos estados da federação. O PSDB governa São Paulo como um feudo medieval, em Minas Gerais o agora senador Aécio coloca no poder uma porta como governador, no Rio Sérgio Cabral se mantém amparado por política repressora de segurança pública, no Distrito Federal a mulher do governador ficha-suja vai ao segundo turno sem nem saber o que é administrar o próprio cérebro.

- o brasileiro está tão imerso na lógica debordiana da sociedade do espetáculo que elege cada vez mais, em especial para o poder legislativo, pessoas do dito mundo das celebridades: Romário, Bebeto, Tiririca, Jean do BBB, Marques, Túlio Maravilha, etc.

- o brasileiro é influenciado, na hora da escolha do voto, pelas tendências apontadas por pesquisas – esquecendo que as mesmas são pagas por partidos políticos e pela imprensa, tendenciosas até a raiz.

- o brasileiro não possui um voto de caráter ideológico; ou seja, se votam nas pessoas e não nas idéias, nos princípios, no partido em si. Isso culpa da profissionalização da política, como tanto preconizava o alemão Max Weber ainda no século 19, que acaba promovendo a dita geléia geral política – dando a impressão que todos são iguais, e pior, todos são realmente iguais.

- o brasileiro não acompanha o horário eleitoral, e ele está certo. São programas pasteurizados ao excesso, sob as mãos de marqueteiros; e isso já se reflete nos debates praticamente inexistentes, tudo pasteurizado, homogeneizado, sem embates, sem debates na acepção da palavra.

- o brasileiro, nitidamente, o brasileiro médio, não sabe, definitivamente, votar. Seja no campo, seja nos grandes centros urbanos. O brasileiro médio é um verdadeiro “analfabeto político” como então conceituava tão bem o alemão Bertold Brecht.

Vocês podem me perguntar: mas professor, qual a solução? Vocês sabem, a solução é o caminho mais difícil e que exigirá a participação de todos nós nas ruas, com armas em punho – a revolução social. Nada, efetivamente nada, mudará, se transformará, através do voto ou mesmo da democracia representativa, sem quebrar ovos não haverá omelete algum. 

sábado, 2 de outubro de 2010

Igreja e Dominação

Vida Careta - parte 2

Lua-de-mel encerrada inicia-se a tão sonhada vida em comum: apartamento pequeno, dois quartos, financiado pelo programa habitacional do governo. João é engenheiro, ganha aproximadamente R$ 1500,00 ao mês e Júlia é professora primária (hoje educação infantil), da rede municipal, com ganho pouco menor que seu maridinho.

Nos finais de semana do casal o divertimento se dá em alternância de programas: grupo de oração com os padrinhos de casamento, ir à missa, almoçar na casa dos sogros, ou então ficar em casa assistindo ao incrível Domingão do Faustão.

Passaram-se meses, o primeiro ano, e a vida sexual do casal continuava com o velho ritual: luzes apagadas, oração e papai-mamãe bem comportado, como diz o padre. Contudo em seu trabalho como engenheiro João convivia com homens bem diferentes, uns eram separados, outros eram protestantes, uns solteirões convictos e até ateus!

Numa sexta-feira à noite João é surpreendido pelos colegas:

“O João, meu caro! A turma toda hoje vai dar uma saidinha depois do expediente. Sei que o amigo não bebe, mas pode tomar uma coca-cola. Anima ai companheiro, vamos lá; afinal, você nunca saiu com a gente”

João ficou tentado com o convite, mas jamais, jamais mesmo, ele poderia dizer a sua esposa querida que estaria saindo com aqueles homens, à noite, e pior todos eles afastados do Senhor. O jeito, pensou ele, seria cometer o pior dos pecados: mentir! E sentiu calafrios quando lembrou que a mentira era a porta de entrada favorita de Satanás. Porém, ele questiona, era um ótimo cristão, devoto, temente a Deus, e certamente o papai-do-Céu iria perdoá-lo com tranqüilidade, bastava se confessar na semana seguinte e tudo certo.

“Amor, oh amor, hoje vou chegar tarde em casa meu anjinho. As coisas aqui no trabalho estão um aperto só, vou ter  que fazer hora extra, afinal temos prazo de entrega para um importante projeto”

Telefone desligado. João, em alegria, diz aos companheiros de trabalho que está tudo arranjado e que ele, pela primeira vez, sairia com a turma para o happy-hour.

“Onde vamos? Já definiram o lugar?”
“Sim, sim, nós vamos te levar para um lugar bacana, confie na gente”

Todos dentro do carro, João e a turma se deslocam pelo centro da cidade, e para espanto de João o lugar em que param é um ambiente escuro, quase escondido, porém com luzes intensas e escrito em neon “Pererecas Night Club”.

CONTINUA...

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Vida Careta - parte 1

Domingo, 11 da manhã, dezenas de fieis saem da missa realizada na conhecida Igreja Nossa Senhora das Ovelhas Obedientes e Submissas, quando flagramos um belo casal, Júlia e João, ambos devotos e praticantes caminhando em direção ao apartamento da família da garota,  aonde comeriam o tradicional macarrão com frango.

Antes do almoço, a mãe de Júlia se levanta e faz as orações do dia, agradecendo  ao misericordioso por naquele lar todos terem a dádiva de comer macarrão com frango, regada a coca-cola 2 litros, e com um delicioso pudim de sobremesa. 

Pratos lavados, todos vão para a sala, para o tradicional papo em família. João, enrubecido, levanta-se e diz querer informar a todos a novidade: "Dona Fulana, Seu Siclano, minha querida Júlia, é com alegria que quero informar o noivado entre eu e Júlia, e está aqui o nosso anel de noivado" (entregando a noiva, que derrama lágrimas de alegria, e os pais, irmãos, todos aplaudem o casal).

Meses se passam, as famílias se reúnem para discutir detalhes do casamento que se aproxima: qual igreja, qual padre, quem convidariam, quem não convidariam, quem seriam os padrinhos e madrinhas, o que comeriam e beberiam na festa, aonde passariam a lua de mel, como  começariam a pagar as prestações do apartamento financiado pelo programa Minha Casa, Minha Vida.

João e Júlia namoraram quase 8 anos, se conheceram em uma reunião de jovens da Igreja, ambos tocados pelo poder da Virgem Maria, na qual tinham tudo: imagens, camisetas, livros, broches, vídeos de palestras. Suas carícias, como casal cristão, se resumiam a respeitosos beijos, mãos dadas, cafunés, nada além disso, afinal antecipar as coisas com o sexo seria abrir portas para que Satanás entrasse na vida deles, e claro, Satanás não  era bem vindo.

Na noite de núpcias, em hotel numa praia nordestina, ambos poderiam, pela primeira vez, fazer sexo. Já não era mais pecado,  apesar que o padre sempre dizia que nem tudo era permitido, mesmo após o matrimônio: coisas como boquetinho, sexo anal, coito de quatro, 69, ejacular nos peitos, nada disso era permitido, pois eram coisas de Satanás. Para ambos era claro: ele se deitaria sobre ela, a penetraria, sob luzes apagadas, e pronto. Para dali a noves meses serem gratificados por aquele ato santo: uma criança.

Antes do sexo, nus, ajoelhados na cama king-size, rezaram uma ave-maria e um padre-nosso, apagaram a luz, e começaram a fazer sexo.

CONTINUA...

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Manifesto Comunista - Legendado em Português

Link para o debate dos presidenciáveis de esquerda (PCO, PSTU e PCB)

http://pcb.org.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=2008:cobertura-do-debate-dos-presidenciaveis-da-esquerda&catid=73:eleicoes-2010

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Marseillaise e Revolução Francesa Hoje...

Nas últimas semanas tenho trabalhado com meus alunos do ensino médio a revolução francesa de 1789, conhecida por muitos como a revolução burguesa clássica ou mesmo revolução burguesa por excelência (discutível quando no século 17 a Inglaterra promovia algo muito semelhante, com a diferença da não-participação popular - nas chamadas Revolução Puritana/Revolução Gloriosa, culminando também com a decapitação de um monarca absolutista, no caso inglês Carlos I, e no francês Luis XVI e sua família).
Além disso a Revolução Francesa tem um impacto cultural e  psicológico muito forte sobre as massas, sobre as concepções políticas/ideológicas; e isso, dentro de concepções  mais a esquerda que entendia ser esta revolução um passo importantíssimo rumo a movimentos revolucionários posteriores e mais profundos, que retirariam  o poder da burguesia e eliminariam a propriedade privada e por fim o próprio Estado (Socialismo-Comunismo-Anarquismo/Autogestão).
Por isso todos nos pegamos, emocionados, ao som de "La Marseillaise", música que hoje é hino nacional francês e que fazia tremer homens como Napoleão Bonaparte  (que censurara a música durante seu governo despótico e imperialista).




Allons enfants de la Patrie,
Avante, filhos da Pátria,
Le jour de gloire est arrivé!
O dia da Glória chegou!
Contre nous de la tyrannie,
Contra nós da tirania,
L'étendard sanglant est levé, (bis)
O estandarte ensanguentado se ergueu.(bis)

Entendez-vous dans les campagnes
Ouvis nos campos
Mugir ces féroces soldats?
Rugirem esses ferozes soldados?
Ils viennent jusque dans vos bras
Vêm eles até aos vossos braços
Égorger vos fils, vos compagnes!
Degolar vossos filhos, vossas mulheres!


Aux armes, citoyens,
Às armas, cidadãos,
Formez vos bataillons,
Formai vossos batalhões,
Marchons, marchons!
Marchemos, marchemos!
Qu'un sang impur
Que um sangue impuro
Abreuve nos sillons!
Irrigue os nossos campos arados!

domingo, 26 de setembro de 2010

Vinde a mim os Jovens!

Nestas últimas semanas a chamada grande mídia, ou como o jornalista Paulo Henrique Amorim denomina PIG (Partido da Imprensa Golpista), vem vociferando que o governo Lula tenciona acabar com a liberdade de imprensa e coisas do tipo - que caminhamos a um autoritarismo popularesco, que estaríamos venezuelando o Brasil pouco a pouco.
A crítica feita por Lula, em especial na cidade mineira de Juiz de Fora, é mais do que compreensível: há em nosso país uma mídia controlada por poucos,  por famílias, e que fazem uma oposição clara ao presente governo - em suma, parte da mídia representa um grupo  político bem específico, a saber o demo-tucanato (social-democracia as avessas, como o próprio PT).
A qualidade de nossos meios de comunicação é no mínimo questionável, para não afirmar categoricamente que tudo é uma merda. Como bem escrevera o filósofo francês Guy Debord vivenciamos uma "sociedade do espetáculo", espécie de braço midiático do Capital com o objetivo de infantilizar, dominar e alienar a todos segundo a ideia de que com o Capitalismo e suas maravilhas seremos felizes para sempre (como um conto de fadas mesmo).
Porém não contavam os senhores do Capital com a nova mídia, democrática mesmo: a internet. Será na internet e através dela que as transformações do futuro se darão. Hoje não precisamos  mais da tutela dos grandes jornais, das revistas semanais, do Jornal Nacional global, etc. Temos a internet, veloz, ágil, aglomerando a juventude especialmente, que se educada de maneira crítica, fará uso desta ferramenta moderna transformando-a em arma letal contra o sistema que aliena.
Sem a internet eu seria mais um educador lutando sozinho, dentro de sala de aula, e nada mais. Com esta ferramenta, em minhas mãos, eu tenho o mundo aos meus pés, eu tenho a juventude a minha frente. Me perdoem os que passaram dos 50 anos, mas a chave da transformação está nos jovens, você que me lê e hoje está com seus 15 anos, cursando o ensino médio, perdido em meio a buscas e descobertas; você é o agente de toda transformação que se pretende.
A classe revolucionária não é a burguesia, nem o campesinato (maoísmo), muito menos o proletariado urbano  (marxismo clássico), mas a juventude. A juventude é a chave da revolução, e  não é a toa que no texto bíblico o líder Jesus clama "vinde a mim as crianças", e eu corrijo "vinde a mim os jovens". Não para guiá-los, doutriná-los, mas para ajudá-los na construção de um ideário crítico, e logo um projeto crítico, uma ação crítica, e após gerações e gerações, teremos novos homens e novas mulheres, e são de novos homens e mulheres que poderemos concretizar não  só a destruição da opressão do Capital, mas a destruição de todas as formas de Opressão a partir de um devir de autogestão e liberdade plena.