sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Um conselho sobre a aprovação mentirosa

Chegamos ao derradeiro mês do ano letivo. Dezembro, hum. "Passei de ano?", "estou de recuperação, mas por quê?", "eu não vou repetir mesmo, o Estado passa todo mundo...", "quantas faltas eu tenho?", "se eu for reprovado em três matérias eu passo de ano?", etc. Não há época do ano em que nós, professores, somos bombardeados com tantas perguntas, e claro, pressões, impressões, e uma única (in)certeza: aprovação. Mas, há um detalhe, ou melhor um conselho.

Você estudante, você que me lê, que pode ter entre 12 até 20, 22 anos, certamente você será aprovado neste ano de 2014. Sim, você chegou ao seu objetivo enquanto estudante. O problema é que esta aprovação mascara, demais, a realidade enquanto apreensão de conhecimentos e habilidades, e ai, muitos meninos(as) estão reprovados.

Você que atingiu a média de aprovação pode não saber, ou até sabe do alto do seu cinismo: você não sabe nada, ou sabe pouco, distante daquilo que o seu professor gostaria de tê-lo ajudado a conquistar, com esforço, dedicação, abrindo mão dos prazeres da idade e da época. Estudar não é gostoso, não é comer pudim. Estudar é trabalho. Envolve método, organização, continuidade, erro, e quando você poderia pensar que já soubesse o suficiente, logo vem a socrática máxima "nada sei".

E assim, ano após ano, aprovamos meninos e meninas de forma a enganá-los. Colocamos em suas bocas, que pouco se calam, placebos cognitivos. Você aluna(o), se sente saciada, feliz. Mas nada comeu, não corre em seus membros energia significativa alguma. Por isso, o conselho: você não sabe nada, não se engane. E a notícia ruim é que isso virá à tona fora da escola, anos depois de passar pelos bancos escolares, quando vem a escola maior, que não apresenta piedade, não respeita diferenças, não aceita brincadeiras e te faz sofrer de verdade - a escola do viver.

No ambiente de trabalho, no escritório, na loja, no trato com os clientes, em muitos bancos universitários sérios, não haverá conselho de classe para salvá-lo da verdade, não haverá segundas e terceiras chances, não há enganação, só a verdade, e a verdade que o mundo oferece é esta: "no mercy" (sem perdão). Comprou, pagou, preto no branco.

E a escola brasileira vem formando e enganando os seus jovens há décadas....e você sorri, com o diploma do ensino médio nas mãos. Pobre diabo.
Mas professor, você está sendo duro. Sim, melhor saber da sua ignorância agora. Quem sabe ainda há tempo para aprender de verdade, de início repensar a sua relação com os livros, a leitura, e tudo aquilo que no Ocidente entendemos por cultura, aquela que não existe no programa da Regina Casé e você não escuta no som barulhento de um adolescente que só quer a atenção que não tivera com a família.

Hoje mesmo, em especial os que foram e são, ou serão, meus alunos nos bancos escolares, comece, realmente, a estudar. De verdade. Sem eu ter que te aprovar, porque eu não quero te aprovar, eu quero mais, eu quero que você aprenda.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Aécio Neves é o mal necessário

É conhecida a frase de Lênin na defesa da NEP "é preciso dar um passo atrás, para em seguida dar dois passos adiante", no contexto em que propunha desenvolver o Capitalismo soviético para assim atingir o sonhado Comunismo (aqui presente um certo etapismo, marca do caráter profético presente no marxismo). Mas a conversa aqui é o nosso país, os rumos que poderemos tomar no 2º turno a ser disputado no próximo dia 26 de outubro. E aqui, pasmem, encaixo a frase e a lógica leninistas.

Aécio Neves Presidente é o nosso "passo atrás". Não que isso signifique, como vociferam os lulopetistas, um fracasso ao país, um retorno a tempos de crise, etc. Aécio é a quebra necessária ao regime lulopetista que domina o Estado brasileiro a 12 anos! Não há democracia que resista a um partido governando a tanto tempo assim, e assim a única opção viável a manutenção da democracia acaba sendo apertar 45 na urna eletrônica.

Muitos questionam, como pode um cara como eu, professor no estado de Minas Gerais por 7 anos, que realmente sentiu na pele a tecnocracia dos governos Aécio-Anastasia, agora declarar voto ao candidato tucano? Seria uma espécie de síndrome de Estocolmo? Não, não. Já disse via facebook, e agora reitero, o voto em Aécio é um voto pragmático, desapaixonado, pensando no que seria o menos ruim para o Brasil: aceitar a continuidade do regime lulopetista por mais 4 anos e dar crédito ao péssimo governo Dilma, ou aceitar o "passo atrás" tucano e provocar a necessária enxugada do Estado brasileiro, que sofre de obesidade mórbida, engordurado pela sujeira da corrupção e do toma-lá-dá-cá promíscuo com sua base "aliada" (espero que Aécio, como Presidente, me surpreenda e jogue o PMDB na oposição).

Se o mineiro, nos 4 anos que tiver, mostrar ineficiência, aprofundar o caos econômico que vivemos, ou cometer erros que foram cometidos não só pelo regime lulopetista mas pelos anos FHC, em 2018 lhe responderemos com um basta nas urnas, e em meio a este processo passaria o PT por uma necessária refundação, reestruturação, e autocrítica, fazendo bem ao país e a própria esquerda nacional. O PT necessitar distanciar-se do lulismo, radicalizar e junto ao povo promover a verdadeira governabilidade (e não promovendo conchavos com Collor, Sarney, Maluf, etc), o que, apesar da tão defendida opção pelos pobres em 12 anos fizeram muito pouco comparado ao que prometiam quando chegaram pela primeira vez ao poder com Lula nos idos de 2002.

Vale aqui também relembrar alguns colegas educadores, em especial os mineiros:
- os problemas da educação mineira não são um fenômeno partidário, nem regional.
- governos como o do falecido Presidente Itamar Franco (PMDB, aliado maior da candidatura Dilma) chegaram a atrasar meses de pagamento dos servidores públicos, inclusive da educação. Outros governos, como do ex-governador Newton Cardoso, também do PMDB, lidavam com as greves dos educadores de forma debochada e violenta.
- a educação brasileira, pela LDB 9394/1996, no seu ensino básico, estrutura-se nas esferas municipal (ed. infantil e fundamental) e estadual (médio e profissionalizante), cabendo ao governo federal uma atuação muito tímida (mais vinculada ao ensino superior, em especial). Assim, seja Dilma ou Aécio, falar em revolucionar a educação sem tocar na LDB é pura demagogia eleitoral. Nós professores não podemos cair nesse papo dos candidatos.
- o culpado pela situação de penúria da educação brasileira não é o governo, mas você ai. É a sociedade brasileira que não entende a educação como valor, é o aluno que aceita numa boa a progressão continuada, são os pais que transformaram a educação básica em creche porque são incapazes de educar os filhos. Quem corrói a escola pública, joga no lixo a educação nacional, dá carta branca para que os políticos tratem a educação da maneira que temos visto - como algo menor. É, por exemplo, acreditar que o ensino médio brasileiro será solucionado através de reformas curriculares! Que piada.

Na minha visão os brasileiros deveriam ter amadurecido e optado por outras candidaturas, rompendo com esta polarização besta entre tucanos e petistas (que na essência são filhotinhos mau-amados da Ditadura Militar e da Social-Democracia à europeia, que afundou a Europa como potência global via Welfare State/uma palavra mais chique e elaborada para o bolsismo que o PT pratica a mais de uma década). Luciana Genro, Marina Silva, Eduardo Jorge, teriam sido caminhos mais dignos e melhores para o país. Agora, resta votar em Aécio "na moral" (como diz o professor de Ética da USP Clóvis de Barros Filho) e pelo bem do Brasil assistir ao desmonte das raízes nefastas que o PT plantou no Estado brasileiro. Caso contrário, nos preparemos para assistir a "venezuelização brasileira".
Quem leva a melhor?



terça-feira, 14 de outubro de 2014

O que estamos fazendo de nós mesmos? Uma perspectiva sobre ética e nossa...

sábado, 5 de julho de 2014

"As vezes" um viaduto cai....


quarta-feira, 2 de julho de 2014

A filha de uma pedinte

Dias atrás estava, tranquilo, nas imediações da nova rodoviária de Campinas, à espera de um ônibus que me trouxesse para casa, aqui em Atibaia-SP. Após um almoço leve numa loja da rede "Subway", sentei-me próximo a lanchonete e estava arrumando alguns documentos quando, de repente, fui surpreendido por uma jovem grávida que segurava na mão direita uma menininha, de nome Talia, que devia ter entre seus 3 a 4 aninhos de idade.
A jovem inicialmente mendigou, pediu dinheiro, o que de pronto e objetivamente recusei. Insistente, a jovem me olhou nos olhos, com vergonha e certa melancolia, e disse: "moço, então paga alguma coisa pra minha filha comer"...
Se tem uma coisa que me deixa um pouco transtornado é ver crianças sofrendo, doentes, abusadas e violentadas, lances do tipo que a toda hora a gente se depara na televisão e nas ruas deste país pobre e desigual, muito desigual. Depois que a minha Catarina nasceu, hoje com pouco mais de 8 meses de vida, este meu transtorno e repulsa pelo sofrimento dos pequeninos multiplicou-se aos milhares. Essencialmente, idealmente, criança não poderia sofrer - contudo, sei que a realidade da vida humana é diferente!
Olhei pro lado, pouco dinheiro disponível, mas daria para comprar um bom sanduíche do dia na mesma lanchonete (em torno de R$ 7,90); e assim respondi a jovem "mãe, pode ir ali e comprar um sanduíche (apontando qual) daquele pra criança", e ela, com mais vergonha, dizia "mas moço, eu não sei pedir estas coisas não (porque o sanduíche é montado).
Me levantei, enfrentei novamente a fila de clientes, para espanto dos que estavam próximos de mim nas demais mesas, e após a espera montei um bom sanduíche pra pequena Talia, que comeu de imediato ao receber o pouco, mas era o que eu poderia fazer ali naquela circunstância.
Chamei a mãe, inclinei-me próximo da criança e perguntei seu nome, ela disse "Talia"....se não me engano nome de uma atriz mexicana destas novelas que vez ou outra o SBT passa pela centésima vez. E assim, comendo o sanduíche de mãos dadas a sua mãe, elas foram embora e ao retornar pra minha mesa veio a imagem da minha filhinha na mente, e eu chorei.
Pensei em Jesus quando diz no Evangelho de Mateus 25: 35-40
"Pois eu estava com fome, e vocês me deram de comer; eu estava com sede, e me deram de beber; eu era estrangeiro, e me receberam em sua casa; eu estava sem roupa, e me vestiram; eu estava doente, e cuidaram de mim; eu estava na prisão, e vocês foram me visitar. Então os justos lhe perguntarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos como estrangeiro e te recebemos em casa, e sem roupa e te vestimos? Quando foi que te vimos doente ou preso, e fomos te visitar? Então o Rei lhes responderá: Eu garanto a vocês: todas as vezes que vocês fizerem isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que fizeram".
Voltei pra casa pensando na sorte e no infortúnio de milhões de criancinhas do Brasil, entregues a miséria, a desnutrição, a falta de oportunidades ou mesmo de amor e calor familiar. Pensei na pequena Talia, na minha Catarina, certo de que o Espírito Santo de Deus tomara posse do meu agir, retirando o egoísmo que há no meu ser, fazendo o bem, por menor que seja, ao próximo, de maneira a repetir, minimamente, a caminhada do nosso Senhor.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Pastor Caio Fabio: Entrevista sem cortes

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Vitória à seleção, derrota ao regime petista

Hoje dar-se-á o pontapé inicial para a Copa do Mundo de Futebol em terras brasileiras, depois de 64 anos, e o que esperar do torneio, dentro e fora de campo?
Posso aqui estar assumindo uma atitude "profética", mas acredito que muitos problemas serão escancarados e outros tantos serão escondidos por alguns anos, até que a "mestra da vida", a História, nos deixe à par de uma série de absurdos cometidos pelo Estado brasileiro durante a organização e ocorrência do evento. 
Rios de dinheiro público foram, são e serão desperdiçados em nome do evento, e os problemas nacionais, já que os olhares do mundo se voltam a partir de hoje para o país, ficarão flagrantes, latentes, com muita mobilização popular e política, nas ruas e nos gabinetes, até porque estamos em ano eleitoral, e sejamos vitoriosos em campo ou não os votos de outubro dialogam com tudo o que ocorre e ocorrerá nos gramados, estádios e cidades.
A Presidente Dilma está enfraquecida, em regiões privilegiadas do país, como o sul e o sudeste, a rejeição ao seu governo, ao seu estilo, ao seu partido em muitos casos, já é um sinal mais do que amarelo para suas intenções de mais quatro anos no Palácio do Planalto; se vier a derrota do time de Felipão, hum, viveremos um clima de negativismo que pode contaminar o processo político.
Médici, o general Presidente entre 1969-1974, tivera a sorte de contar com um dos maiores times de futebol de todos os tempos, com Pelé, Tostão, Rivelino, Gérson, Jairzinho, etc. Dilma tem Neymar, mais nada. E isso pesa, pode crer que sim. O time de Felipão, querendo ou não o treinador, entra em campo para mais do que jogar futebol e conquistar um trófeu mundialmente cobiçado para o nosso futebol, mas também para recuperar um pouco do otimismo popular que é benéfico para um grupo político que deseja se manter no poder.
Dias atrás Dilma deu as caras em horário nobre da tv, e claro, já querendo colar a sua imagem à equipe brasileira que entrará em campo na Arena Corinthians (um dos filhotes do evento, com dinheiro público e não dos torcedores do clube) para enfrentar os croatas às 17:00. Ela precisa de um ambiente de otimismo, de povo nas ruas comemorando, inebriados, mais uma vitória brasileira. 
Difícil torcer em tempos tão radicalizantes, em que eu, você que me lê, certamente estamos cansados de ver o sofrimento do nosso povo, e porque não o nosso próprio sofrer (sou funcionário público, professor, no estado de São Paulo, e tenho uma noção bem nítida do que é a realidade do país, da maioria dos brasileiros que passam pelos bancos escolares e que na juventude dividiram boa parte de seu tempo e experiências comigo numa sala de aula). Pra um cara que como eu usa transporte público diariamente, que é educador em escola pública, que já utilizou o sistema público de saúde, que convive com os jovens e famílias seja em ambiente escolar, na igreja, etc, sei o quanto tem sido desafiador conter a revolta, e o impulso para a mudança, a veia revolucionária se aloca na nossa profundidade de Ser.
E assim, dentro deste contexto, desejo que a seleção brasileira faça uma boa campanha em campo e que os brasileiros acabem com o regime petista, seja no voto ou nas ruas por pressão popular.

Dilma à espera de um "milagre"..


APESTV entrevista prof. José Paulo Netto sobre as manifestações de Junho

segunda-feira, 19 de maio de 2014

A origem do planeta terra - documentário COMPLETO

domingo, 18 de maio de 2014

BBC - Da Revolução Russa à queda do Muro de Berlim

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Rasputin vs Stalin. Epic Rap Battles of History Season 2 finale.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Como e por que ensinar a histórica Babilônia

É comum que o professor de História trabalhe os povos mesopotâmicos de maneira distante, rápida, desinteressada. Em parte, isso ocorre porque somos ocidentalizados, receptáculos históricos de gregos e romanos. O Ocidente, no qual estamos inseridos geográfica e historicamente (mesmo que por força da violenta colonização lusitana), realmente apresenta como arcabouços fundantes o "tripé": jurisdição romana, ética judaico-cristã, e filosofia grega. Mas como estudar tão desinteressadamente povos que por exemplo desenvolveram ideias sólidas na Astronomia, Matemática (os 360º de uma circunferência, a organização dos doze meses e semanas de sete dias, etc), e que antes mesmo dos romanos darem as "suas caras" já apresentavam um "Código de Leis"? Ressalto que os romanos, ainda em meio a intromissão etrusca, datam do século VII a.C, e os mesopotâmicos já mostravam seu poder e esplendor entre os séculos XIX aC - XVIII aC quando do chamado "Primeiro Império Babilônico". Há uma outra explicação para tal desinteresse ocidental, de ordem ético/moral. 

Dentro do Cristianismo, e da Palavra de Deus, há traços e eventos ocorridos entre os mesopotâmicos como no chamado "cativeiro caldeu" por parte do povo de Israel, sendo destaque as profecias proferidas por Daniel (encontradas na forma de livro do Velho Testamento). Daniel viveu dentro do chamado "Segundo Império Babilônico", onde o poder e força babilônico foram recuperados pelo povo caldeu (localizado ao sul da Mesopotâmia, nas margens do rio Eufrates) após tempos de dominação assíria sobre a região. Foi a época do reinado de Nabucodonosor...que é muito mais que "o nome de uma nave na trilogia Matrix"! 

Dentro da ética/moral cristã a "Babilônia" acaba sendo adjetivada como símbolo, ou metáfora, para identificar um povo que está distanciado de Deus, longe de seus princípios e vivendo de maneira luxuriosa, mundanizada, secularizada e humanista no sentido mais arrogante que o termo poderia carregar. No livro do Juízo da humanidade, a "Revelação" (Apocalipse) traz a vitória final da justiça de Deus sobre os pecados deste mundo, numa batalha épica (Armagedon) entre as forças de Jesus/Miguel contra Satã/Grande Babilônia. Como educadores, como profissional da História, devemos ter o cuidado de separar aquilo que é "A Grande Babilônia", simbolismo religioso, do que realmente foi a histórica Babilônia dos amoritas, do código de Hamurábi, dos fantásticos zigurates, dos jardins suspensos de Nabucodonosor, do desenvolvimento matemático, linguístico, social, pois foram os primeiros povos a formar o que conceituamos como "civilização".

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Eu, o "geógrafo"

Tenho trabalhado semanalmente com turmas do ensino fundamental e médio no conteúdo de Geografia, sim...Geografia. Esta disciplina até então tratada à distância nos meus estudos, análises, pensamentos, e eis que aqui em São Paulo cá estou ensinando Geografia aos jovens e adolescentes. Tem sido uma experiência nova, boa. Claro que a didática, o método, até então claros em minha mente quanto ao ensino de História, na Geografia passa a me exigir postura mais reflexiva - o que tem exigido que eu seja melhor professor.

Estudar e ensinar a Geografia tem me possibilitado conhecer e reconhecer melhor o nosso planeta, os fenômenos cósmicos e naturais que interferem em nossas vidas, e além, tem proporcionado um olhar mais dinâmico sobre a História e os fenômenos que seriam próprios da História.

História e Geografia, deixo claro, não são áreas co-irmãs como alguns pensam até hoje (reflexo dos tempos da Ditadura e do ensino de Ciências Sociais), porém são complementares, uma contribuindo à outra, enriquecendo toda análise/compreensão. Ensinar Geografia exige mais materialidade: mapas, globo, textos, imagens, projeções, vídeos, porque antes de tudo este conteúdo tem algo que se não é mostrado, visto, presenciado, ele sempre será manco, problema este que a História, teórica por excelência e episteme, não tem. Um bom professor, uma boa leitura, e algum interesse, bastam para um conhecimento mediano da História (em termos escolares, o suficiente). A Geografia, para ser bem assimilada, pede mais, pede material adequado e acessível. E ai, esbarramos nas limitações e problemáticas do ensino público nacional. Uma pena.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Obrigado BH!

Depois de um necessário silêncio, eis-me no estado de São Paulo depois de 26 anos vivendo em Belo Horizonte, capital dos mineiros e terra de que guardo muitas lembranças, onde casei e vi nascer a minha amada filha Catarina. Obrigado BH!

Aqui em Atibaia, uma estância hidromineral a pouco menos de 1 hora da capital paulistana, e com aproximadamente 140 mil hab., sigo a minha carreira e a minha vida familiar. Ainda sob adaptações, estou trabalhando como professor efetivo do estado de São Paulo, visto aprovação no presente concurso público de novembro passado.

Peço aos amigos(as), leitores, alunos(as), que orem por mim e família. 2014 começou como um horizonte novo, repleto de desafios. Em breve, detalhes....(como a experiência atual com a Geografia, disciplina que estou lecionando no ensino fundamental).

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Tempos de Anarquia

Desde os eventos de "junho de 2013" o Brasil não é mais o mesmo, e não é porque o "gigante acordou" ou bobagens similares, mas porque estamos assistindo ao renascer da Anarquia, seja como teoria revolucionária ou como metodologia de ação, de fato os "vândalos" e seus quebra-quebras entraram na ordem do dia.
Isso sem ainda concluir se estes grupos "black blocks" (uma tática de enfrentamento criada por grupos anarquistas europeus, os blocos negros) são genuinamente grupos anarquistas brasileiros ou se são grupos políticos ligados a interesses de outros grupos políticos (como no possível caso PSOL). De qualquer maneira a Anarquia, mesmo que difamada pela mídia e pelo status quo, voltou a ser encarada como algo mais, além, do que preconceituamente sinal de "bagunça".
Assim como o Socialismo, a teoria anarquista não é uma massa ideológica homogênea, ela possui ramificações, visões, divisões, a partir de um mesmo objetivo: a construção de um devir autogestionário, sem classes e sem Estado.
Até o florescimento do socialismo marxiano, em meados do século 19, era a Anarquia a teoria política, e a ação política que efetivamente desafiavam os liames da democracia liberal consolidada da época. E a repressão contrária mostrava-se tão intensa quanto as ações de terror que o Anarquismo empreendeu no século 19 e no começo do último século (vide por exemplo que um Presidente norte-americano, William McKinley, foi assassinado por um anarquista em 1901).
Com Marx e Engels, vitoriosos nos debates da I Internacional (especialmente contrários ao russo Bakunin), o Anarquismo começa a ir para os rodapés de página das ideologias de esquerda, e após a segunda guerra mundial já parece ser carta fora do baralho diante da bipolaridade URSS x EUA.
Por que então, supor um renascer de movimentos anárquicos?
Porque o socialismo de Estado, proles do leninismo/stalinismo, deu mostras de que nada mais foi senão uma Ditadura à esquerda, vencido historicamente pelas "vias democráticas" do Capitalismo (como o Estado de Bem-Estar Social, hoje em frangalhos na Europa, a Social-Democracia que por exemplo impera no Brasil desde o Plano Real, e até mesmo as vias do puro Liberalismo na Inglaterra e nos EUA). Assim, restam aos mais radicais, àqueles que desejam lutar por transformar o mundo ou algo correlato recuperarem o Anarquismo como ideologia, talvez como o meio "correto" em direção ao tão sonhado igualitarismo.
No caso brasileiro, a cada manifestação nas ruas, fico pensando se um anarquista clássico brigaria com a polícia exigindo "saúde, educação, transporte".....?? Creio que nada mais equivocado. O anarquista não pode lutar por isto pois entende que o Estado, por sua natureza mesma, não vai proporcionar nada de digno ao bem estar geral. Com o Estado não há negociata, pois ele é "O Inimigo". Para o anarquista o Estado não tem que cuidar de nada, pois ele sequer deveria existir, sendo substituido por uma nova organização social amparada na autogestão dos povos, em pequenas comunidades (seria um desejo de voltar a andar sobre quatro patas, como diria Voltaire?).
Assim, atentos, vamos assistindo a "tempos interessantes" (parafraseando Hobsbawm)...

sábado, 18 de janeiro de 2014

Reflexões sobre "o pão"

Nos livros do Evangelho há um momento clímax, limítrofe, onde Jesus, filho do homem, encontra-se faminto e no meio do deserto (em tese, no mais completo desespero) e pior, vê-se tentado, pessoalmente, pelo próprio diabo.
O anjo do mal busca desviar Jesus de sua missão salvífica com três argumentos ardilosos, e que exemplificam muitos dos nossos erros, problemas: sobrevivência, poder e arrogância. Em momentos onde a nossa vida é posta em xeque, nosso conforto e prazer são ameaçados, o demônio rapidamente vem oferecer o "ganho" fácil, dócil. Vejamos o que escreve Lucas
"Disse-lhe, então, o diabo: Se és o Filho de Deus, manda que esta pedra se transforme em pão."
O diabo oferece o meio fácil, ou como aponta a concepção bíblica "o caminho largo". A ideia é que Jesus tinha o poder de se livrar daquele fardo, de se aliviar, dai o demônio provocando-o a pensar de forma individualista. E amigos, é no individualismo que mora uma das maiores forças do inimigo de Deus. Assim, a mentira é o método diabólico por excelência, mas o individualismo, essa é a rede de pesca antitética. Cristo pesca homens para a sua salvação, e Lúcifer pesca homens para a sua perdição. E o tecido da rede da perdição é formado pelo nosso individualismo.
Cristo oferece ao demônio uma resposta profunda e fulminante, e escreve Lucas
"Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem."
Confesso que quando li essa passagem me sobreveio a mente um caminhão de ideias, teorizações, em especial marxistas que advogam o contrário do que convém a Deus e seus ensinos. Segundo Karl Marx e um sem fim de pensadores modernos é somente de pão que vive o homem. Como que sem o pão, estaríamos condenados, e que a vida humana e a história poderiam ser entendidas-simplificada pela disputa do pão. Quando Cristo aponta exatamente o contrário!
O discípulo Mateus reforça escrevendo
"Jesus, porém, respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus."
O pão é importante, claro. Mas não é o fundamento do ser humano. Na concepção de Deus não há uma infraestrutura que condiciona o agir do homem. O homo economicus é apenas um aspecto do andar humano numa terra marcada por descaminhos e pecados, profeticamente condenada a ser destruída e purificada por novos céus e terra, vide por exemplo o que escrevera Isaías
"Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas."
Então, o que resta ao ser humano? Confiar e dar atenção as palavras que procedem da boca de Deus, este sim é o verdadeiro fundamento do homem porque fazendo isto garantimos a conquista da maior promessa de Deus e reafirmada na vida-morte de Jesus: a vida eterna. Ao diabo interessa que nos apequenemos em preocupações com ter ou não o pão, conquistá-lo ou não, pescando-nos em nossa natureza caída e individualista. O exemplo de Cristo é que em primeiro lugar, sempre, devemos pensar em conquistar a vida eterna, e certamente ao fazer isso o pão, que faz parte da nossa caminhada, nunca nos faltará.

Notas:
Bíblia Sagrada - Almeida revista e atualizada.
Livros de:
Isaías 65: 17.
Mateus 4: 4.
Lucas 4: 3-4.  

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

O rolezinho como culto

Não, eu não vou demonizar os jovens que se organizam no dito "rolezinho", muito menos torná-los anjinhos barrocos desfilando em centros de compras - me nego a politizar o que está ocorrendo.
O Brasil que vivemos mais parece os anos 60, como vocifera o músico João Luis "Lobão", e tudo agora é visto na base do "8 - 80", "direita - esquerda", simplificando os fenômenos sociais através de uma leitura neurótica da luta de classes e de conceitos marxianos, em especial. Me perdoe, mas não vivemos a Guerra Fria.

O que é o "rolezinho" então?
Um fenômeno de mídia, que foi completamente absorvido por parcelas até então excluídas do tecido social. A meninada da periferia compreendeu que pode utilizar-se das redes sociais como ferramenta de organização, não política ou engajada nisso ou aquilo, mas como ferramenta de mobilização para o culto semanal ao "seu grande deus": o consumo.
Trabalho com adolescentes, jovens, grande parte próximos de comunidades carentes e excluídas, e sei o fetiche que está amalgamado em suas mentes, tomadas pelo "ter", pelo aparente. O jovem quer aparecer, quer ser percebido. Quando o garoto, de visual grotesco até, liga o funk dentro do ônibus pra todo mundo ouvir é algo mais complexo do que "falta de educação", é dizer, melancolicamente "ei vocês, aqui, sou eu, eu existo, olhem pra mim...."...ou seja, há carência fundamentada na sua atitude de desafiar o bom gosto, o bom senso.

Hoje grande parte dos jovens de nosso país, independente de classe social, é essencialmente consumista. Grande parcela dos endividamentos pessoais em nossa economia advém de pessoas mais jovens, em especial as meninas. Gasta-se todo o salário mínimo mensal (comum entre aqueles que estão começando no mercado de trabalho) em tênis, bonés, roupas, joias, relógios, celulares, eletrônicos, etc. Seus ídolos, arraigados na sociedade do espetáculo, são muitas vezes jovens negros que hoje desfilam todo este ideário de felicidade-Capital (Neymar, Ronaldinho Gaúcho, rappers e funkeiros, pagodeiros, etc).

Assim, utilizando-se das redes sociais e das facilidades da virtualidade, eles se mobilizam, semanalmente, para cultuarem, juntos, o deus-dinheiro. E qual o melhor lugar, o verdadeiro templo, do deus-dinheiro: shopping centers. Então, 200, 300, 2.000 meninos e meninas, andam por entre brilhantes corredores, vislumbram e adoram todos os objetos de seus desejos, e excitados pelo momento, pela idade, abrem espaço para possíveis e mais viáveis conquistas (dai o ficar, paqueras, etc). Acredito que tudo isto poderia, e deveria ser melhor digerido pela sociedade brasileira, o problema é o que estamos vivendo: politização extremada entre setores da sociedade, que buscam a seu modo conquistar a classe média (a eterna insatisfeita, com medo da pobreza e com inveja dos ricos).

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Está chegando a "festa da carne" patrocinada pelo Capital e por Satã

Eu não gosto do Carnaval. Respeito aos que pensam contrário e buscam satisfação nesta festividade (muitos dos meus melhores amigos sempre curtiram o evento, e eu mesmo quando mais jovem tive a oportunidade de participar de alguns), mas eu não gosto.
O Carnaval é a dita "festa da carne", sintonizando cristianismo e paganismo desde a época medieval, e representaria um grande "desbunde", marcado por inversões e excessos, após uma série de momentos de introspecção religiosa de natureza católica (Natal, Quaresma, por exemplos). Ou seja, depois de uns tempos em meditação, reflexão, renúncias, eis que chega o momento de desforra, dando vasão a muitas coisas que nosso superego tende a algemar no inconsciente! E ai, bom, o homem veste de mulher e rebola na rua, sacaram...o lixeiro que é humilhado semanalmente veste a luxuosa roupa, brilhante, de príncipe árabe, rei disso ou daquilo....a cantineira da escola vira "rainha da bateria", e vamos invertendo a realidade pelo menos por um momento!
A minha formação cultural, política, filosófica e agora religiosa insistem em me manter com os dois pés no chão, em suma eu não tolero sair da realidade a este ponto que o Carnaval propõe. Me recuso a fechar os olhos para as dores do mundo, e fingir que vamos muito bem...
Outros fatores também me afastam do Carnaval, em especial o modelo de festividade que se vende a algumas décadas: menos popular, mais show bizz! O Carnaval sai das ruas, e se estrutura em torno de uma indústria do entretenimento (escolas de samba, grupos musicais, clubes, boates, desfiles, micaretas, etc)
Hoje o Carnaval é um apêndice da indústria do álcool, da música, do sexo. Nada mais carnavalesco que um jovem travestido com uma camiseta "vip", embriagado, em busca de momentos de prazer líquido, instantâneo (como tão bem exemplifica os textos do sociólogo polonês Zigmunt Bauman), com qualquer mulher que cruzar o seu olhar. Oh...quanto vazio existencial se esconde em cada sorriso.
Nas televisões, no Sambódromo, mulheres desfilam seus corpos, trabalhados pela ciência que produz ilusões, vendendo-se como séculos atrás ocorriam nas feiras de escravos. Quem dá mais? Que seios, coxas, pernas, bundas, quanto custam? E a indústria do entretenimento, mais pueril e rasteiro, gargalha de mãos dadas com Satanás (em termos espirituais ainda há dúvidas da origem de tudo isso?).
Sinceramente, durante mais um Carnaval, e no Brasil, eu tenho muitas outras coisas com que me preocupar e ocupar minha mente e atenções. Porém, nunca é demais propor as pessoas, de mente aberta e dispostas a se libertar, que repensem e reflitam sobre os sentidos, intrínsecos e extrínsecos relativos a festa da carne.


quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Sobre libertação jurídica e libertação étnico-racial

No texto sobre o filme "Lincoln" acredito que ficou no ar, para alguns, o que vem a ser "libertação jurídica" dos negros, contrariamente a uma esperada libertação étnica ou racial.
Liberdade jurídica, no contexto da aprovação da 13º Emenda Constitucional estadunidense, é considerar a população negra liberta de qualquer forma de trabalho escravo ou servil: uma tradição sulista e que era desejo dos ditos Confederados levá-lo aos confins do oeste americano (o que alguns historiadores chamam de imperialismo do algodão). Com a aprovação da emenda, sob batuta de Lincoln e os "radicais" do Partido Republicano (sim, como imaginar isso quando nos tempos atuais vislumbramos a família Bush, o grupo tea party, comandando o partido que já tivera entre os seus George Washington e o próprio Abraham) os negros deixavam de ser considerados propriedade, legitimando-os como seres humanos, porém sem os mesmos atributos sociais, políticos, econômicos dos americanos brancos.
Seja no norte medioclassista e industrial, seja no agrícola e violento sul dos Confederados, ambos consideram o negro "um homem à parte", indigno, por exemplo, de votar ou mesmo ser eleito para ocupar cargos públicos (algo que acontecia, de maneira semelhante, com as mulheres).
Lincoln libertou os negros do trabalho escravo, e estes estavam livres para permanecerem em situação desfavorável na sociedade americana, dai a continuidade nefasta de uma política racial de segregação - que irá de maneira angustiante marcar a vida estadunidense ao longo do século seguinte (vide as lutas de Martin Luther King, Malcolm X, a organização dos Black Panters, a violência da KKK, etc).
A eleição e reeleição, históricas, de Barack Husein Obama promoveram a libertação real dos negros dos Estados Unidos? Creio que não, pois os índices sociais e econômicos, quando comparamos brancos e negros, seja nos EUA ou no nosso Brasil, ainda apontam para uma discrepância enorme, unindo desigualdades classistas e raciais.





terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Abraham Lincoln, corrupção e libertação jurídica dos negros

Nesta virada de ano consegui um tempo para assistir ao bom filme-político "Lincoln", dirigido pelo consagrado Steven Spielberg, onde o presidente estadunidense é representado pelo genial Daniel Day-Lewis.
Centralizando as atenções é representada toda a politicagem em torno da aprovação ou não-aprovação da 13º Emenda Constitucional que colocava na ilegalidade o trabalho servil-escravo em todo o país, sob os interesses do 16º Presidente (republicano) Abraham Lincoln (1809-1865) - já em início de segundo mandato e líder nortista em meio a guerra civil ou "Secessão" (1861-1865).
Até então pouca novidade, e o interessante desta película faz-se pelo seguinte:
A desmitologização de Lincoln, apresentado como um marido ausente *, infeliz em seu casamento (casado com Mary Todd), e também um político mais pragmático do que idealista (ele arquiteta na Câmara dos Deputados um verdadeiro xadrez movido pelo velho toma lá dá cá ** institucional, negociando cargos no novo governo em troca dos votos favoráveis de parte da bancada democrata).
A colagem um pouco forçada para a contemporaneidade do governo democrata de Barack Husein Obama, interligando a luta pela liberdade jurídica (não racial ou etnica) dos antes escravos negros para os tempos de hoje, onde um "negro" governa a superpotência global. Vale o texto de Luiz Estevam Fernandes e Marcus Vinícius de Morais que afirmam:
"Mesmo se constituindo como dois mundos bastante diferentes, um, ao Norte, e o outro, ao Sul, a ideia da superioridade do homem branco era comum e inquestionável em ambos. Nos dois mundos, os negros estavam fora das decisões políticas e eram vítimas de preconceito, principalmente no Sul, onde a escravidão era garantida por lei." História dos Estados Unidos - das origens ao século XXI. ed. Contexto, p. 129

Notas:
*A ausência de Abraham pode ser entendida seja devido a sua posição política ou até mesmo por problemas de relacionamento com a esposa mais velha, evidenciados na perda de um dos filhos, em que ela acusa o marido de negligência com a doença e morte do menino - com o pai tomado pelas questões da guerra civil. Lincoln chega a cogitar interná-la em uma clínica de repouso/psiquiátrica.
** O uso de cargos na administração pública, garantia de boa posição e salários, como troca por apoio político em importantes debates nacionais faz-nos rememorar, espontaneamente, a "realpolitik" brasileira de posse do lulopetismo.
A mitologia democrática construída em torno de Abraham Lincoln, monumentalizada em Washington DC, parece-nos incompatível com o jogo sujo da política institucional apresentado na película. Na obra de Spielberg Lincoln sai da auréola de mito e veste a cartola preta de homem pragmático e calculista.