segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Bolsa Grávida

Há em curso na educação pública brasileira uma nova política de "inclusão": a que, em minhas palavras, chamo de "Bolsa Grávida". Eis o que tenho vivenciado como educador:

Nas últimas semanas, que encerram o presente ano letivo de 2012 (e vou preservar nomes da escola, colegas professores e alunos), é prática comum a realização dos conhecidos conselhos de classe, onde se debate entre o grupo de educadores as condições acadêmicas ou mesmo o aproveitamento anual de cada estudante - confirmando ou não a sua aprovação escolar.

Entre a nossa juventude ainda é real a situação de gravidez na adolescência, e isso se reflete, com força, no ambiente escolar quando até mesmo do abandono dos estudos da mãe-aluna (devido a difícil compatibilidade entre a disciplina escolar e suas atividades, como o simples ir à aula, com a nova vida de gestante e depois como parturiente, mãe). 

É sabido, entre nós educadores especialmente, que é direito da aluna gestante o fornecimento de materiais de ensino-aprendizagem, avaliações e atividades, para que esta não perca o ano letivo em curso, e tente, dentro de suas possibilidades, desenvolver habilidades e conhecimentos enquanto se prepara para a maternidade. Não tem sido bem assim o que ocorre nas escolas.

Você é informado da situação da aluna, e como profissional prepara uma série de atividades ou mesmo planeja algo para que a mesma consiga manter-se estudando em casa. E quando chega o prazo dado, de entrega das atividades, para que você reúna material e suporte que deem ao educando condições de aprovação, o que acontece: no conselho de classe é sabido que a aluna gestante não buscou sequer o material (muitas vezes bastando aos responsáveis irem a escola pegar o material) e, mesmo que esteja com o material, ela simplesmente nada apresentou, nada fez, e você é impulsionado por maus profissionais a aprovar, simplesmente aprovar a aluna irresponsável, ou seja, valorizando a incompetência - aprovando por desmérito e reduzindo o ambiente escolar a mero reprodutor de diplomas, em especial do ensino médio (que está carcomido em nosso país).

Eis então a bolsa grávida: faça sexo de maneira insegura, torne-se gestante, e ganhe um diploma de conclusão do ensino médio. Isso é Brasil! Nestas horas dá nojo "ser educador" num país como este....






domingo, 11 de novembro de 2012

PT e PSDB acham que o Brasil é os EUA

A polarização política em torno de PT e PSDB é prejudicial à pretensa democracia nacional. A cada período eleitoral podemos observar o desejo, sutil e crescente, de uma terceira ou até quarta vias político-partidária para o país. O PSB está ai para nos mostrar que é possível (exceção ao caso de BH, onde os socialistas de ocasião se esgueiram entre o lulismo e o aecismo).

Observo, a cada ano que se passa (e utilizando o fato de trabalhar para o Estado de Minas Gerais a alguns anos como educador) que PT e PSDB tem muito mais pontos em comum do que a mídia política e os próprios partidos tentam contrariar. Ambos são filhotes de uma centro-esquerda que se esconde sob o véu da social-democracia, uma ideologia do clássico "em cima do muro": nem popular, nem liberal; nem conservadora, nem libertária. Ou seja, um vai-não-vai que se casa muito bem com a geléia geral política brasileira.

O mais ridículo é que ambos querem transformar a política nacional num modelo estadunidense, de factual bipartidarismo; o sonho de Lula, FHC, Dilma, Serra e demais é transformar a briga dos dois partidos em algo como republicanos e democratas!

Porém esquecem que aqui ainda é Brasil, não a "América" rica e fragmentada do norte. Nossa miscigenação histórica já indica que concentrar as coisas por aqui é sinal de desconhecimento de nossas raízes. Somos plurais e múltiplos, somos muitos brasis e brasileiros, um povo multi-etnico, multi-político, multi-isso e aquilo o mais....e projetos de polarização como desejam tucanos e lulóides estarão quase sempre condenados ao fracasso.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

"Algumas reflexões sobre a Educação em Minas Gerais" por prof. Beatriz Cerqueira


No processo de ensino-aprendizagem, cotidianamente, realizamos atividades de avaliação para diagnosticar cada aluno, identificando as suas dificuldades e o que aprendeu para dar continuidade ao trabalho. Investimos em metodologias específicas para que ele supere as dificuldades e continue avançando.

Os mecanismos externos de avaliação da educação deveriam ser utilizados como instrumentos de diagnóstico para corrigir políticas e investimentos. No entanto, os resultados recentemente divulgados do Ideb cumpriram a função de marketing para vários governos. Sua divulgação já faz parte do calendário das campanhas publicitárias. Com esta prática, corremos o risco da população ter uma visão, muitas vezes, distorcida da realidade dos indicadores de qualidade da educação.

Este tem sido o comportamento do Governo de Minas, que tratou de utilizar os dados para dar a falsa idéia de que a educação mineira teria uma “fórmula de sucesso”.

No entanto, ao realizar uma análise mais aprofundada dos dados divulgados pelo governo estadual, temos uma compreensão global da política educacional mineira, o que revela uma realidade preocupante.

A primeira questão que merece atenção diz respeito ao acesso à educação básica. Nem todas as crianças e adolescentes têm vaga garantida na rede pública. Um recente estudo do Dieese apurou que, em Minas Gerais, faltam cerca de 1 milhão de vagas no Ensino Médio. São empurrados para a rede privada, que cresceu cerca de 10 % nos últimos anos.

A educação Infantil é outra questão preocupante no Estado. Apenas 35% das crianças de 0 a 5 anos tiveram acesso a uma vaga na rede pública. O estado de Minas Gerais (aqui incluindo políticas municipais) investiu 0,28% do PIB neste nível de ensino.

De acordo com o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), apenas 30,7% dos estudantes da rede estadual encontram-se num estágio recomendável em leitura, 18,8% em nível recomendável em matemática e 25% em nível recomendável em ciências.

No que se refere à qualidade da educação, o estado de Minas Gerais tem resultado abaixo da média da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

De acordo com o Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI), a escolaridade média da população adulta mineira é de 6,9 anos. Ainda analisando os dados deste Plano, constatamos que 93,4% das crianças de 6 a 14 anos estão na escola, mas apenas 68% dos adolescentes de 16 anos conseguem concluí-lo, e somente 48,5% dos jovens de 19 anos também.

O nosso Estado, quando comparado à média nacional, tem a pior colocação em qualidade da escola de Ensino Médio: 96% das escolas não têm sala de leitura, 49% não têm quadra de esportes e 64% não têm laboratório de ciências. De acordo com o Censo Escolar 2010 as escolas estaduais mineiras do Ensino Fundamental apresentam uma estrutura de atendimento precária: 76% não possuem laboratório de ciências, 55% não possuem quadra de esporte e 11% não possuem biblioteca.

Uma visita a qualquer escola estadual mineira comprovará as condições de trabalho, carreira e salário dos profissionais da educação: são obrigados a assumir aula de disciplinas sem ter a formação correspondente. Há professores sendo obrigados a assumir a regência de até 8 disciplinas diferentes.

O professor não tem a garantia de 1/3 da sua jornada dedicada a estudo, planejamento e avaliação conforme definido pela lei federal 11.738/08, direitos, vantagens e férias-prêmio são ignorados, projetos são desenvolvidos sem qualquer interlocução com o profissional da educação, o tempo do professor é definido sem a sua participação, o currículo da escola é estabelecido por quem não está na escola, não há um referencial político- pedagógico.

Diferentemente do que afirmou o senador Aécio Neves em recente artigo publicado pelo Jornal Folha de São Paulo, o Governo de Minas não priorizou o que é prioritário. Inúmeros dados revelam uma realidade diferente da qual descreveu. É importante lembrar que desde o seu governo, não se cumpre o mínimo de investimento de 25% em educação e de 12% em saúde.

Beatriz Cerqueira
Professora, Coordenador-geral do Sind-UTE/MG

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Adeus mestre Hobsbawm (1917-2012)

Entramos na primeira semana de outubro em luto: perdemos o mestre Eric Hobsbawm, historiador britânico (apesar de nascido em terras egípcias no ano revolucionário de 1917) que particularmente influenciou, e muito, a minha formação acadêmica como profissional da História.
Hobsbawm era figurinha carimbada nas aulas de história moderna, história contemporânea, historiografia marxista, e discutiu, como poucos, as intensas transformações ocorridas no que o autor dizia "o breve século XX". Além disso produziu ricas análises sobre o terrorismo, a globalização, a formação dos estados modernos, os movimentos revolucionários e contrarevolucionários, etc. Em suma, um intelectual de verdadeira envergadura.
Vale ressaltar que a grande mídia ao informar a morte do historiador dizia ser Eric Hobsbawm "dos últimos historiadores marxistas", oras, ledo, e não desproposital, engano. O marxismo vive! Aqui vos fala e escreve este historiador paulistano de nascimento e mineiro de coração.
Dai o trato diferenciado pegando como gancho dois falecimentos quase simultâneos: a morte da apresentadora, cantora, e ícone da sociedade do espetáculo em sua versão brasileira, não menos conservadora, Hebe Camargo, e por fim o nosso intelectual revolucionário Hobsbawm. Na primeira vemos um sem fim de homenagens e odes, e neste último uma oportunidade para reafirmar a morte de todas as utopias, postas como inválidas diante desta sociedade espetacular e imaculada na ordem do Capital e do Mercado.
Hobsbawm vive. Quando em sala de aula denunciamos a miséria do mundo, as injustiças sociais e o sofrimento de todas as maiorias, quando como profissionais contribuimos com o desenvolvimento do olhar crítico e engajado de nossos jovens, ai sim, a figura do historiador britânico viverá em meio a dialética do viver de cada profissional da História.
Minha eterna gratidão ao mestre,
Tiago Menta » historiador, e marxista, como Eric Hobsbawm.




segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Roda de Conversa - Tema: Avaliação Externa - Parte 3

Roda de Conversa - Tema: Avaliação Externa - Parte 2

Roda de Conversa - Tema: Avaliação Externa - Parte 1

sábado, 28 de julho de 2012

Comédia MTV (11) | Indiretas Já (24/05/2012)

domingo, 24 de junho de 2012

Cala a boca Xuxa! Por dra. Heloísa Lima

QUANDO O SILÊNCIO É A MELHOR ALTERNATIVA
    Não vi a comentada entrevista da tal xuxa no Fantástico deste domingo, dia 20/05. Mas não pude ignorá-la por muito tempo, pois a primeira notícia que recebi nesta manhã, logo cedo, foi: "- Cê viu que a xuxa foi abusada na infância?"
    Fora o surrealismo da revelação, ocorreu-me que aquela, certamente, não era a notícia que desejava ouvir logo no início da semana. Afinal, como uma mulher de 50 anos, aparentemente esclarecida, só agora, passado todo esse tempo, resolve falar sobre algo tão grave? E por que me irritou tanto esta informação? Parei para refletir sobre o motivo deste sentimento e, confesso, não foi difícil descobrir.
    Esta senhora, lá pelos seus primórdios, vivia no mesmo condomínio do meu irmão, no Grajaú, Rio de Janeiro. Lembro-me das minhas sobrinhas, ensandecidas, indo buscar as grotescas sandalinhas cheias de brilhos no
apartamento dela, na esperança de encontrar o Pelé que, vira e mexe, dava as caras por lá.
    Desde os seus 20 e poucos anos de idade, ela comanda programas infantis cuja tônica é erotizar precocemente as crianças, transformando meninas em arremedos de mulheres sem se preocupar com sua vulgarização.
    Os programas que comandou sempre tiveram como mote atropelar o desenvolvimento infantil em sua exuberância repleta de etapas simbólicas.
Pasteurizou os encantos desta fase empenhando-se em exaltar a diferença entre possuir e não possuir os produtos que anunciava ou que levavam sua grife tais como sandálias, roupas, maiôs, lingeries, xampus, bonecas,
chicletes, cosméticos, álbum de figurinhas, cadernos, agendas, computadores, sopas, iogurtes, etc., num universo insano onde ela, eternamente fantasiada de insinuante ninfeta, faz biquinho e comanda a miúda plebe ignara.
    Cientes estamos todos de que esta senhora, durante muitos e muitos anos, defendeu zelosamente seu polpudo patrimônio utilizando-se da fachada de menina meio abobada que sequer sabia quantos milhões possuía. Costumava dizer que era a sua empresária que administrava suas posses cujo montante alegava, candidamente, desconhecer. Pobre menina rica. E burra, com certeza. Como se fosse possível alguém tão tapada tornar-se tão rica.
    Talvez para esconder a consciência que tinha acerca do quanto ajudou a devastar a inocência de tantas gerações de meninas que lhe devotavam a mais pura idolatria, posou de inocente útil usando a mesma máscara que agora reedita para falar, emocionada, do seu mais novo pretenso drama/marketing.
    Esqueceu-se que sua audiência, formada, na sua massacrante maioria, por meninas, passou a ser considerada como alvo da desumana propaganda colocando-as como mero veículo de consumo.
    Esqueceu-se, convenientemente, de comentar que milhares de garotas pelo Brasil afora foram abusadas sexualmente ao mesmo tempo em que eram, por ela, adestradas a vestirem-se e comportarem-se como verdadeiras lolitas.
    Esqueceu-se de que ensinou atitudes claramente ambivalentes para crianças que não faziam a mais pálida ideia do que podiam mobilizar em mentes doentias.
    Esqueceu-se de que a erotização tem sido ligada a três dos maiores problemas de saúde mental de adolescentes e mulheres adultas: desordens alimentares, baixa autoestima e depressão.
    Esqueceu-se também que as crianças, diariamente bombardeadas com imagens de paquitas como modelos de uma beleza simplesmente inalcançável enquanto corpos reais, torturavam-se perseguindo um modo de serem belas, perfeitas, saudáveis e eternas.
    Estimulando a sexualidade de forma tão precoce, essas meninas perderam grande e preciosa fase do seu desenvolvimento natural. E reduzir o período da inocência, certamente, acarretou-lhes desdobramentos nefastos.
    Daí para ideia, cada vez mais presente, da infância como objeto a ser apreciado, desejado, exaltado, numa espécie de pedofilização generalizada na sociedade foi, apenas, um pequeno passo.
    Num país onde as mães deixam suas crias, por absoluta falta de opção, frente à tevê sem qualquer tipo de controle e sem condições para discutir o conteúdo apresentado, encontrou esta senhora terreno mais que propício para disseminar sua perversa e desmedida ganância por audiência e dinheiro.
    Fosse ela uma pessoa minimamente preocupada com a direção que a sexualidade exacerbada e fora de contexto toma, neste país onde mulheres são cotidianamente massacradas, teria falado sobre este suposto drama muito tempo atrás. Teria tido muito mais cuidado com os exemplos de exposição que passava. Teria norteado seu trabalho dentro de parâmetros muito mais educativos e, desta forma, contribuído para que milhares de meninas fossem verdadeiramente cuidadas e respeitadas.
    Ou teria simplesmente virado as costas e ido embora.
    Logo, frente ao seu histórico, não tem mesmo nenhuma autoridade para sustentar qualquer atitude fundamentada em belos e necessários méritos.
    Porque são de grandes valores, bons princípios e atitude exemplares que nossa sociedade necessita de maneira URGENTE.
    Portanto, CALE-SE, XUXA!
      Heloisa Lima
    Psicóloga Clínica - Maio de 2012.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Vietnã e Imperialismo: ontem e hoje

Nas últimas semanas estive trabalhando no horário noturno com meus educandos do EJA (Educação de Jovens e Adultos) o filme "Full Metal Jacket" (1987) do renomado diretor Stanley Kubrick, que na tradução portuguesa recebera o nome de "Nascido para Matar"; a priori podemos estranhar o nome dado pela tradução nacional, mas há uma razão de ser: o protagonista da película usa em seu capacete os dizeres "Born to kill", que nada mais é senão "nascido para matar".

Como todo educador, trabalhar um filme em sala de aula tem que ser mais do que simplesmente entreter, deve haver sim uma preocupação em relacioná-lo, com clareza, a um conteúdo e mesmo a objetivos de aprendizagem bem definidos. O filme de Kubrick fora usado no sentido de ilustrar a conhecida "Guerra do Vietnã" (1967-1975), e mais, o olhar jornalístico, televisivo, sobre o mesmo evento - um dos primeiros conflitos de grande proporção e dimensão transmitidos, à cores, pela mídia eletrônica.

Sobre este conflito no sudeste asiático devemos de antemão rememorar que o mesmo se insere na ordem global de Guerra Fria (1945-1991), onde governos estadunidense e soviético disputam, direta ou indiretamente, territórios (ou nações-satélite) para seus projetos político-sociais (sob predomínio do Capital de um lado, e de outro sob a Ditadura do Proletariado travestida de Ditadura Burocrática).

O Vietnã, antes mesmo da entrada definitiva do "uncle Sam" na questão, vinha a algumas décadas (desde meados dos anos 40) lutando por sua independência política contra o domínio neocolonial francês - que sob seu domínio recebia o nome de Indochina. Ao fim do processo de independência do país, liderada por Ho Chi Min, o mesmo acabara por se fragmentar: ao norte um governo satélite do comunismo soviético, e ao sul uma ditadura militar abençoada pela ordem do Capital.

Assim como fizera na América Latina, o imperialismo estadunidense tencionava não deixar por menos a existência de governos socialistas no sudeste da Ásia, dai o tradicional intervencionismo. Contudo não podiam prever duas coisas: a resistência do povo sul-vietnamita, ou vietcongues (as temidas guerrilhas), e o impacto negativo que o conflito causara interna e internacionalmente, afinal poucos compreendiam a política estadunidense de se intrometer nos caminhos daquele pequeno país da Ásia.

Os conflitos entre ianques e vietcongues dentro do sul do país (em especial na cidade de Saigon), e as batalhas no norte socialista, iniciaram-se na segunda metade da década de 60 no governo Lyndon Johnson e irá literalmente se arrastar, com milhares de perdas humanas para ambas as partes, até meados do governo Nixon em 1975.

Ao final da guerra o Vietnã se reorganizou como uma única nação, sob controle do norte socialista com capital em Hanoi. Além disto despertou em território estadunidense a organização do hippysmo, da contracultura, que dizia, desde meados de 68 "faça amor, não faça a guerra"....

Os educandos, em seminário realizado na sala de aula, puderam, em conjunto perceberem que pouco mudou na política internacional estadunidense, ou seja, ainda intervencionista (de caráter imperial). A comparação com a luta contra o "terror", empreendida desde os ataques de 11/09/2001, a ocupação ilógica e inconclusiva do Iraque, o "olhar sobre o Oriente Médio", tudo isso apontam para questões semelhantes com as vividas ao longo da Guerra do Vietnã: uma  guerra sem justificativas plausíveis, o clamor da sociedade que é contrária a guerra e pede pela volta pra casa de seus filhos tornados soldados/instrumentos do Capital, o papel da mídia eletrônica nos conflitos, o uso ideológico da guerra (sempre matando, explodindo e queimando em nome da liberdade, da democracia, da ocidentalização-pseudocivilização). Triste história que se repete.

 

 

domingo, 15 de abril de 2012

Orar na escola? Não, orar no templo sim!

Tempos atrás tivemos o triste caso de uma "educadora" que reprimia estudante (Ciel  Vieira de 17 anos de idade) por este negar-se a orar o "pai-nosso" momentos antes da entrada em sala de aula, o que era prática comum daquela escola da rede pública no interior de Minas Gerais (Escola Estadual Santo Antônio, em Miraí - localizada a 335 km de Belo Horizonte na zona da mata), onde os alunos eram amontoados na quadra esportiva e obrigados a orar pouco antes do sinal de entrada em sala de aula).
Este caso é um bom exemplo de como ainda alguns "profissionais" encaram a educação ou mesmo o sentido de educação pública - de forma anacrônica. 
Muitos colegas, infelizmente, reproduzem em milhares de escolas públicas Brasil afora um modelo de educação arcaico, carcomido, rançoso e que tem por herança décadas de governo militar em nosso país (1964-1985); dai a mistureba religiosa com o dia-dia escolar, típica de uma educação conservadora, e que pertence a uma época onde o Estado brasileiro não só engatinhava como Estado, como também vivíamos uma época onde boa parte de nossa população tinha uma formação ou mesmo estava imersa em uma cultura predominantemente católica. Hoje, progressivamente, vivemos novos e melhores tempos.
Vivemos em um Estado democrático de direitos (mesmo que isso na prática, na vida concreta dos brasileiros, possa não transparecer fazer tanta diferença) e este pressupõe o respeito a diversidade, inclusive a religiosa (incluso o direito de não se posicionar religiosamente ou mesmo de se manter cético diante do fenômeno religioso, como eu que declaradamente manifesto-me enquanto ateu).
Obrigar um estudante a orar, reunir os estudantes para orar, é uma violência cultural, uma repressão psicológica, quando estamos diante de uma pluralidade, e oras, a escola pública é pluralidade pura! Dentro desta temos cristãos os mais diversos (testemunhas de Jeová, adventistas, batistas, neopentecostais, quadrangulares), seguidores de religiões africanas (eu mesmo já convivi por dois anos com colega professor de Geografia que cultuava a umbanda, e dava as suas aulas todo de branco, sendo um excelente profissional por sinal), agnósticos e ateus, como o jovem daquela escola mineira que se recusara a orar.
O que aconteceu naquela escola pública do interior poderia ser comparado a eu chegar em sala de aula e dizer categoricamente aos alunos que o "deus" em que eles e suas famílias depositam fé e culto não mais é que bobagem, idiotice, impondo aos meus estudantes as minhas convicções ateístas! Não, não.
A escola pública, como entidade do povo e para o povo, deve abraçar alunos, funcionários e comunidade na sua diversidade, encarando a mesma não como problema mas como fenômeno democrático e pluralista. Na escola, na sala de aula, trabalha-se com o conhecimento científico, cultural, e a fé das pessoas, as instituições religiosas devem ser trabalhadas em sala de aula sob este viés: laicidade, objetividade, e amparadas por fundamentação científico-cultural.
Em minhas aulas de História, com o ensino médio regular ou com os Ejas, a temática religiosa (casca de banana para qualquer educador) é tratada com rigor teórico e com o cuidado de não provocar proselitismos, como digo sempre "não estou aqui questionando a fé de ninguém, e sim trabalhando a religião de acordo com a ciência histórica, e pela ciência histórica ela é fenômeno social, político e principalmente cultural".
E assim, devemos sempre reafirmar o obvio: professar a sua fé, dividir e comungar experiências religiosas, reproduzir ritos, são coisas que tem lugar, ou seja, dentro do templo e perante a comunidade comum; no ambiente público, jamais!

 

segunda-feira, 12 de março de 2012

Belo Horizonte à pé...

Hoje eu não fui trabalhar. Opa, opa, nem pense em achar que o amigo aqui caiu na vagabundagem, longe disso. Simplesmente não consegui chegar ao meu destino, hoje os alunos do primeiro ano do ensino médio não tiveram a tradicional aula de História, e esta noite o mesmo acontecerá com os alunos do Eja e do terceiro ano do ensino médio. Eu e mais de 1,5 milhão de cidadãos de Belo Horizonte estamos sem ônibus, sem transporte para o trabalho.

Fica a preocupação pelo dia perdido, o salário que pode ser descontado, a aula a ser reposta depois em algum sábado por vir. Pior é ver que a capital dos mineiros simplesmente é refém, tomada de assalto, por décadas de incompetência do poder público, da administração municipal e estadual, em racionalizar o trânsito de BH e o transporte coletivo.

Uma cidade que pleiteia sediar o maior evento do planeta, a Copa do Mundo, simplesmente não possui metrô (o que temos aqui são trens urbanos que levam lugar algum para onde Judas perdeu as botas e meias), os ônibus (sardinhas coletivas) são um convite ao desconforto e stress (hiperlotação, alto preço, sistema anacrônico e ineficaz, mau atendimento e desrespeito). 

O que os rodoviários de Belo Horizonte e região metropolitana exigem são pedidos mais do que justos, como diminuição de jornada diária (que já leva 1/3 dos rodoviários para afastamentos médicos), melhores condições de trabalho (como no pedido de banheiros femininos para as trabalhadoras em seus pontos finais), e salários dignos (aqui o motorista recebe cerca de R$ 1300,00 mensais, cobradores pouco mais de 1 salário mínimo). 

Outro flagrante: em períodos de dificuldades na urbes, como nesta greve, o que fazem os cidadãos da capital? Cada qual pega o seu carrinho e segue pra rua, em postura condizente com o individualismo reinante no tecido social. Carona solidária, não existe. Dai a frota que hoje em Belo Horizonte cresce assustadoramente, beirando a superar um dia o número de homens e mulheres. Logo, o trânsito vira um caos e quando percebemos a vida na cidade se consome em um grande Leviatã de absurdos!

Por fim, me solidarizo com o movimento grevista dos rodoviários, e espero que nós cidadãos cobremos o poder público por não investir, com honestidade, na mobilidade urbana.





sábado, 3 de março de 2012

Dama do Valete

http://www.youtube.com/damadovalete

quinta-feira, 1 de março de 2012

Martin Luther King (Marcha de Washington - 1963)

Malcolm X (duras e sábias palavras)

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Casoy fala merda e conclame "Abaixo a Band!"

Boris Casoy, velhinha carcomida da direita nacional, desfere veneno em mais um infeliz comentário televisivo durante o Jornal da Band (queria saber até quando a Rede Band vai continuar contratando figuras infames, vide José Datena, Neto, e agora Emilio Surita e o seu bando de débeis mentais do Pânico)... 



Vale sempre rememorar o caso em que a velhinha carcomida da direita tristemente fazia comentários classistas e preconceituosos contra nossos sofridos e trabalhadores garis, em meio a comemorações de final de ano.


Sobre esta senhora, vitimada pelo câncer e uma das sócias da infame Daslu, lamento pela família mas não posso deixar de reafirmar que a mesma era uma figura de menor relevância, e que a ação policial mostrou que a loja funcionava de maneira irregular e por isso arcou com todas as consequências legais dos crimes que cometera.

E esta é uma boa oportunidade para novamente conclamar você leitor(a), você que acompanha meu trabalho na rede com as vídeo-aulas, vamos boicotar a Band, e pra ontem! Vejamos alguns dos problemas que caracterizam esta triste rede de televisão:

1. A grade de programação é destinada, vendida, a uma série de programas religiosos de caráter neopentecostal; dá voz, por exemplo, ao odioso pastor Silas Malafaia - ícone do conservadorismo anacrônico brasileiro.

2. Apresenta conteúdo sensacionalista, se utilizando para tanto do uso e abuso da figura do apresentador, pseudo-jornalista, José Luis Datena, que responde, por exemplo, a processos por preconceito contra travestis e contra ateus. Sobre a questão de Datena e os ateus do Brasil vale ressaltar o proselitismo religioso a que se utiliza o apresentador durante seus programas, difamando o ateus como bandidos em potencial.

3. A rede, apesar de nacional, superdimensiona as notícias, fatos, interesses e problemas da capital paulistana; apresentando um Brasil falseado onde tudo giraria em torno da capital paulista. Logo, a rede é bairrista ao extremo.

4. Mantém conteúdo de discutível qualidade e tem sob contrato um sem número de verdadeiros canalhas: Boris Casoy, Emílio Surita e seu Pânico, as bizarras mulheres do programa mulheres ricas ou algo do tipo (irreality show), Rafinha Bastos e seu humor de péssimo gosto, o comentarista esportivo machista e desqualificado Neto (que no máximo foi um bom jogador de futebol)...

Por fim conclamo a todos que bloqueiem de seu televisor a Band (canal 13 em São Paulo, 7 em Belo Horizonte, 19 da Net - por exemplo). Abaixo a Band!!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Benjamin Béchet "Ícones da Cultura Pop e a Crise Econômica"

BATMAN FRENTISTA

BRANCA DE NEVE PROSTITUTA

SPIDER-MAN LIMPADOR DE VIDROS

MICKEY MOUSE SEM-TETO

PATETA CAMELÔ

URSINHO POOH PEDREIRO

Dados apontam: o brasileiro não consome cultura!

Pesquisa realizada pela Fecomércio-RJ indica, que em 2011:
28% dos brasileiros leram um livro.
24% dos brasileiros foram ao cinema.
24% dos brasileiros foram a um show musical.
9% dos brasileiros foram a uma peça teatral.
Logo, em números absolutos
Apenas 43% dos brasileiros fizeram algum programa cultural no último ano!
A partir desta triste realidade nacional pergunto "o brasileiro não consome cultura porque não se interessa pela cultura tradicional ou ele não tem acesso a mesma?", ou seja, o problema está no brasileiro como ser social ou o problema seria meramente econômico? Falta interesse-vontade ou grana?
Arrisco-me a dizer que são ambas as coisas. Não há no brasileiro médio um interesse em consumir cultura, e isso eu constato entre os meus próprios familiares, em especial nos mais velhos (sempre pragmáticos, e também pelo histórico apático de uma vida de privações ou mesmo da completa ausência de estímulos culturais); e claro, dentro de um país extremamente desigual sempre faltará recursos para que as pessoas tenham lazer e  entretenimento.

Dentro da lógica econômica do problema é fácil compreender a partir de um exercício simples, como um estudo de caso: pensemos em uma família nuclear clássica (casal + duas crianças) e um programa familiar simples como ir ao cinema (dentro do shopping center mais próximo de casa, e todos utilizando transporte público para o passeio); logo
R$ 25,00 transporte público ida e volta
R$ 50,00 ingressos (duas inteiras e duas meia entradas)
R$ 30,00 dois combos com pipoca e refrigerantes
Total do passeio: R$ 105,00!!
Valor atual do salário mínimo: R$ 622,00; ou seja, um único passeio com a família pode consumir quase 20% do salário mínimo....em suma cultura é um bem ainda muito caro neste país. Dai a difusão sem fim da pirataria nas ruas.

Eu mesmo, um professor do ensino médio, ainda tenho dificuldades em consumir cultura. Lembrando que para um educador o consumo cultural é um insumo fundamental para manter-se um bom e atualizado profissional. Leio muito, mas menos do que gostaria. Vou ao cinema e ao teatro, mas menos do que gostaria. Música, é ainda mais complicado, primeiro porque Belo Horizonte não é tradicionalmente uma cidade de grandes eventos musicais (geralmente somos obrigados a ir até São Paulo ou Rio de Janeiro) e mesmo assim quando acontece algum evento o ingresso não sai por menos de R$ 200,00 (que paguei, por exemplo, para assistir o show de Ozzy Osbourne no Mineirinho em 2011). Agora até o futebol, antes democrático, agora cada vez mais elitizado. 

E assim, a ascendente classe C compra televisor de plasma em 24x, carro popular em 48x, e continua assistindo dvd pirata a R$ 2,00 comprado na esquina de casa ou no shopping popular das grandes cidades; revistas, assinatura de jornais, internet banda larga, tv à cabo, sonhos ainda distantes...

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

TEORIA DA HISTÓRIA

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Greve baiana e o Estado brasileiro apolítico

Os 10 dias completos do movimento grevista na Bahia é o retrato mais evidente da crise que vivemos não só na segurança pública, mas além, a crise do Estado brasileiro que não realiza, efetivamente, políticas públicas sérias e que levem em conta o bem estar dos cidadãos.

Polícia bem equipada, treinada, motivada e bem remunerada; médicos, professores, a mesma questão/problemas (total desvalorização profissional). Formamos uma verdadeira tríade que dá um fiel retrato de nosso país: basta averiguar sempre por quantas andam a nossa Segurança, Saúde e Educação.

O movimento baiano é legítimo como qualquer movimento que lute por uma categoria profissional, e não me venham com o papo, idiota, de que a greve não se qualifica por ter caráter político. Aqui em Minas Gerais no ano passado os professores da rede pública estadual mantiveram movimento de greve por 112 dias (pela implantação definitiva do Piso Salarial Nacional em nosso estado e pelo estabelecimento de um plano de carreira digno e justo) e qual era o papo do governo tucano "o movimento é político".... Insisto: é político sim, e isso não desqualifica qualquer movimento grevista, pelo contrário. Fazer política é condição humana inerente, e quando uma categoria profissional luta por seus direitos e valorização social esta o faz por meios políticos antes de tudo. Oras, o Estado brasileiro quer que os trabalhadores, os sindicatos, não façam política? O que querem que façamos?

O Estado brasileiro, autoritário, classista, conservador, não quer e não sabe dialogar com a sociedade civil. Não quer que nós, cidadãos, façamos política - porque a definição de política para o Estado brasileiro se resume ao partidarismo inerte e fedorento, ao voto obrigatório de cada quatro anos (a chamada democracia representativa, e só).

Eu só espero que este movimento dos policiais baianos seja uma sinalização de união entre todos os servidores públicos do Brasil. Afinal, chega a ser ridículo hoje você ver uma categoria unida em torno de um movimento justo e amanhã ver esta mesma corporação batendo em professor que está nas ruas pedindo pelas mesmas coisas e lutando por uma mesma valorização profissional.

Independente dos rumos e consequências finais do movimento grevista na Bahia quero aqui deixar o meu apoio incondicional aos policiais baianos e também a todos que como eu servimos a população brasileira com profissionalismo e dedicação - apesar de todos os governos e governantes, apesar de todas as humilhações cotidianas, apesar do salário insuficiente e desmotivador.




terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O Espetacular Homem-Aranha | Trailer Legendado | 3 de julho nos cinemas

Os Vingadores | Assista ao comercial do Super Bowl na íntegra Cinema | Omelete

Os Vingadores Assista ao comercial do Super Bowl na íntegra Cinema Omelete

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Minha sobrinha comendo macarrão! Momentos em família...

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

"História Mundial - com papa Bento XVI" (quadrinhos)

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Prof. José Paulo Netto discorre sobre o Neoliberalismo





terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Carnaval: sedativo fascista

Estamos a pouco tempo da chegada de um novo mês de fevereiro, e falando em fevereiro neste país logo vislumbramos a festa "popular" conhecida como Carnaval - uma festa repleta de sincretismos entre cultura pagã e cultura cristã (vide a proximidade com a Páscoa).

A lógica inicial de todo Carnaval é da inversão. Durante os carnavais clássicos, da Europa Medieval, os homens do poder se travestiam de miseráveis e a maioria desvalida assumia o comando da festa (um autor que trabalha bem com isso é o filósofo russo Mikhail Bakhtin). Momo era justamente isso, aquela figura de inversão do poder estabelecido durante aqueles dias festivos - uma forma sutil e inofensiva de abrandar a luta de classes. Nobres, Cavaleiros, Padres, Bispos, não, o poder estava centrado em Momo.

Hoje permanece esta inversão ancestral? Sim, claro.

Vemos comunidades carentes inteiras envolvidas no Carnaval brasileiro, organizadas em escolas de samba que vão desde a minha vizinha Venda Nova aqui em Belo Horizonte, passando pela Águia de Ouro da Pompéia em São Paulo (na minha infância paulistana) e adentrando as Mangueiras, Vila Isabel, etc que formam o nosso maior exemplo fluminense. Comunidades estas que se tornam o centro das atenções nas mais diversas "avenidas do samba", onde a burguesia observa em camarotes e paga caro para estar ali diante daqueles "favelados" fantasiados de reis, rainhas, seres mitológicos, personagens históricos ou literários - adornados no mais sublime e fulgaz luxo!

Até ai parece mais um daqueles exemplos panis et circenses. Há mais, muito mais perversidão subsistente no Carnaval moderno.

Não é sem razão que nossas primeiras escolas de samba remontam os anos 30, em especial a partir do Estado Novo getulista - conservador, autoritário e militarista (dentro de uma ordem de ascensão fascista em parte da Europa, seguindo o exemplo italiano especialmente). Oras, e estas mesmas escolas que desfilavam na Avenida Rio Branco, perfiladas, organizadas, ritmadas, sob músicas cujos temas deveriam exautar a pátria e os personagens históricos (bases de uma memória positivista) nada mais seriam que reproduções, às avessas, de um verdadeiro exército de alienação transformado, politicamente, em instrumento de poder e de inserção ideológica.

Os desfiles na avenida do samba, desde a Era Vargas até a midiatização atual, seguem o mesmo vento reacionário: transformar cultura popular em mecanismo sedativo, político-ideológico. Não haverá nunca espaço para a transgressão verdadeira, a que revoluciona e enfia o dedo na cara de todo status quo. Quando é que as escolas de samba deixarão os seus Tiradentes, Colonizadores e Índios romantizados, Zumbis dos Palmares, Personalidades da Fama vendidos como "Arte" (Sílvio Santos, Renato Aragão, Dercy Gonçalves, etc) e demais baboseiras que parecem vindas de livros didáticos de História dos anos 60 e vamos começar a parar de desfilar em avenidas e para a burguesia, saindo as ruas e subvertendo a ordem como na origem vamos criticar a babaquice nacional, a caretice nacional, a ineficiência e o câncer que é o Estado brasileiro com sua classe política profissionalizada em nos roubar sob a efeméride de uma democracia enganosa e vagabunda.

Mas Tiago, e o Carnaval....bom, este que está aí a décadas, e que tem origens fascistas, e hoje está no horário "nobre" da imbecilidade televisiva, bom este Carnaval foi feito para ignorantes e sedados com a merda toda que vos cerca. Eu tô fora! Melhor abrir um bom livro e escutar música de verdade.








segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Quem somos nós historiadores?

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Amanhã é dia de boicotar a "Rede Globo de Bestialização"

Nassif vs. Ghiraldelli (texto de agosto de 2010)

Segue abaixo o texto escrito por Luis Nassif em 27/agosto/2010 onde o jornalista faz duras (e fundamentadas) críticas ao filósofo Paulo Ghiraldelli (sobre este senhor eu mesmo já emiti opiniões em textos antigos):

O caso do "filósofo" Ghiraldelli
Enviado por luisnassif, sex, 27/08/2010 - 09:24

"A Internet incorporou a presença do «troll». Trata-se do sujeito sem expressão que aproveita o espaço para provocações, buscando a evidência pela agressão. Como regra geral, são indivíduos inexpressivos, alguns francamente desequilibrados, com evidente necessidade de auto-promoção.

É o caso de um sujeito chamado Paulo Ghiraldelli, que se apresenta como «o filósofo de São Paulo». Não pretendia perder tempo com ele, mas exorbitou.

Nos últimos dias dedicou-se com um fervor freudiano a ataques e mais ataques contra mim, pelo Twitter, blogs, emails.

Vamos primeiro às acusações, depois às motivações.

Sua acusação é de que recebo dinheiro do PT. É manipulação grosseira.

Assinei um contrato com a Empresa Brasil de Comunicações (EBC), da TV Brasil, para produzir um programa semanal de uma hora, sobre temas de políticas públicas. As condições estabelecidas foram similares às que eu tinha com a TV Cultura de São Paulo e também com o Canal Rural, do grupo RBS.

A remuneração contempla a apresentação, a criação e as pautas do programa e também uma equipe de jornalistas da Dinheiro Vivo, incumbidos de alimentar o portal de Internet, montando a interação com a televisão.

A TV Brasil obedece a um Conselho composto por integrantes da sociedade civil, sem cor partidária.

Enfim, todas as condições que legitimam o contrato.

A troco de quê esse Ghiraldelli deturpa uma informação e move uma campanha desequilibrada, a ponto de me taxar de «bandido» em um meio de grande circulação como o Twitter? Terá oportunidade de explicar na Justiça, em breve, pois estou movendo ação civel e criminal contra ele.

Mas vamos entender a motivação desse senhor – além da obsessão em conquistar alguma projeção com essa campanha.

Tempos atrás li um artigo dele na página 2 do Estadão. Foi um período de intensa escatalogia da mídia, promovendo autores da mais ampla mediocridade desde que oferecessem aos jornais o produto pedido: crítica destrambelhada contra Lula.

O artigo de Ghiraldelli se destacava pelo baixo nível. Fiquei curioso em saber de quem se tratava. Procurei no Google e fui dar em seu site.

Ali, para minha surpresa, havia páginas em que ele louvava... o Ministro da Educação Fernando Haddad, inclusive aparecendo em várias fotos com ele. No Estadão, uma crítica baixa; no site, uma louvação vergonhosa. Nas fotos com Haddad ou no banner do portal, um narciso deslumbrado com o próprio retrato, como se estivesse mirando no espelho na hora de tirar a foto (confira o tipo na imagem abaixo).

Não foi a única surpresa. Lá, fiquei sabendo de uma polêmica com o jornalista-filósofo Olavo de Carvalho. O ponto central era a compulsão do «filósofo de São Paulo» em mostrar a própria mulher nua. Casou-se com uma moça bem mais nova. Olavo escrevera um artigo espantado com aquele exibicionismo de quem se intitulava filósofo. A resposta do tal Ghiraldelli era a de que quem tinha mulher bonita, tinha mais que mostrá-la.

Havia mais, uma montanha de vídeos com aulas que mais pareciam cursos de auto-ajuda.

Escrevi um post alertando o Estadão para a aberração que promovera a colunista da nobre página 2.

Não sei qual a reação do Estadão. Mas não me lembro de ter lido mais nenhum artigo desse Ghiraldelli no jornal.

Tempos depois, ele se cadastra no Portal Luís Nassif. Estranhei, mas autorizei o cadastramento.

Os demais membros do Portal iam me reportando sua atividade. No início, tentativa de aliciar membros do Portal para sua comunidade. Depois, fotos da esposa nua. Em determinado dia recebo mensagem dele perguntando se já aceitava que mostrasse a mulher pelada. Àquela altura, muitos membros do Portal reclamavam da falta de compostura do tal «filósofo de São Paulo».

Bloqueei seu acesso ao Portal. Logo em seguida cadastrou-se um tal de "Menina Virgem" - codinome da esposa do sujeito. Bloqueada também.

Desde então, periodicamente ensaia ataques através do Twitter.

Peço aos amigos que receberam o email desse tal «filósofo de São Paulo» - parece que se valeu de listas de educadores para espalhar o lixo – que ajudem a espalhar essa resposta."

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

S.O.P.A - Não está sabendo? Ela pode acabar com a Internet que conhecemos!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Vivenciar Mais

Homens e mulheres são diferentes. Temos naturezas distintas, evidente. Deveras ficamos, cada qual sob seu próprio prisma, a desejar no outro(a) um certo "devir a ser". Oras, somos o que somos. E somos diferentes, para o bem e para o mal.

Passaremos a existência inteira querendo mudar a natureza do outro(a)....desperdício de preocupações, irrritações...deveríamos sim buscar aprender a conciliar as diferenças, tornando-as elementos de reconhecimento e compreensão do outro, não o seu julgamento.

A poucos dias de contrair casamento, penso e divago sobre estas divergências de gênero. Isso amedronta, sempre. Porque estamos habituados a desejar que a vida seja um pouco estereotipada, com embalagem e manual de uso. E as coisas não funcionam assim na realidade do mundo. Somos caóticos, medrosos, inseguros, intolerantes, impacientes, em suma somos apenas humanos.

E o pior dos estereotipos é o "socialmente desejado" medioclassismo: ter um bom emprego (se possível um emprego público, onde você pode literalmente cagar e andar todos os dias e ainda depois receber aposentadoria integral sob as custas do contribuinte), morar num apto financiado por um banco e pagar em prestações a perder de vista, ter estacionado o carrinho popular da família também financiado no mesmo banco e pagando as mesmas prestações a perder de vista, claro que tudo isso depois de ter se casado numa igreja católica reconhecida na cidade e que você tivera que marcar a data com um ano de antecedência (pagando taxas para o pobre Bento XVI, custeando flores, ornamentos, aluguel de salão, buffet, fotografias profissionais, e curso de casamento, pra aprender como funciona a distinta cerimônia religiosa), tratar de rapidamente providenciar um herdeiro, etc...nada mais margarina, nada mais pueril.

A dinâmica do existir envolve mais coisas, profundas e subterrâneas. Por baixo da pele hidratada, dos dentes brancos, dos cabelos arrumados, do corpo perfumado, existe um ser, um ser repleto de contradições, angústias, desejos, ideias, erros e acertos. 

Portanto, se é possível desfrutar do que chamamos felicidade, esta só será mais palpável a partir do momento que aprendermos a idealizar menos e a vivenciar mais.... 

domingo, 15 de janeiro de 2012

Operação Centro Legal é Legítima

Desde 3 de janeiro deste ano a PM e o Estado de São Paulo iniciaram uma operação de "combate" ao livre tráfico de drogas presente na região da Luz (Operação Centro Legal), área central da capital paulista - apelidada como "Cracolândia", visto a prevalência desta droga entre os dependentes químicos que por ali circulam como verdadeiros zumbis.

Vozes ligadas aos direitos humanos chamaram a ação do governo como "higienização", cujo princípio estaria na limpeza do local - dispersando os usuários de drogas, e revitalizando a região como centro comercial ou mesmo digno de circulação, longe, muito longe de qualquer preocupação com os dependentes químicos e seus dramas ali concentrados.

É claro que o governo paulista não vai querer que a ação seja entendida pela população como meramente repressora, querendo dar uma certa humanidade na ação policial; mas conscientes que somos fica evidente que a ação é repressão pura sim, a questão agora é debater se a repressão neste caso é legítima ou não.

Por pior que possa parecer, sendo eu um libertário convicto, tenho que reconhecer que a represão praticada na Cracolândia é justificada. Não é possível transitar, não é possível uma convivência social digna, em um bairro repleto de zumbis entupidos de tóxicos, que atraem todo tipo de ação criminosa: prostituição, roubos, mendicância, tráfico e até assassinatos.

Deixar que estas pessoas, doentes e necessitadas de amparo, se aglomerem formando centros de uso de drogas, é ser leniente com uma série de consequências negativas produzidas pela compra-venda das mesmas, ferindo o bom convívio social. Dai a necessidade de desconcentrar através do uso da força, ou alguém ainda é ingenuo para acreditar que um usuário/traficante de drogas ainda pode ser convencido por argumentação lógica?

As críticas, provenientes de grupos ligados ao lulopetismo no poder, são hipocritamente marcadas pelo viés político (na disputa pelo poder, sempre desqualificando a ação do grupo antagonista), até porque o Estado brasileiro não é exemplo de combate as drogas, muito menos de atendimento/recuperação eficaz aos dependentes químicos.


terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Caju - Zona (Graffite - 98fm)

domingo, 1 de janeiro de 2012

10 Previsões para 2012!

Não faço o tipo guru oriental, muito menos de clarividente, porém a minha experiência como cidadão consciente já torna possível fazer certas previsões para este 2012 que se inicia hoje; vamos lá, e se possível me cobrem depois:

1. O mundo continua a sua caminhada imerso no caos: Europa em crise social e econômica (países como a Grécia, a Espanha, próximos de abandonar a zona do euro - um projeto fadado ao fracasso não é de agora), Oriente Médio violento e repleto de incertezas, a dita "Primavera Árabe" iniciada em 2011 não significará mudanças profundas na ordem das coisas e os povos afetados por estes movimentos sentirão o dissabor da dita "democracia ocidental".

2. As eleições municipais de nosso país serão o reflexo de uma política nacional anêmica, fisiológica, onde petistas e tucanos deflagarão disputas enfadonhas pela hegemonia política do país, alinhados com uma série de partidos de aluguel.

3. O país não avançará em setores estratégicos e não realizará as tão necessárias reformas (política, tributária).

4. Continuaremos sendo um dos poucos países do mundo onde a reforma agrária ainda é um sonho distante, e os conflitos no campo não cessarão.

5. O conservadorismo anacrônico continuará se manifestando sob a forma de agressões homofóbicas, desrespeito as mulheres (mortas diária e covardemente em nosso Brasil), intolerância as diferenças.

6. Muitos compatriotas irão perder suas casas e vidas, vitimados por chuvas de verão, e os governos manter-se-ão inoperantes e incompetentes quanto a prevenção e combate as tragédias naturais.

7. Continuaremos destruindo o planeta aos poucos, preservando o sistema e a ordem do Capital em detrimento aos ecossistemas, aos sinais de esgotamento da mãe Gaia. Lixo, poluição ambiental, monóxido, óleo no mar, desmatamento, queimadas, radiação.

8. A Presidente Dilma realizará uma reforma ministerial insuficiente, manterá uma base política de apoio formada por animais peçonhentos, e muitos escândalos serão deflagrados em Brasília - para alegria da imprensa burguesa.

9. Educação e Saúde continuarão sendo tratados como gasto público, nunca investimento. Seremos uma das maiores economias do mundo, hoje a sexta, porém a concentração de renda e a miséria permanecerão como marcas indeléveis desta brasilidade deturpada. Greves serão iniciadas nos mais diversos setores da vida social e todas serão reprimidas pelo Estado opressor, alinhavado com a Justiça pelega e classista.

10. O futebol, o Carnaval, a nova e débil musicalidade brasileira, as bundas televisivas, o plim-plim hipnótico, os feriados intermináveis, a ignorância, serão os escapes de nosso povo sofrido - dominados e anestesiados pelo espetáculo debordiano.