sábado, 31 de dezembro de 2011

Feliz Ano-Novo!

Quero desejar a todos que acompanham meu trabalho um ano de 2012 repleto de sucesso, saúde e realizações!
Fica aqui o convite para que continuem ao meu lado nesta jornada de tomada de consciência, sempre objetivando a construção de um devir mais justo, humano e igualitário.

Não se preocupem....o mundo não encontrará seu derradeiro fim neste 2012....ehehehee...

2012....ano de importância ímpar em minha vida: a menos de um mês de meu casamento com a também historiadora e educadora Adriana Sueli, em breve Adriana Sueli Lopes Menta....ou seja, mudanças positivas que já se avizinham, anunciando novos tempos....bom, grande abraço a todos!

Feliz 2012!
Prof. Tiago Menta

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Jô Soares comenta: Genesis e Contos de Fada

sábado, 10 de dezembro de 2011

Alguns desafios do professor brasileiro

Como se não bastasse os baixos salários, a falta de condições de trabalho adequada, as incertezas do dia-dia, todo educador de escola pública acaba lidando com situações que muitas vezes o brasileiro mediano desconhece, muitos por alienação da realidade e outros por desinteresse com a educação nacional.
 
Eu, você professor que me lê, já exercemos dentro do ambiente escolar diversos papéis sociais tipo: médico, enfermeiro, psicólogo, pai/mãe, amigo(a), orientador sexual, orientador vocacional, delegado de polícia, juíz, testemunha, faxineiro, nutricionista, etc...
 
Quero, a título de ilustração, apontar algumas experiências que já vivi como educador, sem citar nomes ou escolas, ok:
 
- uma aluna passa mal em uma excursão, dias depois tomo ciência de que a mesma se encontra tomada por verminoses e subnutrição.
 
- alunos chegam a escola com uniformes rasgados, sujos, com chinelo de dedo nos pés, e muitas vezes com cabelos despenteados e mal tratados; a falta de higiene em alguns casos é tamanha que já dei aula para aluno coberto de urina, ou mesmo numa sala de aula em que após certo desconforto descobrimos que no fundo da sala se encontrava um monte de fezes acumulada.
 
- alunos são pegos fumando cigarros nos corredores, cheirando coca ou mesmo cola nos banheiros escolares, outros tantos são pegos com maconha; o problema das drogas é tão sério que até nos Ejas convivemos com alunos dependentes químicos, sendo mais comum o uso do álcool nestes casos.
 
- alunos e alunas se agridem dentro de sala de aula, xingamentos, brigas fúteis, ameaças, depredação do patrimônio público (quebram-se e danificam-se computadores, cortinas, vidraças, portas, ventiladores).
 
- alunos passam mal na escola e os serviços sociais de atendimento de urgência, como bombeiros e Samu, se negam a prestar socorro no ambiente escolar; professores e funcionários saem com alunos em desespero para o posto de saúde mais próximo.
 
- alunas abandonam os estudos devido gravidez indesejada na adolescência, a sexualidade é vivenciada de maneira deturpada entre os jovens - que não usam preservativos, não procuram orientação adequada (ginecologia, por exemplo) e são promíscuos em suas relações (há casos de meninas que desconhecem a paternidade devido a quantidade de parceiros mantidos, outras transam nos bailes, festas, carnaval, sob efeito de álcool).
 
- alunos vão a escola doentes, febris, mal-alimentados - muitos são os casos de piolhos e verminoses entre os mais novos do ensino fundamental; é comum o aparecimento de viroses, conjutivites, cachumba, doenças venéreas (HPV, Herpes), anemia, diabetes, doenças respiratórias e estomacais.
 
- alunos convivem com violência doméstica, uns são agredidos pelos pais, outros assistem os pais se agredirem continuamente, e há até casos em que os pais é que são os agredidos e não agressores. Para se ter uma ideia já tive que lidar com uma aluna que costumava ser queimada pela mãe (usando ferro de passar roupa), e uma vez uma mãe esbofeteou o aluno na minha frente e na frente de direção escolar quando chamada para intervenção disciplinar dentro da escola. Há colegas que até incentivam a violência entre pais e alunos, dizendo "tem que bater mesmo! Se fosse filha minha, etc...".
- é comum ao longo do ano letivo você perder alunos por óbito: acidentes de carro, briga de gangues, dívidas por drogas, problemas graves de saúde e assistência médica ineficaz; só neste 2011 já perdi dois alunos!

E tem gente que ainda desvaloriza o educador brasileiro.....vejam, estar em sala de aula transcende, e muito, o ato de "dar aulas"....

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

"O Método em Marx" com José Paulo Netto-UFRJ

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Adeus Sócrates (1954-2011)

 


No último domingo uma ambiguidade nos corações corinthianos: alegria pela conquista do quinto título nacional de futebol e dor pela perda de um de seus maiores ídolos o ex-atleta profissional, colunista de Carta Capital e médico Sócrates Brasileiro, ou dr. Sócrates, Magrão para os íntimos e amigos (interessante notar que em sua juventude o meu pai, Mauro Menta, tinha este mesmo apelido - me lembro ainda menino ouvindo as pessoas chamarem o meu pai no início dos anos 80 de Magrão...).
 
Não conheci Sócrates pessoalmente, e o vi jogar já em final de carreira, defendendo o Santos, a seleção brasileira de 1986 na Copa do México, pois quando a dita democracia corinthiana vigorava nos gramados do país eu tinha apenas 4, 5 anos de idade, e nesta idade eu curtia o jogo de bola mas nada que hoje possa me lembrar com maior clareza. Dos atletas da democracia conheci apenas o volante Biro-Biro, também em final de carreira no final dos anos 80, quando aparecia no litoral paulista, especialmente em Praia Grande (lugar em que moram meus avós a mais de 20 anos).
 
De qualquer forma a democracia marcou época, isso com o Brasil em vias de lutar pela reabertura política, dentro das Campanhas pelas Diretas Já em 1984, vigorando o regime de exceção nas mãos do equino general João Figueiredo (que preferia cavalos a seres humanos ao seu lado); imaginemos hoje, com o futebol ainda refém de empresários e grupos de cartolagem, um clube onde seus atletas tinham participação efetiva na administração do clube, organizavam as atividades do elenco como concentrações, etc. Pois é, de dentro do Parque São Jorge dava-se exemplo ao país de como a autogestão, democrática, é o caminho mais humano e justo dentro de uma coletividade, seja uma equipe profissional de futebol ou um país!

E o dr. Sócrates acabou ficando uma espécie de Lênin corinthiano, liderança prática e teórica, visto o seu engajamento não só como atleta mas como cidadão cônscio. E quis o destino, a deusa Fortuna, que na tarde de ontem o nosso glorioso alvinegro vencesse mais um campeonato, dificílimo, contra o maior rival "fedido" da zona oeste no mesmo dia em que Sócrates saiu da vida e entrou na eternidade, na história.

Meus sentimentos aos amigos e familiares, compartilho com todos a dor por esta grande perda do Brasil e do esporte brasileiro.