quarta-feira, 29 de junho de 2011

Myriam Rios ou "risos" homofóbicos...

O mau exemplo da deputada carioca Myriam Rios, homofóbica e bestial, seguindo os "princípios" do movimento carismático católico (cujo líder é o pe. Jonas Habibs) a quem ela se reporta e usou como curral eleitoreiro nas últimas eleições legislativas, só pode ser encarado com bom humor, ridicularizando a "nobre" deputada - que como servidora "pública" insiste em ser mais uma personagem grotesca de nossa realidade política!
 
Vejamos agora o vídeo produzido por Celso André:
 
 
 

terça-feira, 28 de junho de 2011

Aleida Guevara em BH amanhã

REVOLUÇÃO RUSSA PARTE III

A Ilusão Democrática e a Construção de um Novo Amanhã

Nestes últimos dias tenho acompanhado os impropérios e absurdos vindos do Planalto, do Congresso, como por exemplo a insistente presença de deputados difundindo o ódio e a intolerância contra movimentos GLBT e por fim a ação covarde do Estado brasileiro se negando a abrir documentos "secretos" - sob a égide de uma lei que décadas após décadas impede a publicação de documentos históricos de nosso país (em especial os referentes aos anos de chumbo 1964-1985, e mesmo nos governos Sarney 1985-1990 e Fernando Collor 1990-1992), promovendo um crime hediondo contra a sociedade brasileira "resguardando interesses de segurança nacional" (parece até papo de milico dos anos 60).
 
Isso tudo só fortalece as minhas convicções desfavoráveis ao chamado "modelo democrático" ou "Estado democrático de direito", uma falácia histórica, de fundamentação liberal, e que é vendida ai a tempos como exemplo de organização social e política de qualquer sociedade. É senso comum, dentro desta lógica, a crítica sobre regimes de diferente estruturação ou mesmo cultura política como na Venezuela bolivariana, no castrismo cubano, nas teocracias do Oriente Médio e de parte da África muçulmana, no hibridismo chinês que reúne economia de mercado e politburo político aos moldes soviéticos, tudo sobre o "argumento": não são democracias! Lá não existe democracia, não existe liberdade! Repito e insisto: balela ideológica.
Democracia não é sinônimo de liberdade plena, pelo contrário. Qual a liberdade de um cidadão desprovido de qualquer tipo de perspectiva de melhoria de vida? No Brasil é assim - se você tem hoje o direito de votar, "conquistado" após décadas de lutas contra o regime de exceção, isso já seria sinal de que somos livres, de que vivemos a plenitude e as beneces de um Estado democrático de direito. Bom, basta andar nas periferias de nossos grandes centros urbanos, na violência do nosso dia-dia, na corrupção desenfreada de nosso Estado que nasceu para usurpar, na intolerância de grupos conservadores e que se tornam vozes repressivas quando se aproximam do centro de poder, na inexistência de reforma agrária, na subserviência diante do Império do norte, na falta de infraestrutura e no abandono de serviços sociais de caráter básico como saúde e educação, tudo isso, e ai eu pergunto: de que vale votar? De que vale esta democracia? Para a cada quatro anos você, eu, trocarmos os gerentes de uma sociedade desigual e desumana.

Claro que regimes autoritários, nos moldes do regime soviético, maoísta, nos fascismo dos anos 20-30, não são exemplos dignos de ser rememorados como proposições reais a ilusão democrática. Temos que partir para algo novo, radical e amparado na construção de uma nova consciência humana. Sem mudanças na "cabeça das pessoas" não sairemos disso e continuaremos sendo robotizados por um sistema que oprime no seu subtexto e que nos vende ilusões a cada dia (dai o consumismo, e mesmo a democracia política).

Hoje a ecologia é uma ciência que se apresenta como opção de radicalização no sentido de propor uma nova formatação da produção humana e de nossa organização social - porque os pouco mais de 300 anos de Capitalismo Industrial (hoje mais Financeiro e Especulativo) está conseguindo destruir o planeta de maneira contínua e em breve sofreremos graves consequências como a falta de água potável, a inconstância climática e o aumento de tragédias naturais, a má qualidade do ar que se respira, isso sem falar nas doenças que agora matam silenciosamente: AVCs, entupimento de artérias coronárias, diabetes, tumores - tudo provocado pelo estilo de vida construído nos últimos séculos (do homem engravatado, animalizado com sua coleira no pescoço a que chamam gravata, parado no trânsito, negligente com sua família, stressado e apressado na ilusão de poder galgar a posições de destaque social e que lhe permitam usufruir dos falsos comodismos que o mundo do Capital pode oferecer).
Assim, a Ecologia já nos diz: desacelera! Reorganize! Reconscientize! Porque de nada vale a sobrevida do sistema Capitalista, retroalimentado por uma sequência de crises, se isso nos levar ao fim como raça dominante do planeta Terra. Dai a necessidade de construção de uma nova sociedade, auto sustentável, autogestionária, menor, mais humana. Sem governos, autoridade, e dai sem falsas ilusões. Caminhemos sob a bandeira preta e vermelha em defesa de um novo amanhã!

terça-feira, 21 de junho de 2011

REVOLUÇÃO RUSSA PARTE II

sábado, 18 de junho de 2011

Reginaldo Rossi - "Tô Doidão"

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Bento XVI "eu já sabia"

Depois dizem que é "pegar no pé"....vejam a foto abaixo quando Joseph Ratzinger pertencia a Juventude Hitlerista (a mesma me foi compartilhada por um camarada universitário do Ceará)
Qualquer indivíduo, minimamente crítico e consciente, há de concordar que ter abraçado esta "causa", mesmo em tenra juventude, é uma mancha, obscura, para toda a vida!

"Deuses" do Futebol

terça-feira, 14 de junho de 2011

REVOLUÇÃO RUSSA PARTE I

Roberto Carlos - E Por Isso Estou Aqui (Trecho do filme Em Ritmo De Ave...

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Greve em MG - nova assembléia da categoria

domingo, 12 de junho de 2011

Um pouco de História Crítica do Sexo

Uma das melhores coisas da vida humana é o prazer sexual. Dentre todos os vícios que os seres humanos possam se perder, por excessos, nada mais sublime que perder-se no encontro corporal com o outro. Além disso nunca é demais repetir que a sexualidade também é a porta de entrada para uma das maravilhas naturais: a reprodução da espécie. Prazer e reprodução, de mãos dadas, possibilidades abertas sobre um mesmo fenômeno natural.

E é por esta força, que pode até fazer com que nos percamos, que os seres humanos ao longo da história criaram uma série de mecanismos ideológicos sob a égide da contenção ou mesmo da repressão sexual. O sexo acaba por tornar-se imoral, sujo, humilhante, regrado e limitado.

Este medo, causador destas ideologias assexuadas ou mesmo anti-sexuais, pode ser compreendido como uma recusa da animalidade humana. O ser humano que recusa ser animal, que por orgulho e arrogância busca colocar-se numa posição de domínio e hegemonia diante da natureza, se achando "especial" e até "divino".

Não é sem razão que o maior tabu da história humana é relacionado ao ato sexual: o incesto. Raros foram os exemplos onde o incesto clássico (proibição de ato sexual entre pais e filhos) fora uma regra social inexistente (mudando apenas o conceito de família e de relação de parentesco entre as mais diversas sociedades humanas).
Já a poligamia, prática ainda resistente em países árabes, muçulmanos, ou mesmo em grupos aborígenes, fora proibida na cultura ocidental a partir de uma criação artificial destes no sentido de que se evitasse uma suposta concentração de fêmeas nas mãos de homens mais ricos, ou seja limita-se a relação entre homens e mulheres no sentido monogâmico como que segundo uma "justiça social" onde a propriedade "mulher" não seria concentrada.
 
A presente homofobia ou mesmo o estranhamento diante das manifestações de uma sexualidade homoafetiva não eram encaradas de maneira preconceituosa entre os povos do chamado mundo clássico: Grécia e Roma. Durante parte do mundo antigo nem mesmo havia uma construção conceitual de homossexualidade, visto que o usual era a prática bissexual onde homens e mulheres mantinham relações repletas de dualidade. Não era pouco comum o sexo entre homens como ato de prazer e o sexo heterossexual como mecanismo de reprodução, encarado assim separadamente (a história de antigos personagens históricos mostra bem isso como Sócrates, Júlio César, Alexandre Magno, Calígula, Tibério, etc).
O julgamento moral sobre esta prática/cultura bissexual somente se concretizara na vida social do mundo ocidental com o advento do Cristianismo e tempos antes com a filosofia aristotélica, ambas condenando e conceituando esta prática como "homossexual" e digna de punições e humilhação social; ou seja, Aristóteles e os apostolos de Jesus (também misógenos) seriam os construtores de uma espécie de "homofobia".

Magia e sexo sempre andaram juntas. Muitos rituais, desde as antigas bacantes clássicas, o corte do prepúcio masculino entre egípcios e depois entre os povos hebreus, a adoração a deuses em forma de falos gigantes, a bruxaria e suas orgias ao ar livre, tudo baseado na lógica de que o sexo é fonte de vida, de vitalidade, de que nele há uma energia não só corpórea mas espiritual e cósmica. Fácil compreender como que durante os terríveis séculos medievais mulheres eram mortas e postas ao fogo e a tortura sob a argumentação de bruxaria quando apenas mostravam uma prática sexual diversa da corrente e aceita pela sociedade clericalizada e cristianizada do período.
 
Em obras literárias, filosóficas, podemos apreender o caráter revolucionário, subversivo da sexualidade: na obra de George Orwell "1984" os protagonistas começam a romper com a ordem estabelecida a partir da afetividade e das relações sexuais que mantinham a margem do sistema político-social repressivo e autoritário; na magna obra shakespeareana "Romeu & Julieta" o sexo e o amor são forças irresistíveis que movem ambos numa luta contra a imposição familiar, a repressão familiar e tradicionalista; na filosofia de Marcuse, em "Eros e a Civilização", na filosofia de Foucault, em "História da Sexualidade", o sexo é ponto central de afirmação humana, de luta contra uma cultura assexuada e anti-sexual que buscavam, em síntese, uma espécie de "disciplina dos corpos".

"Disciplina" esta apresentada por Aristóteles em "Ética" quando nos afirma a todo instante para o cuidado com os excessos, e como que a retidão estaria relacionada a um comedimento de nossos desejos, sendo necessária uma disciplina de si. E depois reafirmada pela cultura judaico-cristã que retira o elemento prazer do ato sexual, vinculando-o a uma estrutura de formação/consolidação do núcleo familiar, pragmaticamente entendido como mecanismo, único, para reprodução da espécie e nada mais.
 
São as lutas dos anos 60 do século passado que deram impulso para a formação de uma nova cultura sexual, reforçadas por movimentos sociais como o feminismo e grupos GLTB, a comercialização da pílula anticoncepcional, o reconhecimento/consolidação do direito ao divórcio. 
 
Por mais que nossos caminhos desde então caminharam em direção a um excesso desmedido, trazendo graves consequencias como o advento da Aids nos anos 80 e principalmente a diluição das relações de afetividade entre as pessoas (o chamado ficar, o sexo livre, fenômenos que o sociólogo polonês Bauman conceitua como amor líquido - numa sociedade pós-moderna de total liquidez humana, tomada pela lógica de consumo-inclusive consumo de si mesmo) devo afirmar que hoje o ser humano é um indivíduo sexualmente mais ativo e mais realizado.

sábado, 11 de junho de 2011

Produzir e Reproduzir História

Ao longo de minha formação como historiador, na universidade, lembro-me de como a História brasileira era apresentada de forma pouco valorizada, e pior, desmotivante.

Cada um de meus velhos professores, talvez com a mente presa as suas teses e dissertações pessoais, trabalhavam com a história brasileira de forma crítica ou cultural, ou mesmo ambas as coisas. Os eventos, o factual, eram aspectos pouco trabalhados em sala de aula. Mas como partir da crítica ou da cultura, pura e simplesmente, para a compreensão do todo dinâmico que é o conhecimento histórico? O factual, sim, o evento, é ainda combustível indispensável a compreensão histórica.

De que vale a um estudante o que pensa um Caio Prado Junior, Lilia Schwarz, Florestan Fernandes, Darci Ribeiro, Emilia Viotti, etc, se o mesmo nem ao menos conhece os eventos básicos da história nacional? A crítica perde sentido, vira argumento no vazio. E pior, acaba por estigmatizar a análise histórica como "bla bla bla" sem proposição alguma.

Os cursos de História, assim como as nossas licenciaturas, devem ser repensadas, especialmente no currículo e na seleção de profissionais. De nada adianta um professor centrado em si mesmo, em sua produção acadêmica. Ele deve manter a faceta de pesquisador, claro, até como produtor de conhecimento, mas nunca sobrepor a pesquisa sobre o ensino. Porque ai ele não ensina, apenas vocifera autores e análises, muito pobre para quem está sentado numa cadeira universitária querendo se tornar um profissional da educação.

Boa parte de nossa história nacional eu fui lidar, com profundidade, fora do ambiente universitário, já na prática diária de educador da educação básica e pública. Conhecia as análises, críticas, elementos da cultura, todos brandados na formação universitária, mas os eventos, os fatos, as pessoas, isso só na necessidade permanente do ser professor.

Longe de mim querer recuperar o Historicismo, típico do século 19, onde o factual e o documental imperavam a tal ponto que a história não abria a menor possibilidade para a crítica, transformando-se em entidade separada do tecido social, adquirindo status de "espírito" (como entendia Hegel por exemplo). A ideia é recuperar o factual e alinhá-lo as análises crítico-culturais, de maneira a se formar futuros educadores com uma bagagem mais sólida, aptos não só a produzir mas a reproduzir conhecimento (numa ação dialética, equânime). E que me perdoem os viajantes da pedagogia, mas a educação não se faz só na base da produção, mas da reprodução também - visto que esta é parte fundamental de toda socialização.

E reproduzindo, sob bases factuais, e produzindo sob bases analítico-crítico-culturais, é que formaremos professores de história mais próximos da excelência.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Aos namorados reais...

Mês dos namorados, correria nos corredores de shoppings onde casais escolhem presentes, "mimos", desde um simples buquê de flores até as mais caras jóias que o capitalismo pode proporcionar. Motéis em polvorosa, mal se consegue um quarto, disputado semanas antes por reservas baseadas sob juras de amor e promessa de uma noite calorosa à dois.

Eu já passei por alguns destes "dia dos namorados", afinal somando as minhas relações estáveis ou namoros (ao todos três relacionamentos, um curto e dois longos) chego a soma de pouco mais de 9 anos ao lado de uma companheira, cada qual com suas particularidades, fortalezas e virtudes/problemas e desenganos.
 
Nestes namoros eu depositei algumas fichas pessoais, como todo mundo o faz, muitas vezes me fazendo sentir vencedor como quem tira a sorte num cassino, e depois muitas vezes me fazer sentir um completo fracasso com as mãos por entre os bolsos e "chutando lata na rua". Isso não me incomoda, é a dinâmica natural da existência. E namorar é uma espécie de ensaio geral, de prelúdio, para uma série de possibilidades à dois, especialmente o matrimônio e consequente construção familiar (motor de qualquer sociedade).
 
É evidente que o dito dia dos namorados é mais uma campanha marqueteira que nada tem de compromisso com o amor entre duas pessoas, apenas o chamamento do capital que de maneira alienada relaciona os verbos "amar" e "comprar"; como que em imperativo dizendo "se você ama, compre!". Qualquer homem, mulher, percebe que isso é balela, e o amor se demonstra com atitudes distantes do simples "comprar": cuidar, zelar, compartilhar, dividir, tolerar, construir, dialogar, acariciar, gozar, rir, sorrir, abraçar, beijar, atentar, compreender, somar, multiplicar, acrescentar, socializar.

Amor, amor verdadeiro, exalado por aqueles que amam, nunca se compactuará com: individualizar, capitalizar, subtrair, menosprezar, diminuir, brigar, disputar, descuidar, violentar, abandonar, fechar, agredir, calar, podar, gananciar, quebrar, parar.
 
Confesso, como que uma espécie de poeta de mau humor, que neste caminhar sozinho me pego sentindo falta deste "dia dos namorados", longe pelos seus "presentes"/seu caráter de consumo, mas pelo simples andar atrelado a alguém que muito se ama e muito se quer.
 
Aos amantes que me leem, antecipo as minhas felicitações pelo dia dos namorados real, este que você, ela, ele, zelam e constroem como uma equipe a cada dia que se passa.

Segue abaixo uma música para embalar o texto acima "Você", do gênio Tim Maia; pedindo licença para dedicar esta canção a uma paulistinha a quem chamo de "Dri"...



domingo, 5 de junho de 2011

Rede Estadual de MG em Greve!

sábado, 4 de junho de 2011

Movimento Humanista Secular

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Iron Maiden "Wasting Love" (Desperdiçando Amor)


Maybe one day I'll be an honest man
Up to now I'm doing the best I can
Long roads, long days, of sunrise, to sunset
Sunrise to sunset
Talvez um dia eu serei um homem honesto
Até agora estou fazendo o melhor que posso
Longas estradas, longos dias, do nascer ao por do sol
Do nascer ao por do sol
Dream on brothers, while you can
Dream on sisters, I hope you find the one
All of our lives, covered up quickly
By the tides of time

Sonhem irmãos, enquanto podem
Sonhem irmãs, espero que encontrem ele
Todas nossas vidas, cobertas rapidamente
Pelas marés do tempo


Spend your days full of emptiness
Spend your years full of loneliness
Wasting love, in a desperate caress
Rolling shadows of nights

Passe seus dias cheios de vazio
Passe seus anos cheios de solidão
Desperdiçando o amor, numa carícia desesperada
Sombras rodopiantes de noites

Dream on brothers, while you can
Dream on sisters, I hope you find the one
All of our lives, covered up quickly
By the tides of time


Sonhem irmãos, enquanto podem
Sonhem irmãs, espero que encontrem ele
Todas nossas vidas, cobertas rapidamente
Pelas marés do tempo


Sands are flowing and the lines
Are in your hand
In your eyes I see the hunger, and the
Desperate cry that tears the night


O tempo está passando e as linhas
Estão na sua mão
Em seus olhos eu vejo a fome, e o
Grito desesperado que rasga a noite


Spend your days full of emptiness
Spend your years full of loneliness
Wasting love, in a desperate caress
Rolling shadows of nights

Passe seus dias cheios de vazio
Passe seus anos cheios de solidão
Desperdiçando amor, numa carícia desesperada
Sombras rodopiantes de noites





Spend your days full of emptiness
Spend your years full of loneliness
Wasting love, in a desperate caress
Rolling shadows of nights


Passe seus dias cheios de vazio
Passe seus anos cheios de solidão
Desperdiçando amor, numa carícia desesperada
Sombras rodopiantes de noites

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Greve em Minas e Educação Nacional

Em assembléia realizada ontem pela categoria os professores mineiros iniciam um novo movimento grevista a partir do dia 08 de junho, próxima quarta-feira, tendo como reivindicação primordial o cumprimento da chamada "lei do Piso" estabelecido pelo governo federal e que o governo do Estado, através de maquinarias matemático-financeiras, não vem honrando.
Nos últimos anos tivemos movimentos grevistas em nosso estado, em 2010 e 2008, e isso está se transformando em ação corrente devido a incapacidade dos estados brasileiros de vislumbrarem a educação como política real de desenvolvimento humano, a médio e longo prazo, e isso passa, para horror dos "educadores" contratados por Veja (Claudio Moura, Gustavinho, etc), sobre a questão mais que urgente e vergonhosa de uma política de valorização efetiva de todo magistério.
Não dá para conviver com uma realidade que lhe obriga a dar aulas em duas, até três escolas simultaneamente e em horários distintos; não dá para conviver com salas de aula abarrotadas de jovens, as vezes beirando 50, tratados como gado; não dá para fechar os olhos a todas as formas de violência praticadas e existentes no ambiente escolar (agressão, drogas, autoritarismo, bullyng); não dá para querer que hoje um jovem estudante deseje ser um educador com salários de fome (o próprio piso já é um salário de fome, ou alguém pode ter uma vida tranquila, digna, condizente com as necessidades de um educador com por exemplo pouco mais de R$ 900,00 mês?!).
Toda greve é um momento de exceção para o educador, é o último recurso, em desespero, diante de quadro tão vexaminoso. Encarar uma greve, deixar de dar suas aulas, é transtorno certo: pela falta de entendimento da sociedade, pelo individualismo dos pais, pela pressão exercida por governos como no corte de pagamentos e até demissão de muitos educadores contratados, o medo de ficar sem rendimentos para os meses seguintes e os fantasmas da inadimplência, atraso de aluguéis e em muitos casos até falta de comida na mesa de famílias.
Hoje o estado de Minas Gerais, governado por Antonio Augusto Anastasia (tecnocrata levado ao poder pelo padrinho Aécio Neves), é mais um exemplo, e não por acaso governado pelo PSDB (partido alinhado com lógicas empresariais no trato com a coisa pública, trazendo de baixo do braço o chamado choque de gestão - que significa enxugar, enxugar, enxugar, especialmente nas políticas sociais, e é um partido desvinculado aos problemas sociais que afligem a maioria/hoje tratados como pessoas diferenciadas) de como não se promove justiça social, dai o movimento de greve dos professores, dos policiais militares e civis, dos servidores da saúde, dos servidores do IPSEMG (previdência e saúde dos servidores mineiros).
Lidamos com governos que tratam a educação com números, só números. Mais crianças nas escolas, menor reprovação, ok. Mas, qualidade de ensino? Isso inexiste. Os educandos saem de nossas escolas, em sua boa parte, totalmente despreparados para a vida e para o mercado de trabalho, cada dia mais exigente. Não é sem razão que o nosso empresariado reclama que falta mão-de-obra qualificada.
O estado de Minas Gerais no que tange ao ensino médio, um dos objetivos mais nítidos de política educacional atual (depois da universalização do ensino fundamental e o combate ao completo analfabetismo), realiza uma organização curricular perversa: poucas são as escolas integrais, poucas são as escolas com políticas de formação profissional, e ainda por cima promovem uma diluição de conteúdos mesmo sabedor que os alunos serão cobrados em concursos vestibulares ou mesmo o exame do ENEM, exemplo:
- na escola onde trabalho, EE. Zilda Arns Neumann, o ensino médio regular é organizado assim
1º anos: 11 disciplinas.
2º anos: 9 disciplinas (saem Artes e Física).
3º anos: 8 disciplinas (saem Artes, Geografia e História).
Eu pergunto: como o educando irá recuperar estes conteúdos? Não recuperam...e dá-lhe defasagem. Rememorando que cada escola tem autonomia para alterar a distribuição dos conteúdos, mas sempre nesta estrutura deturpada de 11 disciplinas no 1º, 9 no disciplinas no 2º e 8 disciplinas no 3º!!
Se aqui a situação é de incompetência geral, em outros estados de nossa federação a situação não muda, e muitas vezes até piora como quando pegamos os exemplos de camaradas nordestinos (com merenda escolar desviada ou mesmo sub-utilizada, falta de transporte escolar, salários pagos abaixo do salário mínimo) e até mesmo de colegas que trabalham nas periferias de grandes centros como São Paulo (com escolas latão, horários de fome, discriminação na contratação de professores obesos) e Rio de Janeiro (onde se paga R$ 700,00 a um educador e ainda se convive diariamente com poderes paralelos!!).
O pior é que o modelo sindical brasileiro também não é uma garantia de lutas pelos reais interesses dos trabalhadores, afinal desde a Era Vargas (1930-1945) que qualquer sindicato é reconhecido e legalmente válido se vinculado ao Ministério do Trabalho, ou seja, os sindicatos estão emprenhados no corrupto e excludente Estado brasileiro, dai o peleguismo histórico das mais diversas categorias, usadas como manobra política e muitas vezes eleitoreira. 
Assim, toda e qualquer mobilização real pela educação nacional só será vitoriosa se tiver em seu núcleo o apoio e participação populares, não só com os professores e suas famílias na rua, mas com você que me lê, independente da condição social, o Brasil precisa urgentemente que o seu povo se mobilize pela educação, dando um passo verdadeiramente revolucionário em nossa história.